Leite: Clima no Sul desacelera captação; preço segue firme

Publicado em 31/08/2011 11:52
A oferta de leite relativamente estável em julho, devido ao clima desfavorável no Sul, e também à entressafra no Sudeste e Centro-Oeste, sustentou os preços em agosto. O valor médio pago aos produtores em agosto (referente à produção entregue em julho) seguiu no mesmo patamar dos meses anteriores, com leve aumento de 0,6% frente ao pagamento de julho, a R$ 0,8698/litro (preço bruto) – média ponderada dos estados de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA.

O preço médio de agosto foi 18% superior ao do mesmo período do ano passado, em termos reais (valores deflacionados pelo IPCA de julho/11). Em agosto de 2010, os preços estavam em queda, por conta do aumento da produção no período.

O Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite) desacelerou na região Sul em julho. Na média ponderada pela produção dos três estados, houve aumento de apenas 1,7% de junho para julho. O motivo para o menor ritmo de aumento foi o clima desfavorável na região (geadas e frio intenso), que prejudicou a produção de pastagens.

De modo geral, agentes consultados pelo Cepea no Sul do País comentam que a produção desta safra de inverno de 2011 deve ser inferior à estimada anteriormente, ficando semelhante à do ano passado – inicialmente, agentes tinham expectativa de que a safra de inverno deste ano fosse de 10% a 15% superior à de 2010. No Rio Grande do Sul, onde o impacto do clima na produção de leite foi maior, o Índice de captação caiu 0,5% no acumulado deste ano (até julho) em relação a igual período do ano passado.

O clima seco no Sudeste e Centro-Oeste e os custos em alta também limitaram a produção de leite nessas regiões. No geral, o ICAP-Leite aumentou 1% em julho, considerando-se a média Brasil (sete estados). No acumulado de 2011, o Índice reduziu 2,2% frente ao mesmo período do ano passado – o recuo foi bastante influenciado pela forte retração da oferta em Goiás, de 15% no período.

Para setembro, agentes do setor consultados pelo Cepea acreditam que o mercado deve seguir firme. No segmento de leite cru (mercado spot – comercialização entre as empresas), os preços têm se sustentado pela menor oferta de matéria-prima, o que acirra a disputa pelo leite entre os laticínios. Vale lembrar que o mercado spot funciona como um “termômetro” para o mercado de leite ao produtor.

Para o próximo pagamento, 50% dos agentes entrevistados pelo Cepea (que respondem por 49% do volume de leite amostrado) acreditam em alta nos preços, enquanto 47% dos agentes (responsáveis por 51% do volume da amostra) esperam estabilidade. Apenas 3% dos entrevistados (que respondem por menos de 0,5% do volume de leite) acreditam em queda nas cotações. Este cenário é verificado tanto na região Sudeste e Centro-Oeste, onde o período é de entressafra, quanto no Sul do País.

AO PRODUTOR – Em agosto, o maior aumento do preço pago ao produtor ocorreu em Santa Catarina, de 4,6% (ou de 3,7 centavos por litro) em relação ao pagamento de julho, com a média a R$ 0,8599/litro. No Rio Grande do Sul, os preços ficaram estáveis (ligeiro aumento de 0,07% frente a julho), com média de R$ 0,7929/litro. No Paraná, houve leve recuo de 0,9% (menos de um centavo por litro) entre julho e agosto, a R$ 0,8554/litro.

Em São Paulo, o preço médio se manteve no mesmo patamar de julho, a R$ 0,9244/litro (ligeiro recuo de 0,04% em agosto). Em Minas Gerais, a média foi de R$ 0,8827/litro, aumento de 1,3% (1,2 centavo por litro frente a julho). Em Goiás, o acréscimo também foi tímido, de 0,8% em relação ao mês anterior, fechando a R$ 0,8955/litro. Na Bahia, houve elevação de 2,1% (1,5 centavo por litro), com a média a R$ 0,7492/litro em agosto.

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Fonte:
Cepea

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