Mercado do feijão: somente as vendas em fardo seguem seu curso normal

Publicado em 27/07/2010 16:01 e atualizado em 09/03/2020 19:43

FEIJÃO CARIOCA 7H30 - Os  preços ficaram  altos por um bom tempo justamente na minha vez de colher cai"? Esta frase foi muito ouvida ontem junto dos produtores. Claro que todos entendem que não é questão de sorte ou azar, mas que isso ocorre porque  chegou o pior momento deste segundo semestre - se as previsões estiverem certas. Com soja,  milho e trigo em condições desfavoráveis de preço,  a natural concentração de oferta fazia parte do rol de possibilidades para este período de colheita da terceira safra. O que vamos assistir agora é, de um lado, empacotadores comprando o mínimo possível diariamente e, de outro, produtores sem saber se esperam, se o mercado pode ou não ficar pior. O jogo segue nas mãos dos produtores, pois o volume total disponível para alcançar a primeira safra do ano que vem nao é grande, mas se todos decidirem que o preço mesmo ao redor de R$ 90 está bom,  ele cairá mais ainda no curto prazo. A bem da verdade para produtividades acima de 50 sacos de 60 kgs por hectare esta cultura ainda está remunerando muito bem. Ontem,  após  a queda  expressiva e rápida dos últimos dias,  muitos, naturalmente, preferiram não operar nem vendendo nem comprando nas fontes. Somente as vendas em fardo seguem seu curso normal,  acompanhando muito lentamente o feijão em saco. Foram registrados vendedores oferencendo FOB Goiás e Minas Geraispor R$ 95 para nota 9 e compradores sugerindo, mais do que comprando, por R$ 90. No interior de São Paulo estão sendo registrados negócios de feijão comercial ao redor de R$ 80/90. O leilão da Conab terá como preço de abertura R$ 63 e deve atrair compradores,  pois aquele produto nota 6/7 segue com poucas opções de vendedores e encaixa bem para cestas básicas e cozinhas industriais menos exigentes. Nesta madrugada em Sao Paulo as ofertas eram de 13 mil sacas. Os preços baixaram um pouco mais: feijão nota 9 foi oferecido na abertural a R$ 115,  o nota 8 a R$ 105 e onota 7 a R$ 90.

 

FEIJÃO PRETO 7H30- Diminuiram bem as ofertas de feijão de boa qualidade esta semana. No Paraná percebe-se que provavelmente a menor pressão de vendedores esta ligada com o fato de que os produtores já tem em mãos o valor dos financiamentos a vencer nos próximos dias. Os argentinos, após uma venda grande para américa central diminuíram também a pressão sobre o nosso mercado e seguem na linha de frente,  agora com as ofertas advindas da Bolívia. Aquele mercado deverá ofertar para o Brasil cerca de 12 mil  t segundo estimativas de comerciantes ligados àqueles produtores. Ontem,  negócios ao redor de R$ 90 CIF São Paulo e Rio. Não se deve levar em consideração valores acima disso que são vinculados,  CIF,  em função de que ocorrem em pequenos volumes e por feijão extremamente bem maquinado, polido, seletronisado.

Fique de olho -  Já foram finalizados os testes com o colorímetro.  O aparelho tem agradado os produtores e compradores por ser uma ferramenta contra o auto grau de subjetividade que acompanhou este mercado nos ultimos 40 anos. A explicação de que "hoje este feijão é nota tal" não existirá mais. O preço pode oscilar, porém a cor será sempre aquela indicada pelo colorímetro. Chegará a época que,  assim como ocorreu com  o medidor de umidade, quando existir dúvida se recorrerá ao instrumento. O empacotador, tantas vezes tido como o vilão, terá um instrumento insuspeito para avaliar a cor. E o produtores  que tantas vezes ficavam na dúvida e frequentemente se sentiam ludibriados terão possibilidade de rapidamente estabelecer a cor e consequentemente o preço do seu feijão. Este mercado chega finalmente ao século 21 e este é somente o primeiro de muitos passos que serão dados para a evolução necessária do mercado e para acompanharmos o restante do mundo das commodities agrícolas.

 

 

Preço da Saca de 60 kg

Fonte: Correpar

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