Petrobras pode sofrer impacto de 2% na produção do ano por greve no Ibama

Publicado em 14/05/2024 17:29

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Por Marta Nogueira e Fabio Teixeira

RIO DE JANEIRO (Reuters) -A Petrobras prevê um possível impacto de 2% em sua produção devido à greve do Ibama, que tem afetado o licenciamento de poços de petróleo em ativos como o campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos, afirmou nesta terça-feira o diretor executivo de Exploração e Produção da petroleira, Joelson Mendes.

Em seu plano estratégico atual, a Petrobras prevê produzir 2,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) de petróleo e gás natural em 2024, podendo variar 4% para cima ou para baixo. O centro da meta configuraria uma estabilidade ante o volume produzido em 2023, de 2,78 mi boed.

"Não estamos vendo nenhum grande impacto em nenhum grande projeto. Porém, a gente já teve e está tendo impactos em poços de forma isolada", disse Mendes em teleconferência com analistas.

"A gente quantificou aqui que é possível que tenhamos impactos da ordem de grandeza de 2% da produção anual, se a situação (no Ibama) se perdurar", acrescentou.

A greve no órgão ambiental federal por uma reestruturação de carreira, iniciada em janeiro, também poderá ter efeitos para a entrada de novos navios plataformas do tipo FPSO, flutuantes de produção armazenamento e transferência de petróleo. A Petrobras planeja cinco FPSOs nos próximos dois anos.

Para este ano, a Petrobras prevê o início da operação de apenas um FPSO, chamado Marechal Duque de Caxias, o terceiro que será instalado no campo de Mero. Os próximos quatro deverão entrar em operação no segundo semestre de 2025, segundo a empresa.

FOZ DO AMAZONAS

A Petrobras disse ainda que não fará estudos solicitados pelo Ibama para avaliar o impacto sobre os povos indígenas das perfurações na Bacia da Foz do Rio Amazonas, parte da chamada Margem Equatorial.

"A Petrobras, ela não vai fazer estes estudos neste estado em que está o processo de licenciamento porque eles não são legais", disse Mendes.

O diretor disse esperar uma intervenção da Advocacia Geral da União (AGU) junto ao Ibama, por considerar o pedido de novos estudos "inadequado neste momento do processo de licenciamento".

Há um ano, o Ibama negou à Petrobras uma licença para perfurar na área, em águas ultraprofundas do litoral do Amapá, citando possíveis impactos sobre os grupos indígenas e o sensível bioma costeiro. Dias depois, a Petrobras entrou com um pedido de reconsideração da decisão e aguarda desde então uma resposta do Ibama.

Em comunicado enviado à Reuters na semana passada, o Ibama disse que uma palavra final sobre o recurso seria impossível sem esses estudos.

(Por Marta Nogueira e Fabio Teixeira; edição de Roberto Samora e Pedro Fonseca)

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Fonte:
Reuters

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