Setor sucroalcooleiro aproveita dólar mais forte

Publicado em 04/09/2013 15:08

As exportações de açúcar do Brasil alcançaram pouco mais de 28,4 milhões de toneladas no acumulado de 12 meses (agosto de 2012 até julho de 2013), arrecadando US$ 13,66 bilhões com preço médio de 480,19 dólares por tonelada. As exportações de etanol, no acumulado de 12 meses, atingiram 3,48 bilhões de litros arrecadando US$ 2,343 bilhões. O volume acumulado de exportação de açúcar, nos doze meses acumulados, é um dos maiores da história.
 
Enquanto o mercado internacional continua a cair em centavos de dólar por libra-peso, as usinas ficam satisfeitas com o dólar mais forte, pois melhora a fixação das vendas na exportação resultando em mais reais por tonelada. “Atingimos o pico em reais há duas semanas, a R$ 929 por tonelada – acima da média do ano de R$ 838,56/tonelada e da média da safra (contando a partir de abril) de R$ 834,84/tonelada”, comenta Arnaldo Luiz Corrêa, gestor de riscos da Archer Consulting – empresa de assessoria em mercados de futuros, opções, derivativos e planejamento estratégico para commodities agrícolas.
 
De acordo com o gestor, muitas usinas já teriam um alto percentual de vendas de açúcar para exportação fixado para a próxima safra (2014/2015), bem acima do que seria normal para essa época do ano. “O mercado já estima que empresas mais conscientes na gestão de risco teriam aproveitado e fixado entre 15% e 25% do seu volume previsto para o ano que vem. Isso mostra duas coisas: o real mais fraco tem impulsionado as empresas a proteger a commodity, esperando a contínua elevação do dólar frente ao real para travar o câmbio mais tarde, ou ainda, muito menos arriscado, tem feito NDF (contrato a termo em dólar para liquidação futura) com vencimentos coincidentes com os do contrato futuro”, explica Arnaldo.
 
A rentabilidade, segundo dados da Archer, tem sido muito positiva. Usando a média dos fechamentos dos meses da 2014/2015 (maio, julho e outubro de 2014 e março de 2015), com a curva de dólar, chegamos a média de R$ 42,23 por saca posto usina. As melhores e mais eficientes usinas têm um custo de produção próximo dos R$ 30/sacas posto usina.
 
“O que está ainda bastante descolado dos preços de exportação é o mercado interno de açúcar que deveria começar a encostar nos preços de NY, ou seja, subir. A correlação entre os dois mercados (NY e ESALQ) é pequena. Nesta safra o coeficiente de aderência (quanto mais próximo de 1, maior a correlação entre eles) é de 0,4355, o que é muito ruim. Essa correlação já foi de 0,8975 no período de maio de 2010 a maio de 2011. Com mais anidro sendo produzido, o mercado de açúcar branco deve ser afetado e começará a refletir nos preços internos”, conclui Arnaldo.

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Fonte:
Archer Consulting

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