As mulheres e a influência das mudanças climáticas na cafeicultura, por Marcelo de Freitas Ribeiro

Publicado em 27/01/2021 14:33 e atualizado em 27/01/2021 17:36

Após conturbada ratificação da vitória nas urnas e da sua posse o presidente Joe Biden precisa, entre outras coisas, conduzir de modo firme a política interna de redução das emissões de carbono pelos americanos, assegurando a credibilidade no cenário internacional dos seus planos de campanha acerca do enfrentamentodas mudanças climáticas. Todavia, a tarefa de arrumar a casa com vistas a tornar a produção de energia americana livre de carbono até 2035 não será fácil, plano este que, sem dúvida, é o mais ambicioso de qualquer candidato presidencial dos Estados Unidos.Nesse sentido, o primeiro passo do novo presidente nesse tema deverá ser a nova adesão ao Acordo de Paris, que havia sido assinado anteriormente pelo ex-presidente Barack Obamae suspenso pelo ex-presidente Trump, e que visa evitar o aquecimento global a níveis perigosos para a vida no planeta nos próximos anos. Considerando a nova adesão dos Estados Unidos ao Acordo de Paris os esforços mundiais de redução de emissõesde gases de efeito estufa voltam as agendas, principalmente dos principais meios de comunicação internacionais.

Como no Brasil a agropecuária é considerada a segunda maior fonte emissora dos gases de Efeito Estufa, este setor busca, incessantemente, aumentar a produtividade sempre associada a menor emissão desses gases. Nesse contexto, considerando a importância do conhecimento das pessoas envolvidas no processo produtivo do café, foi desenvolvido um trabalho de pesquisa na região das Matas de Minas (que é a segunda maior região produtora de café em Minas Gerais) com o objetivo de analisar a percepção das mulheres (que trabalham na cafeiculturadas Matas de Minas)acerca da influência das mudanças climáticas na produção de café. O foco no conhecimento das mulheres sobre esse tema, segundo os autores, deve-se ao fato de que para o Brasil se manter como o maior produtor e exportador de café no mundo,a força do trabalho da mão de obra feminina é essencial, sobretudo em locais com omodelo produtivo mais tradicional, onde a colheita é feitade forma manual.

Entre vários resultados, os autores identificaram que a percepção, acerca das mudanças climáticas globais,das mulheres que atuam na produção de café da região é fundamental para que as mesmas tenham o entendimento sobre um possível futuro climático, possibilitando que elas contribuam para amenizar os possíveis efeitos das mudanças climáticas na produção do café. Todos os resultados da pesquisa sobre o conhecimento das mulheres que trabalham com o café acerca da influência das mudanças climáticas na produção deste grão podem ser encontradas no link https://revista.fct.unesp.br/index.php/formacao/article/view/6728/5936.


Localização da região das Matas de Minas.

 

Marcelo de Freitas Ribeiro trabalha na Epamig SUDESTE com Fitiotecnia, Manejo e Tratos culturais e beneficiamento de sementes de caf'.

Por: Marcelo de Freitas Ribeiro

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Safra 2024 de café: hora de colher os resultados positivos do árduo trabalho do cafeicultor, Por Luis Guilherme Bergamin
Uma necessidade urgente, por Afonso Peche Filho e Thiago Pinto Pires
Secretaria da Fazenda de SP prorroga prazo para extinguir e-CredRural, por Douglas Guilherme Filho
Equidade na cana-de-açúcar: o caminho para um pagamento justo e sustentável
Safra 2023/2024 do Centro Sul: Aumento expressivo da moagem de cana foi principal fator na redução de 15,3% do custo do processamento industrial