Eficiência e Sustentabilidade: o caminho acertado para o Agro em 2025

Publicado em 17/01/2025 12:05
Por Paulo Máximo, diretor de Serviços Comerciais e Planejamento de Operações da CNH para a América Latina

O ano que se encerrou confirmou-se como o mais quente da história segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM). Marcado por eventos climáticos extremos como as enchentes sem precedentes no Rio Grande do Sul, 2024 desafiou o agronegócio brasileiro. É indiscutível a importância do desenvolvimento da tecnologia e da inovação voltada para uma indústria sustentável que, cada vez mais exige resiliência e criatividade de quem trabalha para o avanço do campo. Alguns direcionamentos devem surgir ou ganhar força neste ano, trazendo evolução para um setor absolutamente essencial hoje e no futuro.  

A urgência latente da descarbonização para frear os impactos do aquecimento global e da crise climática não poderia deixar de colocar os combustíveis alternativos como uma das principais tendências quando o assunto é agronegócio. Em outubro de 2024, o governo brasileiro sancionou a Lei do Combustível do Futuro, que traz uma série de iniciativas para promover a mobilidade sustentável de baixo carbono e consolidar a posição do Brasil como líder da transição energética global criando programas para incentivar a pesquisa, a produção, a comercialização e o uso de biocombustíveis.  
 
Dentro deste importante movimento, o agronegócio se destaca especialmente a utilização do biometano, motores movidos a etanol e a eletrificação que, no cenário brasileiro, vejo sendo aplicada a veículos pequenos, com baixas demandas energéticas, como é o caso dos primeiros tratores conceito totalmente elétricos da indústria apresentados em 2023: Farmall 75C Elétrico, da Case IH, e o T4 Electric Power, da New Holland. No caso do uso do biometano, a inovação se mostra promissora, permitindo, por exemplo, que uma fazenda seja 100 % sustentável energeticamente, fazendo uso de seus próprios resíduos para gerar combustível e sustentar o maquinário para sua produção. 
 
O etanol continua sendo uma grande aposta do Brasil, responsável por um intenso trabalho de pesquisas para a substituição do uso de combustíveis fósseis. Motores já vêm sendo testados para que, em breve, seja possível usá-los no maquinário no campo.  
 
Outra tendência de extrema relevância é a conectividade. Apesar dos avanços, o Brasil ainda enfrenta muitos desafios por conta da falta de cobertura, que chega a apenas a 24%, segundo o Indicador de Conectividade Rural (ICR), desenvolvido pela ConectarAGRO a partir de informações do Governo Federal. A digitalização requer uma infraestrutura robusta de telecomunicações e, em áreas com conectividade limitada ou inexistente, os produtores acabam por limitar a adoção de soluções inovadoras. Entre algumas aplicações, a digitalização permite uso de maquinário conectado, sensores, drones e tecnologias de monitoramento em tempo real capazes de trazer inúmeros avanços, mesmo em regiões já altamente produtivas.  
 
Para citar um exemplo, a Fazenda Conectada Case IH em Água Boa (MT) com mais de três mil hectares e conexão 4G da TIM, integrou tecnologias avançadas como inteligência artificial, telemetria e Big Data para otimizar a gestão das lavouras. Os resultados chegaram a 18% de aumento de produtividade, redução em 25% do consumo de combustível e 10% de redução das emissões de CO. Na mesma direção, iniciativas como a ConectarAGRO, uma associação da sociedade civil sem fins lucrativos, tentam contribuir para expandir e consolidar o acesso à internet nas mais diversas regiões agrícolas e remotas do Brasil.  
 
Protagonista em inúmeras aplicações em 2024, o uso do drone no campo também deve se manter como tendência para os próximos anos. Além do mapeamento do solo, vejo muitas outras soluções sendo desenvolvidas para melhorar sua utilização no campo, como a pulverização e a entrega de peças. Algo recente e que ajuda a otimizar o trabalho em lavouras, além, é claro, no encurtamento de distâncias especialmente em localidades de difícil acesso e terreno acidentado, muito comuns no interior do nosso País. O drone realmente tem ganhado o gosto do brasileiro não à toa, mostrando versatilidade de uso. Acredito que a criatividade deve trazer novas ideias para esse mercado, ajudando a encontrar soluções para os desafios do campo. 
 
Por último, destaco a continuidade da Inovação aberta como modelo para o desenvolvimento de novas tecnologias e soluções para a indústria do agronegócio. Os desafios são muitos e só a união de forças de toda a cadeia produtiva, seja ela da academia, startups, clientes, parceiros, fornecedores e até mesmo concorrentes pode oferecer soluções que atuem cada vez de forma mais produtiva, sustentável e alinhada aos anseios da sociedade. 

O agro é indispensável e impacta todas as cadeias produtivas seja de forma direta ou indireta. Pensar em inovação nesse setor é pensar em um futuro melhor para todos.

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Fonte:
Paulo Máximo

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