Soja sente mau momento do milho e fecha sexta-feira com quase 50 pontos de queda na CBOT

Publicado em 04/10/2010 07:13
Queda acentuada dos preços futuros de milho derruba cotações futuras de soja, em Chicago.

Comentário:

Nesta sexta-feira, primeiro de outubro de 2010, as cotações futuras de soja relativas aos três primeiros vencimentos fecharam com perdas sólidas, na Bolsa Mercantil de Chicago (CME), conforme a tabela acima. Estima-se que os fundos de especulação tenham vendido cerca de 8.000 lotes futuros (1.088.000 toneladas) de soja. O colapso das cotações futuras da oleaginosa ocorreu na esteira do mergulho dos preços no vizinho pregão futuro de milho, em Chicago.

As vendas maciças de milho ocorreram em conseqüência da expressiva reavaliação para cima dos estoques trimestrais da forrageira efetuada na última quinta-feira pelo Departamento de Agricultura norte-americano (USDA). Os fundos de especulação especializados em acompanhar tendências de médio e de longo prazo estavam carregando grandes posições especulativas compradas em milho e tiveram condições de liquidar parte delas com lucro, tendo vendido cerca de 30.000 lotes futuros dessa forrageira. Se o preço futuro do milho recua, desfaz-se a exigência de cotação futura de soja mais alta, de forma a assegurar suficiente área de plantio para a oleaginosa (em competição com o milho), nos EUA.

O acentuado recuo do milho derrubou as cotações futuras de soja mais do que qualquer outro fator, apesar de o USDA ter anunciado a venda de 110.497 toneladas da oleaginosa de origem norte-americana para a China e apesar da queda do estoque total de óleo de soja nos EUA de aproximadamente 1,61 milhão de toneladas, em julho último, para cerca de 1,49 milhão de toneladas, em agosto recente.

Dentre os demais fatores negativos aparecem o clima de forma geral favorável à colheita da oleaginosa nos EUA (eom  relatos de expressivas produtividades) e ainda notícias dando conta de perspectivas climáticas benéficas para as safras de soja da América do Sul, malgrado as incertezas ainda existentes sobre áreas sujeitas a estiagem, no Mato Grosso.

Cumpre observar que o notável rally de alta dos preços futuros de petróleo em Nova Iorque não conferiu suporte às cotações futuras de soja, em Chicago.

Fonte: SojaNet

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Soja em Chicago sobe mais de 30 pontos motivada por fundamentos que vão desde chuvas no RS, alta do farelo e plantio lento nos EUA
Fim da colheita de soja no RS e em Santa Catarina deve ser impactada pelas chuvas previstas para os próximos dias
Soja volta a subir forte na Bolsa de Chicago nesta 2ª feira com reflexos ainda da cheias no RS
Inundações no Rio Grande do Sul trazem grandes incertezas para a soja brasileira
Soja recua em Chicago nesta 2ª, voltando a focar o clima bom nos EUA