Análise de mercado do feijão

Publicado em 22/01/2010 14:02
O feijão carioca em fardo  não tem conseguido atingir o nível tradicional de qualidade das principais marcas nos centros de consumo. Assim há necessidade de baixar a nota da cor, mas jamais a qualidade. A cerca de 6 meses não aparecem ofertas de nota 10  para dar seqüência com ofertas ao supermercados. Com as chuvas desta semana, muito mais intensas no dia de ontem  no Paraná e Santa Catarina, percebe-se que no que depender desta região a situação da qualidade não será resolvida tão cedo. Para um mercado com tanta oferta de feijão as noticias que começaram a chegar agora foram consideradas excelentes. Está acontecendo o seguinte: Com os preços baixos praticados durante Dezembro e Janeiro está havendo forte desestímulo ao plantio da segunda safra. Percebe-se claramente que as Secretarias da Agricultura da região Sul não captaram ainda o tamanho do estrago que está havendo na quantidade de feijão a ser colhida. Logicamente, todos sabem que as chuvas em certo grau propiciam uma queda de qualidade, mas como se estendeu por muito tempo estamos, sim, tendo perda de quantidade também. Ela não está sendo percebida, pois a colheita está a todo vapor e logicamente não é agora o efeito desta menor produtividade nos preços. Isto será somado ao fato de que preços baixos vão desestimular o plantio da safrinha. Outro fator é que os produtores estão usando muito grão e sobram sementes em diversas regiões. Certamente estes grãos não darão o resultado esperado para uma semente certificada.  Quanto ao mercado,  ontem a região de MG e GO voltaram a ceder e boa mercadoria foi adquirida por R$ 65,  o que representa posto São Paulo R$ 77. Esta mesma mercadoria se adquirida em São Paulo na bolsinha vale R$ 80. 

FEIJÃO PRETO - Alguns poucos empacotadores estão realizando alguma importação de feijão preto da Argentina. Diante do fato de que não temos boa qualidade  por este feijão foi pago ao redor de US$ 630 por T. Aqui, no mercado interno, poucos lotes de feijão tipo 2 foram comercializados ontem por R$ 67. O produtor de pequenos volumes recebe entre R$ 57 e 60.  

FEIJÃO RAJADO É muito boa a procura pelo feijão rajado. O sudoeste do Paraná tem no momento os mais felizes produtores. Afinal,  a produtividade foi boa e o produto tem se mostrado mais resistente às chuvas do que os feijões preto e carioca.  Comenta-se que, em Belém, preço final  não fica abaixo de R$ 125. O valor pago ao produtor está sendo mantido ao redor de R$ 100. Plantar rajado pode ser muito interessante nesta segunda safra. Afinal se não for vendido aqui tem mercado mundo afora seguramente.   

FEIJÃO CAUPI - O mercado brasileiro provavelmente será muito bem abastecido de feijão caupi ao longo do ano. Mas novamente as oportunidades de exportação estarão abertas. O valor pago ao produtor dependerá muito da variação cambial. No momento feijão de hilo marrom, sem mistura de soja e de boa qualidade para empacotamento,  chega a valer  até R$ 55/60 em São Paulo. Para FOB fazenda pagou-se durante a semana R$ 40 em Tocantins

FEIJÃO ALUBIA - Como a próxima safra de feijão Alubia argentino está longe, o grão só deverá ser colhido em Maio e Junho. A lógica é que o produto, o melhor produto, que hoje já está sendo vendido em São Paulo entre R$ 1,85 e R$ 1,90, valorize-se ainda mais até maio ou junho. O Brasil em mais dois anos poderá produzir este feijão. As pesquisas, patrocinadaspor empresas especializadas neste produto, avançam com força.

Fonte: Correpar

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