Café: Bolsa de Nova York encerra semana com 13° pregão em baixa
É inacreditável o que vem acontecendo com os preços do café. Ontem os contratos de café na ICE Futures US em Nova Iorque fecharam o 13º pregão consecutivo em baixa.
Os preços pagos aos cafeicultores estão abaixo dos custos de produção até dos produtores mais eficientes e tecnificados, levando prejuízo e insegurança a milhares de famílias no Brasil e nos demais países produtores. Cafeicultores que ainda no início deste ano eram incentivados a investir em aumento de produção, qualidade e certificações, se veem obrigados a vender a preços aviltados, sob a alegação de excesso de produção nos principais países produtores.
O que mais chama a atenção nesta crise de preços no mercado de café verde é que ela acontece em um período de desenvolvimento de novos produtos e crescimento do mercado mundial de café, provavelmente o melhor de toda a longa história do consumo de café. Cafeterias são abertas aos milhares, novos consumidores são conquistados em países como Rússia, Índia, Coréia do Sul e China. Jovens adotam o café como sua bebida preferida, obrigando as maiores indústrias de refrigerantes do mundo a lançarem produtos com café. Cadeias de “fast food” como McDonalds e Dunkin’ Donuts agora tem o café como atrativo.
Os negócios e os lucros das indústrias internacionais de torrefação crescem nos principais países consumidores a ponto de a Suíça, com longa história na produção de queijo e chocolates, ter agora uma receita duas vezes maior na exportação de café industrializado do que a alcançada com seus dois tradicionais produtos de exportação.
Enquanto isso acontece, os cafeicultores brasileiros, muitos com suas trabalhosas certificações 4C, UTZ, Rainforest, Fair Trade (?), amargam grossos prejuízos. Para completar o quadro, aparecem lideranças sugerindo a importação de café verde pelo Brasil.
O mercado físico de café no Brasil apresentou-se apático e desinteressado. Os produtores vendem o suficiente para pagar seus compromissos, mas o desânimo e a descrença com o negócio crescem a cada semana.
Até o dia 31, os embarques de outubro estavam em 2.237.705 sacas de café arábica, e 64.858 sacas de café conillon, somando 2.302.563 sacas de café verde, mais 183.565 sacas de café solúvel, totalizando 2.486.128 sacas embarcadas, contra 2.173.267 sacas no mesmo dia de setembro. Até o dia 31 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em outubro totalizavam 3.056.114 sacas, contra 2.889.410 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 25, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 1, caiu nos contratos para entrega em dezembro próximo, 355 pontos ou US$ 4,70 (R$ 10,59) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 18 a R$ 315,77/saca e hoje, dia 1 a R$ 314,71/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em dezembro, a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 15 pontos.
ANTONIO PEDRO DA SILVA Santos - SP
O que realmente da a impressão é que: para os países importadores do café, quanto pior a queda melhor. vários países já estão produzindo café e a oferta de preços por lá é baixa pois é um café de pior qualidade. e da forma como Rússia, Índia, Coréia do Sul e China e Cadeias de “fast food” como McDonalds e Dunkin’ Donuts usam e preparam o café pouco importa se a bebida é boa ou não. Creio que por lá, bebida mole, dura, dura riada e rio é coisa pra técnico. Não vejo ainda esse ano, reação para alta de preços do café.