Café: NY segue em queda e o mercado físico brasileiro com baixo volume de negócios

Publicado em 23/06/2018 10:39

Tivemos mais uma semana com o real se desvalorizando frente ao dólar e as cotações do café oscilando entre pequenas baixas e altas. Com o dólar avançando frente ao real, os contratos de café com vencimento em setembro próximo na ICE Futures US recuaram 60 pontos nestes cinco dias úteis, enquanto os operadores em Nova Iorque finalizavam a rolagem para setembro dos contratos com vencimento em julho próximo. 

O mercado físico brasileiro apresentou mais uma semana calma, com volume baixo de negócios fechados. Foram principalmente lotes da nova safra, de qualidade mediana, com quebra no preparo entre 30 e 40%, vendidos por produtores que precisaram de caixa para fazer frente às despesas de colheita. 

A longa greve dos caminhoneiros, apesar de terminada continua dificultando os negócios. Os fretes subiram e preocupam um setor que já teve seus custos bastante afetados pela alta do dólar que influencia os preços dos insumos e dos combustíveis. 

O inverno brasileiro, que começou ontem, trazendo a tradicional preocupação com as ondas de frio sobre os cafezais do sudeste brasileiro, mais a confusa situação política e econômica brasileira às vésperas das eleições deste ano e as tensões na economia mundial, com a guerra comercial deflagrada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que já afeta o crescimento da economia dos países desenvolvidos, levam os cafeicultores brasileiros a venderem com muita moderação e apenas o necessário para fazer frente às despesas mais próximas. 

A colheita está atrasada, mas agora avança em bom ritmo. Com os primeiros lotes beneficiados os cafeicultores já avaliam que a safra brasileira será de bom tamanho, mas não chegará perto do esperado por alguns traders que falavam em números muito acima dos estimados pela CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. 

Estamos chegando ao final do ano-safra 2017/2018 e o estoque privado de passagem, em 30 de junho próximo, será muito pequeno, provavelmente o menor da história da cafeicultura brasileira. Sempre é bom lembrar que os estoques públicos zeraram no final de 2017. 

Em nossa opinião, teremos um início de ano-safra bastante difícil e os compradores terão sempre dificuldades para completar suas compras, tanto para abastecer o consumo interno como para completar os embarques brasileiros. 

A "Green Coffee Association" divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 6.867.594 em 31 de maio de 2018. Uma alta de 135.030 sacas em relação às 6.732.564 sacas existentes em 30 de abril de 2018. 

Até dia 22, os embarques de junho estavam em 1.027.643 sacas de café arábica, 203.600 sacas de café conillon, mais 123.766 sacas de café solúvel, totalizando 1.355.009 sacas embarcadas, contra 1.267.498 sacas no mesmo dia de maio. Até o mesmo dia 22, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em junho totalizavam 1.911.871 sacas, contra 1.704.276 sacas no mesmo dia do mês anterior. 

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 15, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 22, caiu nos contratos para entrega em setembro próximo 60 pontos ou US$ 0,79 (R$ 2,99) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam no dia 15 a R$ 580,15 por saca, e hoje dia 22 a R$ 584,77. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em setembro a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 70 pontos.

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Fonte:
Escritório Carvalhaes

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