Soja: O lucro pelo conhecimento

Publicado em 11/03/2013 08:38
Por Liones Severo
´´Em todos os tempos, o conhecimento é a maior fortuna que os pais desejam deixar para os seus filhos``.
 
No ultimo dia 8 deste mês, por ocasião da divulgação do relatório mensal do USDA, experimentamos um momento clássico do confronto entre a informação e o conhecimento. Logo após a divulgação do relatório, houveram fortes vendas de soja na Bolsa de Chicago, conhecidas como ordens estocadas e executadas por computadores (informação), mas logo a seguir houve uma forte recuperação nos preços por atividade do elemento humano (conhecimento).
 
´´O conhecimento não pode ser inserido num computador por meio de uma representação, pois neste caso seria reduzido a uma informação. Assim, neste sentido, é absolutamente equivocado falar-se de uma "base de conhecimento" num computador. No máximo, podemos ter uma "base de informação", mas se é possível processá-la no computador e transformar o seu conteúdo, e não apenas a forma, o que nós temos de fato é uma tradicional base de dados.

Associamos informação à semântica. Conhecimento está associado com pragmática, isto é, relaciona-se com alguma coisa existente no "mundo real" do qual temos uma experiência direta.
 
O conhecimento pode ainda ser aprendido como um processo ou como um produto. Quando nos referimos a uma acumulação de teorias, ideias e conceitos o conhecimento surge como um produto resultante dessas aprendizagens, mas como todo produto é indissociável de um processo, podemos então olhar o conhecimento como uma atividade intelectual através da qual é feita a apreensão de algo exterior à pessoa  -fonte wikipédia``.
 
O grande sucesso da China, resultou em desenvolver a industrialização a partir do conhecimento e da competência de artesãos do povo chines. A indústria téxtil havia deixado um forte conhecimento a partir da rota da seda, quando em 1850 os chineses já dominavam 20pct do mercado téxtil mundial. Atualmente detem 7pct desse mercado de texteis, que já consideramos demasiado. Logo após a revolução de 1949, liderada por Mao Tse Tung, a China desenvolveu um estupendo programa de produção e importação de algodão, com unidades industriais de até 30.000 operários cada, que ainda permance com um dos maiores segmentos de sustentação da economia chinesa.
 
Já, na revolução industrial ocidental, Henry Ford declarou que o operário nem precisava levar o cérebro para o trabalho, que consistia em apenas na atividade manual de apertar parafusos. Eis as diferenças que se apresentam com resultado completamente distintos.
 
De acordo com a OCDE, Organização de Cooperação ao Desenvolvimento Economico, cerca de 50pct dos negócios à nível mundial são de bens intangíveis, quase todos baseados no conhecimento como um produto,  já considerado como fator de resultado, assim como capital, trabalho e terra.
 
Quando os chineses me procuraram há 10 anos atrás, a ênfase era que terminava a forte política americana de subsídios, de 1996 a 2002, período de forte depressão para os preços da soja na Bolsa de Chicago. Terminada aquela etapa, os preços começavam a reagir em busca de novos patamares baseados na essência da oferta & procura. Naqueles anos, os chineses haviam desenvolvido uma matriz de produção e consumo de proteína que já não podiam abdicar de grandes importações de soja, o que realmente acontece até os dias de hoje.
 
Fazia muito sentido a preocupação dos chineses, mas empregando os ciclos de preços e suas respectivas volatilidades, tornou-se evidente que nem o vendedores precisam praticar os preços baixos e nem os compradores precisam pagar os preços mais altos. Não é um paradoxo essa afirmação e o meu livro ´Como Lucrar Negociando Soja`, comprova esta situação e sugere que os preços da soja são previsíveis.  
 
Os mercados agrícolas são hostis e voláteis, agregam muitos conteúdos informativos, falsos e verdadeiros. Somente o conhecimento pode trazer discernimento e tranquilidade para o campo.

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Fonte: Liones Severo

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