Pressão baixista sobre o milho safrinha, por Márcio Genciano

Publicado em 29/07/2013 15:08
Márcio Genciano é formado em Administração com Ênfase em Comércio Exterior e Pós Graduado em Gestão Organizacional, Consultor de Mercado e Gestão de Risco é Especialista em Comercialização nas áreas de Soja e Milho.

No último dia 25 participamos  do Fórum  Soja  Brasil em Toledo, região Oeste do  Paraná, promovido pelo Canal Rural, o qual foi um grande sucesso.  
Com o intuito de levar aos  produtores  rurais  informações  sobre o mercado de milho, na viagem até Toledo, nos deparamos com uma enormidade de milho safrinha ainda a ser colhido e a consequência disto se resume numa pressão ainda mais baixista para o cereal. Sabe-se que a região Oeste do Paraná é a maior produtora de milho safrinha do estado, mas, com as baixas temperaturas da última semana,  a preocupação era  que as  fortes geadas pudessem atingir alguma área ainda em fase de maturação, contudo, o que observamos é que essas áreas foram pontuais e de pouca relevância face a enormidade de área plantada. Assim sendo, as máquinas já estão a campo realizando as colheitas e o mais importante é que a umidade neste momento 
gira em torno de 18 a 20% e os mapas climáticos mostram céu limpo para os próximos 15 dias, favorecendo o forte avanço na colheita. 

Com relação ao mercado o Brasil, deve colher uma safrinha superior a 45 milhões de toneladas o que,  acrescidos  ao verão,  deve-se  chegar a 80 milhões de toneladas, números impressionantes e que deixam as cotações abaixo do preço mínimo que, no Paraná, está em R$= 17,46 a saca de 60 kg. Com uma super-safra de milho é interessante olhar alguns pontos que podem servir de consolo neste momento.  

- O Brasil exportou no primeiro semestre 8,40 mi/ton.  Muito  superior aos anos anteriores, em se tratando de primeiro semestre. 

- Temos uma demanda muito grande por trigo no mercado Internacional principalmente pela China.

- Desvalorização do real frente ao dólar, o que deixa nossos produtos mais atrativos. 

-  Uma safra americana ainda indefinida.  

Porém temos de olhar também fatores  que podem ser extremamente baixista para o milho nos próximos meses.

- Clima mais favorável  e  temperatura amena no meio Oeste  Americano, que podem trazer uma safra superior a 330,00 mi/ton.  

- Questões de logísticas que podem fazer o frete subir consideravelmente. 

- A ponta compradora cada vez menos interessada em participar do mercado. 

- Estoque de passagem deve ficar em 19 mi/ton. 

Diante de fatores onde alguns são apenas perspectivas, vamos ficar com o que temos de realidade: uma super-safrinha que pode derrubar ainda mais os preços no mercado doméstico.  
 
Bons negócios a todos!

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