Diante da desvalorização do dólar, soja encerra a segunda-feira com forte alta em Chicago

Publicado em 26/10/2010 06:25
Desvalorização do Dólar dos EUA e outros fatores ensejam rally de alta das cotações futuras de soja, em Chicago.

Comentário:

As cotações futuras de soja relativas aos três primeiros vencimentos fecharam com ganhos acentuados, nesta segunda-feira, vinte e cinco de outubro de 2010, na Bolsa Mercantil de Chicago (CME), conforme a tabela acima. As cotações relativas ao vencimento Novembro/2010 chegaram a tocar no nível máximo da semana passada - US$12.23 ½ por bushel - e encerraram apenas US¢6 (seis centavos de dólar) por bushel abaixo daquele nível máximo. Ainda assim, tais cotações atingiram o valor mais expressivo dos fechamentos pertinentes ao referido vencimento, se considerados os últimos vinte e cinco meses e meio.

Vários fatores foram apontados como responsáveis pelo avanço registrado nesta data, no pregão futuro de soja em Chicago. Alguns desses fatores tiveram maior impacto em distintos pregões futuros (a exemplo do algodão e do arroz, além da própria oleaginosa) e desempenharam papel central na evolução positiva das cotações futuras da soja, nesta segunda-feira. Destacaram-se as influências altistas (i) da desvalorização do Dólar dos EUA perante outras moedas, (ii) do temor do recrudescimento da inflação nos EUA e (iii) da implacável demanda chinesa de soja.

Nesta data, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) anunciou a venda para a China de 232.000 toneladas de soja norte-americana da safra 2010/2011. O total dos embarques efetuados na semana passada de soja norte-americana destinada à exportação foi o mais alto dos últimos onze meses e somou cerca de 1,9 milhões de toneladas, em contrapartida ao total de aproximadamente 1,8 milhões de toneladas embarcadas de portos do país acima mencionado, na semana retrasada. Essa formidável demanda externa suscita o receio de que o estoque final de soja da safra norte-americana 2010/2011 venha a ser projetado em nível de intolerável escassez, com risco de desabastecimento do mercado doméstico da oleaginosa no aludido país, mais adiante.

A desvalorização do Dólar dos EUA perante outras moedas decorreu do insucesso durante o fim-de-semana da reunião dos países integrantes do grupo denominado G-20, no sentido de estabelecer objetivos concretos para permitir a harmonização das distintas políticas cambiais adotadas pelos países-membros daquela organização. Se não houver acordo, a desvalorização do Dólar norte-americano poderá continuar a agravar-se, o que será benéfico para a valorização adicional dos preços das commodities, inclusive da soja.

Conforme o USDA, parcela de 91 % da safra 2010/2011 norte-americana de soja já foi colhida. As expectativas prévias da parte de participantes do mercado futuro da oleaginosa em Chicago situavam-se entre 90 % e 95%.

Fonte: SojaNet

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Em Chicago, óleo despenca mais de 3% e pressiona ainda mais preços da soja nesta 3ª feira
Anec faz leve ajuste na exportação de soja do país em abril, que deve cair ante 2023
Apesar de altas no farelo e baixas intensas no óleo, soja trabalha com estabilidade em Chicago nesta 3ª
Soja em Chicago tem muita oscilação nesse inicio de semana, mas encerra com leves ganhos por conta da greve de processadores na Argentina
Greve na Argentina leva farelo a subir mais de 2% e soja acompanha altas em Chicago nesta 2ª