Demanda forte, clima no Brasil e nos EUA e atuação dos fundos impulsionam cotações da soja em Chicago

Publicado em 26/10/2016 16:57
Entrevista com Camilo Motter - Granoeste Corretora de Cereais
Apesar de negócios com a soja superarem os US$ 11,00/bushel para maio, considerando Chicago + prêmio, produtor brasileiro pode ter melhores oportunidades

Nesta quarta-feira (26), a soja teve ganhos de quase 20 pontos nos principais vencimentos na Bolsa de Chicago (CBOT), com o vencimento novembro/16 chegando a US$10,09 e o vencimento maio/17 chegando a US$10,33. Com a adição dos prêmios pagos no mercado interno, a soja no Brasil chega a US$11 por bushel.

O analista de mercado Camilo Motter analisa o dia como "surpreendente" e avalia que o mercado conseguiu romper os níveis de agosto e de setembro no fechamento dos pregões. Para ele, três variáveis constroem os fundamentos deste movimento: a demanda, que segue firme "não é de hoje", o clima no Meio-Oeste americano, que atrasa a finalização dos trabalhos, sobretudo no estado de Minnessota, terceiro maior produtor do país, alongando, assim, o ciclo, apesar de colheita estar dentro da média histórica e o fator-chave, que é o clima na América do Sul, que ainda não se regularizou nas principais regiões produtoras, sendo assim este fator precificado pelo mercado como um movimento de alta.

Do lado da demanda, as exportações americanas cobriram a ausência do Brasil e da Argentina no mercado, o que ajudaram a criar uma resistência grande e positiva deste lado. Mas Motter acredita que o fator decisivo do mercado de agora para a frente deve ser a oferta, e não a demanda.

No momento, a safra nova no Brasil tem um "tempo bom pela frente". O produtor ainda participou pouco neste ano, mas também se depara com uma situação de mercado "muito em aberto". Apesar das boas perspectivas pela frente, uma queda mais acentuada do câmbio fez com que os preços internos chegassem a patamares menores. Os prêmios estão acomodados entre US$0,50 e US$0,70 até maio e, apesar de serem considerados bons prêmios, o preço ainda não é convidativo.

Motter aponta que a oferta poderá ter percalços, uma vez que os indicativos mostram um plantio cheio, área igual ou maior do que a do último ano e tecnologia de igual para maior. No entanto, o ano é de mudança de padrão climático. Há 70% de chances de ocorrência de La Niña. Logo, o fundamento que deverá vigorar no mercado é o andamento das safras sul-americanas. "Nos próximos 10 a 15 dias vamos estar falando apenas de clima no Brasil, ao invés de demanda".

Do ponto de vista do produtor, ele aponta que em suas conversas identificou que é até "redundante" falar para que eles aguardem por preços maiores, pois esta já vem sendo a posição tomada por muitos.

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Por:
Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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