Demanda e clima na América do Sul definirão os rumos do mercado da soja em Chicago e viés é de alta

Publicado em 30/11/2016 17:31
Confira a entrevista de Andrea Sousa Cordeiro - Labhoro Corretora
Margens positivas de esmagamento da soja na China estimulando a demanda e clima na América do Sul aumentando incertezas sobre o tamanho da oferta darão tom aos negócios da soja em Chicago

Nesta quarta-feira (30), o dia na Bolsa de Chicago (CBOT) foi marcado por queda nas cotações, apresentando uma segunda sessão seguida de queda depois de sete pregões em alta. A queda registrada foi de sete a dez pontos nos principais vencimentos.

Para Andrea Sousa Cordeiro, analista de mercado da Labhoro Corretora, os sete pregões com bastante firmeza foram retrado de uma "fome grande" dos fundos de investimento. Desde o dia 17 de novembro, os fundos estiveram muito focados, comprando toda a soja que podiam. No começo dessa semana, no entanto, a aproximação de um período de final do mês gerou uma reversão de tendência na terça (29), quando os fundos fizeram ajustes técnicos em carteiras. No entanto, a analista atribui esses dois movimentos de baixa como saudáveis para os preços da soja.

Ela lembra que, nas negociações de hoje, os fundos defenderam a linha dos US$10,32/bushel e o fechamento do mercado sustentou a marca deste suporte. "Isso nos faz acreditar que o mercado não perdeu a sustentação. Pode passar por alguns ajustes, mas ainda não inverteu a tendência", diz.

A pressão de alta deve continuar mantida pelas margens de esmagamento de soja por parte da China, indicando que a demanda do país deve continuar intensa. Hoje, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou uma nova venda para os asiáticos de 123 mil toneladas de soja. Além disso, a alta do petróleo hoje também propiciou um movimento de alta para a soja no início do pregão.

Neste momento, a linha climática também fica muito clara, com grande pressão sobre a possibilidade de algum transtorno na América do Sul, em especial na Argentina. Logo, alguns fundos poderiam estar construíndo um percentual da sua carteira comprando e apostando nesse risco climático, acredita a analista.

Comercialização no Brasil

A analista aponta que, não necessariamente, um dólar mais firme nos Estados Unidos significará um dólar mais firme no Brasil. Hoje, o dólar no mercado interno já apresentou uma tendência diferente, processando a aprovação da PEC 55 no Senado e das medidas anticorrupção no Congresso Nacional.

Ela aconselha o produtor brasileiro e todo o setor vendedor a estarem muito atentos. Há uma grande preocupação pela frente, na opinião da analista: a safra brasileira de soja poderá ser antecipada. É provável que alguns locais do Brasil iniciem sua colheita entre os dias 20 de dezembro e 2 de janeiro. "Eu diria ao produtor que redobre o cuidado a essa primeira safra em especial", diz.

Portanto, quem tem soja deve ficar bastante atento aos próximos dias e as oportunidades. Além de Chicago, o mercado interno também deve ser levado em conta. "É um olho na lavoura e um olho com seu consultor", orienta.

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Por:
Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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