Mercado do Feijão: produtor aguenta dez altas mas não suporta uma baixa

Publicado em 30/07/2010 16:06

FEIJÃO CARIOCA 7H30 -  Tem-se como  uma característica do mercado do feijão a ideia contida na seguinte afirmação: produtor aguenta dez  altas mas não suporta uma baixa. Ou seja, quando cai um pouco bate o desespero e aí o mercado cai mais ainda pela pressão do próprio produtor. Na verdade esta é uma verdade sobre o ser humano. A dor da perda é tão grande que se torna uma tortura esperar um dia mais sob a possibilidade de que a perda aumente. Quando algo valoriza, enchem-se de confiança, e o otimismo exacerbado faz com que se percam oportunidades quando temos indicativos de valorização que nem sempre se confirmam. Nesta oportunidade percebe-se que esta afirmação está contribuindo muito mais do que o volume total colhido neste momento para as baixas ocorridas nesta semana. Óbvio que cada produtor decide baseado também em sua situação financeira do momento e baseado nesta realidade  vende uma pequena parte de seus estoque, do outro lado, os empacotadores passam a esperar para ver se o mercado cede mais um pouco e compram o mínimo necessário. Terminamos a semana sem a certeza de qual é efetivamente o valor do produto nas fontes. Aconteceram vendas ao redor de R$ 90 mas também um parcela importante dos produtores já buscam meios de guardar e esperar pois é obvio, para eles, que o volume total  a ser colhido nesta terceira safra é pequeno e elevara os preços em 30 ou 40 dias. Apostam que a perda da cor será facilmente compensada pela valorização. Nesta madrugada houve um movimento minimo em São Paulo com oferta declarada pelos operadores de cerca de 8 mil sacas e venda    2.300  sacas os preços de R$ 110 para nota 9, R$ 95 para nota 8 e R$ 80 para 7.

FEIJÃO PRETO 7H30- Este mercado encerra esta semana de um lado com possibilidade de que aja uma pequena reação nos preços do fardo e por outro uma expectativa de diminuição nos preços da Argentina. A sombra da entrada do produto da Bolívia manterá os preços sem grandes variações no mercado interno, segundo a opinião da maioria dos operadores consultados ontem. CIF Rio de Janeiro ontem manteve-se em R$ 85/90 dependendo muito da qualidade o produto.

 

Fique de olho -  Os empacotadores tem bons motivos para se preocupar após as colocações do Mapa sobre a responsabilidade que será imputada a indústria pelos resíduos químicos a serem detectados nas amostragens de feijão a partir do ano que vem. Antes disso, em caráter diagnóstico,  o Ministério desenvolverá trabalho de analise estatística dos feijões empacotados a fim de se ter idéia da gravidade da situação. O Idec,  em revista que circula este mês,  voltou a chamar atenção para o fato de que o feijão apresenta resíduos de produtos químicos não recomendados. Uma das soluções sugeridas é de que o responsável técnico pela produção forneça atestado que garanta a aplicação dos produtos recomendados para a cultura. Em breve os produtores poderão também ser penalizados. Cabe ao setor contribuir com suas observações,  tão logo volte o documento final para consulta pública,  a fim de que as responsabilidades seja equanimente distribuídas.
 
 

 

 

Preço da Saca de 60 kg

 

Fonte: Correpar

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