Análise de mercado do feijão

Publicado em 26/02/2010 15:17

FEIJÃO CARIOCA - A reação do mercado paulista de ontem mostra que há como determinar preço se na origem o produtor decide esperar para comercializar. Claro que em época de super abundância isto é difícil, mas a partir de agora por pelo menos 60 dias quem manda é o produtor.  Assim, afeta cada vez menos se as cotações da região do Brás sobem ou descem, o que importa na realidade é a origem.  Obviamente quando temos uma alta substancial como a ocorrida ontem em São Paulo a pergunta que surge é: se no campo os preços já vinham sendo alterados desde o fim do Carnaval porque somente ontem refletiu em São Paulo? Quem acompanha de perto este mercado tem opiniões interessantes devido à falta de transparência do mecanismo de precificação atual. Com o leilão eletrônico disponível, rapidamente esta revolução na precificação, com segurança, irá naturalmente nortear o mercado. Compradores acenaram com R$ 80 na fonte por mercadoria melhor, mas os vendedores se retiraram totalmente. R$ 65/70 para feijão 7,5. No Paraná a comercialização parou ontem.  

FEIJÃO PRETO - O mercado de feijão preto manteve o viés de alta.  Novamente com a reação do campo o mercado como um todo está reagindo. O preço de fardo já aponta para acompanhar a reação mesmo com toda resistência do varejo. R$ 65 já não impressiona nenhum produtor e por bom produto o preço já chega a algumas casas até R$ 70. R$ 80 também não encantam os cerealistas para venda CIF. 
 

Leilão de feijão via Bolsa negociou 143 toneladas

Este foi o primeiro evento da modalidade no país. Segundo os organizadores o pregão representa uma referência de preços segura e transparente, diferente do que se vê hoje no mercado.

Na manhã desta quarta-feira (24) ocorreu o primeiro leilão eletrônico de feijão via Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM). Segundo os organizadores, o evento representou uma inovação na maneira de negociar feijão abrindo caminho para um mercado com operações mais rápidas e menos onerosas e,  em especial,  a possibilidade de ter uma referência de preços segura e transparente, diferente do que se vê hoje no mercado.

Foram ofertadas no evento 647 toneladas de feijão da região de Castro (Campos Gerais do Paraná), entre grãos do tipo carioca  e preto. O evento ocorreu durante toda a manhã desta quarta. Oitenta e cinco por cento dos 19 lotes receberam ofertas e 143 toneladas do grão, direto do produtor,  foram vendidas a preços próximos aos praticados no mercado (entre R$45 e R$55).  

Murilo Garcia, analista da Correpar junto à BBM e um dos organizadores do evento, explica que o leilão ocorreu de forma bastante positiva. “A negociação foi tranqüila, dentro das expectativas. Apesar de nem todos os lotes alcançarem os preços pedidos, as ofertas demonstraram  muito interesse de compra, o que significa que agora, abrimos mais uma porta para o mercado do feijão”.

A Cooperativa Batavo, participou do leilão oferecendo oito lotes. Destes, cinco foram negociados. Segundo o operador de mercado da organização, Mario Dykstra, o leilão representa mais do que apenas mais uma modalidade de venda.  “Nós acreditamos que isso vai trazer uma maior liquidez ao mercado”, afirmou.

Dykstra comentou ainda que por ser ainda novidade, o leilão criou uma grande expectativa. Apesar dos produtores ainda estarem receosos, o evento não decepcionou. “Os produtores que acompanharam o leilão já viram que a ferramenta é bastante segura para eles. Esse foi só o primeiro. Agora, depende de bastante trabalho e dedicação levar a isso a todo mercado”, afirmou o Murilo Garcia.

Se depender da Cooperativa Batavo, isso não vai demorar. Dykstra  já afirmou que  a organização vai continuar a participar dos leilões. “Estamos apostando nisso,  porque é um trabalho simples e transparente”, explicou.

Para Marcelo Eduardo Lüders,  idealizador e organizador do evento  esse primeiro leilão em Castro serve como modelo para que, a partir de agora, se de seqüencia na divulgação da tecnologia.  “Estávamos esperando esse primeiro leilão, piloto,  para levar a tecnologia para outras regiões onde haja condições técnicas para classificar o feijão. Vislumbramos que em um horizonte de seis meses já seja possível ter ofertas de todo Brasil”, finalizou.
Mercado atacadista do Bras

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Preço pago ao produtor

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Fonte:
Correpar

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1 comentário

  • Roberto Castro Oliveira uberlandia - MG

    Parabéns aos organizadores do evento .

    Gostaria de um contacto direto com o sr: Murilo Garcia, para que eu possa colher informacões e posterior divulgacão dessa prática em minha região .

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