Leite: Preço médio real é o mesmo de maio de 2010

Publicado em 30/05/2011 13:07 e atualizado em 06/03/2020 12:10

Em maio, o preço médio pago pelo leite ao produtor (referente à produção de abril) aumentou 5,5% (o equivalente a 4,4 centavos por litro) em relação ao mês anterior, impulsionado pela menor oferta do produto neste período de entressafra. O valor médio (bruto) foi de R$ 0,8399/litro – considera-se a média ponderada dos estados do RS, SC, PR, MG, GO, SP e BA. Em termos reais, ou seja, descontando-se a inflação (IPCA de abril/11), o valor pago pelo leite ficou no mesmo patamar observado em maio do ano passado (leve recuo de 0,1%); em termos nominais, houve alta de 5,2% frente àquele mês.

O Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite) recuou quase 2,8% entre março e abril considerando-se as médias diárias. Em São Paulo e em Minas Gerais, o índice manteve-se praticamente estável, enquanto nos demais estados desta pesquisa (RS, PR, GO e BA) houve queda. No Rio Grande do Sul, a redução do ICAP-Leite em abril chegou a 7,9%, em Santa Catarina, a 9,5% e no Paraná, foi de 3,8%. Entretanto, agentes do setor esperam aumento da captação a partir do final de maio/início de junho na região Sul, com a chegada do período de safra. As condições climáticas têm sido favoráveis à produção de forrageiras de inverno – especialmente aveia e azevém – e produtores sulistas têm a expectativa de uma boa safra neste ano, com aumento de cerca de 10% a 15% em relação à produção de 2010 (maio a setembro). 

Desde dezembro/10, quando o índice de captação atingiu o maior patamar da última safra, houve recuo de 10,1% do ICAP-Leite. De janeiro a abril, ICAP-Leite/Cepea registrou leve recuo de 0,6% no comparativo com o mesmo período do ano passado – o estado que mais apresentou redução do índice neste período foi Goiás, de 13%.

De acordo com a pesquisa mensal realizada pelo Cepea junto a compradores de leite, para o pagamento de junho (referente à produção entregue em maio), 49% dos agentes de mercado consultados (que representam 54% do volume de leite da amostra) acreditam em nova alta de preços. Para outros exatos 49% dos entrevistados (responsáveis por 42% do volume amostrado), deve haver estabilidade e, para 2% dos agentes (que representam 2% do volume), os preços pagos aos produtores podem recuar.

O mercado firme de derivados (especialmente de leite UHT), a tendência de oferta restrita no Sudeste e no Centro-Oeste e os custos relativamente elevados são os principais fundamentos para a expectativa de que os preços do leite, em junho, sigam nos mesmos patamares ou em alta. Por outro lado, o início da safra de inverno no Sul e a expectativa de que a oferta daquela região seja maior neste ano podem limitar aumentos de preços nos próximos meses.

Outro fator que preocupa todo o setor neste momento são as elevadas importações de derivados lácteos, especialmente leite em pó e queijos. Somente no primeiro quadrimestre deste ano, as compras externas em equivalente leite somaram 384 milhões de litros e já superaram o volume importado no ano de 2008 inteiro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No comparativo com o primeiro quadrimestre de 2010, o aumento em volume é de 98%. Por sua vez, a exportação nacional de lácteos diminuiu 46% na comparação com o começo do ano passado.

AO PRODUTOR – O maior aumento de preços em maio ocorreu no estado do Paraná. O valor médio subiu para R$ 0,8510/litro (valor bruto), alta de 10,1% (ou 7,8 centavos por litro) em relação a abril. No entanto, é preciso ressaltar que, de janeiro a abril deste ano, o preço médio no Paraná aumentou apenas 2%, bem menos que as altas verificadas nos demais estados, entre 8% e 11%.

No Rio Grande do Sul, o preço médio bruto foi de R$ 0,8113/litro, alta de 7% (ou 5,3 centavos por litro) em relação ao mês anterior. Em Santa Catarina, a média foi de R$ 0,8456/litro, aumento de 4,3%, ou 3,5 centavos por litro, frente a abril.

Em São Paulo, a média foi de R$ 0,8680/litro, a maior verificada entre os estados desta pesquisa (MG, RS, SP, PR, GO, BA e SC). O aumento médio no mercado paulista foi de 5,2% (ou 4,3 centavos por litro) entre abril e maio. Em Minas Gerais, o preço médio foi de R$ 0,8379/litro, alta de 4,7% (3,8 centavos por litro) frente a abril. No estado de Goiás, a alta foi de 4,4% (3,6 centavos por litro), com média de R$ 0,8458/litro. Na Bahia, a média foi de R$ 0,7174/litro, aumento de 2,9% (ou 2 centavos por litro).

 

 

Fonte: Cepea

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