Açúcar: Devagar e sempre

Publicado em 30/05/2011 10:02
O mercado de açúcar fechou a semana em território positivo. O vencimento julho/2011 encerrou o pregão de sexta-feira a 22,99 centavos de dólar por libra-peso, com variação de 58 pontos no período (12,79 dólares por tonelada). Os demais meses fecharam com sinal de mais entre 14 e 79 pontos ( 3 e 17 dólares por tonelada) na semana.

O mercado deverá começar a galgar paulatinamente níveis mais altos de preço. As máximas até agora negociadas nos meses de vencimento outubro/2011, março/2012 e maio/2012 são respectivamente, 27,57, 26,80 e 24,95 centavos de dólar por libra-peso. NY precisaria subir em média uns 15% para atingir essas máximas novamente. Acreditamos que 24-25 centavos de dólar por libra-peso para os vencimentos mais curtos são muito plausíveis, especialmente porque as noticias sobre a moagem no Brasil vão continuar a atingir as manchetes das páginas de economia dos jornais. Hoje temos mais de 50 navios na fila aguardando atracação, imagine se essa situação piorar.

O cenário macro, no entanto, trouxe números desapontadores da China além dos problemas de endividamento da zona do Euro. Fatores macros que valorizam o dólar e disparam liquidações no mercado acionário e nas commodities.

Falamos aqui até a rouquidão que os fundamentos do açúcar são fortes e qualquer número de moagem abaixo do esperado nesse inicio de safra no Centro Sul do Brasil iria trazer consequências nos preços. Dito e feito. O mercado retoma, ainda que timidamente, o foco nos fundamentos. Também dissemos aqui que o spread março 2012/maio 2012 negociado a 10-12 pontos há algumas semanas era muito barato, pois quando todos começassem a fazer as contas baseados nos fatos reais da safra, a percepção de aperto na oferta iria ocorrer e pressionaria a compra do spread. O que aconteceu? Exatamente o que dissemos. E fechou a semana em 38 pontos. Não é querer ser pitonisa, é só olhar o que está na nossa cara. Embora cada pessoa veja a coisa de sua maneira. Como aquele cara da piada que dizia que “queria morrer tal qual o avô, dormindo e despreocupado, e não gritando e aterrorizado como os 45 passageiros do ônibus despencando precipício abaixo que ele dirigia”. Só viu a parte boa.

O mês de maio tem sido terrível para as commodities de uma maneira geral. O açúcar até que se comportou bem parecendo “fingir que não era com ele” toda essa pressão em cima das commodities. No acumulado do mês, a prata lidera o derretimento em quase 18%, café e petróleo despencam 11%, cacau amarga 7%, enquanto o açúcar está no zero-a-zero. Segunda-feira é feriado nos Estados Unidos, portanto a semana que vem será curta.

Não tem mágica e o governo pode usar seu “jus esperniandis”, ou seja, o sagrado direito de espernear à vontade. A produção estagnada de cana dos últimos dois anos (falta de investimento) combinada com o crescimento da frota doméstica de veículos flex vai fazer com que o etanol suba de preço acentuadamente na entressafra. Se o hidratado sobe de preço, o consumidor pula para a gasolina e passa a consumir mais anidro que vai na mistura. A estatal do petróleo tem que importar mais gasolina e a logística e planejamento não podem falhar. Como disse um experiente executivo do setor: ”é um jogo perde-perde, o ideal seria que o governo sentasse com o setor e fosse à mídia explicar o que ocorre com o mercado, ao invés de usar o setor como bode expiatório”. Muito difícil esperar atitudes de altruísmo por parte dessa gente, só de altivez.

O CFTC puniu dois traders de uma empresa de negociadora petróleo por claramente manipular preços negociados na bolsa de petróleo no auge da explosão de preços em 2008, quando o barril atingiu US$ 147.

Grandes instituições financeiras apontam que as recentes quedas no preço do petróleo constituem-se em excelente oportunidade de compra, e que o petróleo tem um potencial de subida de preço na ordem de 20% até o final do ano. Se isso ocorrer – e é bom não ficar se apaixonando pelo noticiário – o etanol pode ter seus preços sustentados elevando a curva de preços do açúcar brasileiro.

E o Fundo Fictício da Archer Consulting, a queda da volatilidade e a deterioração do tempo proporcionaram um resultado positivo na semana de US$ 317,394.94 elevando o ganho acumulado para US$ 7.851.118,25 que, para um fundo com 876 dias de existência, dá um retorno anualizado de 148,23%. Nosso delta está em 153 lotes equivalentes short (vendido) e vamos ajustá-lo se atingirmos 250.

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Fonte:
Archer Consulting

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