Segura firme, carne!

Publicado em 25/05/2012 20:04
Por Lygia Pimentel, médica veterinária, pecuarista e analista de commodities.
Olha lá, não falei? O mercado resolveu brincar de encontrar um piso. Como comentamos na semana passada, não estava mais tãããão fácil comprar boi gordo. Não que esteja difícil, mas depois da chegada do frio e da enxurrada de animais que apareceu, o mercado deu uma certa enxugada. Resultado disso? Os preços pararam de cair.

É, pararam de cair, mas não podemos dizer que a coisa firmou, não. Aliás, estamos num momento crítico, observe: 



Por que eu digo que estamos num momento crítico? Porque a carne está ensaiando perder o suporte que desenhei no gráfico, como vocês podem ver. Isso não é bom para o boi, definitivamente.

Mas olhem só que interessante: com a chegada do início de junho, será que as coisas não podem mudar? O consumo não ajuda um pouco?

Bom, recebi um comentário recente que dizia que esse negócio de consumo melhor na primeira quinzena é furada.

Aí fiquei me perguntando e resolvi reparar mais na movimentação do pessoal.

E observando, registrei algo pra compartilhar, então tenho uma coisa legal pra mostrar pra vocês hoje.

Bom, vou contar uma história. Todos os dias, às 19h30, eu saio pra correr. Faço um percurso de 8 km. Não me perguntem o tempo que levo pra completar essa distância, pois é vergonhoso. Mas já é alguma coisa. Enfim, no trecho final da corrida passo em frente ao maior e mais frequent ado supermercado da cidade.

Tirei uma foto do estacionamento na última semana de abril e na segunda semana de maio.

Pra não ter erro eu tirei as duas fotos numa quarta-feira, praticamente no mesmo horário, e pra não ter erro, escolhi a segunda semana de maio pra não isolarmos a influência do Dia do Trabalho e do Dia das Mães.

O resultado é bacaninha, apesar de a amostragem deixar muito a desejar. Olhem só, todo mundo de olho na diferença! Pra não ter erro eu tirei as duas fotos numa quarta-feira, praticamente no mesmo horário, e escolhi a segunda semana de maio pra isolarmos a influência do Dia do Trab alho e do Dia das Mães.


E aí cruzo essa pesquisa superficial e informal com o gráfico e acho que podemos ver algum
tipo de sustentação que casará com o suporte e com a leve enxugada de animais que temos observado.

Se isso acontecer, aparentemente a recuperação será gradual, lenta, afinal de contas, as escalas continuam longas, apesar de heterogêneas entre frigoríficos de grande e pequeno porte. De toda forma, o mercado futuro já sentiu isso e registrou valores próximos a 103,50 para o contrato de outubro recentemente. Bom, é algo para pensarmos. Pode ser uma oportunidade interessante.


Abraços a todos e até a próxima semana!

PS: neste domingo correrei minha primeira prova. Serão esses 8 km que treino todos os dias, e será aqui em Bebedouro mesmo. Desejem-me sorte, pois além de ser extremamente lenta, a correria da última semana não me permitiu treinar! Mas o que vale é terminar a prova!

Tags:

Fonte: Agrifatto

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Safra 2024 de café: hora de colher os resultados positivos do árduo trabalho do cafeicultor, Por Luis Guilherme Bergamin
Uma necessidade urgente, por Afonso Peche Filho e Thiago Pinto Pires
Secretaria da Fazenda de SP prorroga prazo para extinguir e-CredRural, por Douglas Guilherme Filho
Equidade na cana-de-açúcar: o caminho para um pagamento justo e sustentável
Safra 2023/2024 do Centro Sul: Aumento expressivo da moagem de cana foi principal fator na redução de 15,3% do custo do processamento industrial