O Milagre da Agricultura

Publicado em 10/09/2010 07:49 e atualizado em 14/09/2010 10:33
Por Hélio Tollini, Ph.D. em economia e consultor nacional e internacional em política agrícola A Revista Inglesa The Economist, de 28 de agosto, traz artigo sobre a agricultura brasileira. Descreve o que aconteceu no país nas últimas quatro décadas.
A revista inglesa The Economist, de 28 de agosto, traz artigo sobre a agricultura brasileira.

Descreve o que aconteceu no país nas últimas quatro décadas. O artigo fala do milagre agrícola do Brasil e relata o grande avanço da produção agrícola no país. Dada a preocupação com o abastecimento de alimentos no mundo, nas próximas décadas, a revista acha que a experiência brasileira mostra o caminho para outros países em desenvolvimento. Entretanto, há brasileiros que foram levados a crer que o agronegócio prejudica o país. Alguns, baseados em muita ideologia e pouca ciência, procuram criar obstáculos ao agronegócio.

Veja o artigo Agricultura Brasileira: O milagre do Cerrado original e completo da revista The Economist clicando aqui

Há os que defendem a limitação do tamanho das propriedades agrícolas. Alegam que isso aumentaria a oferta de alimentos. Entretanto, aconteceria justamente o contrário. A experiência venezuelana está aí para quem quiser ver e entender.

Além disso, seria altamente injusto com muitos produtores, pois há propriedades grandes que
resultaram do trabalho dedicado e duro de agricultores que começaram a vida como trabalhadores rurais. É justo tomar suas terras, alegando que não podem ter o que conquistaram pelo trabalho, por ultrapassar um limite arbitrário?

Nos últimos 40 anos, a população da cidade de São Paulo cresceu muito. O preço dos alimentos, entretanto caiu. Essa foi a grande contribuição que o “milagre” agrícola deu ao povo brasileiro. O fato não foi  mencionado no artigo da revista The Economist. O grande beneficiário da pesquisa agropecuária é o consumidor pobre nas grandes metrópoles. Boa parte do bem-estar atual da  população brasileira é devida a isso.

Como salienta a revista inglesa, o Brasil é exemplo e esperança para o mundo. Exemplo para que outros países com potencial agrícola possam ajudar a abastecer as necessidades mundiais que
crescerão enormemente nas próximas três décadas. Esperança de que o Brasil  continue expandindo sua produção com ganhos de produtividade, reduzindo as preocupações atuais com o abastecimento alimentar  mundial.

O badalado combate ao trabalho escravo, correto nas intenções, mas não na origem do dinheiro que o financia, dá a impressão de que todos os produtores do agronegócio são escravagistas. Não é assim, mas é isso que os que financiam as operações desejam que pareça. Mais do que combater práticas criminosas de emprego, o objetivo é que o mundo fique pensando que toda a produção agrícola brasileira, altamente competitiva internacionalmente, é fruto de trabalho escravo. O objetivo é reduzir as exportações brasileiras, para alegria de países competidores.

Há, também, quem gostaria de ver uma revolução marxista no Brasil. Mas revolução marxista no Brasil não seria contra os ricos e nem a favor dos pobres.Os pobres seriam usados para produzir novos ricos. Seria a “nomenclatura” brasileira. Graças à inocência do povo, maus brasileiros se esforçam para atrapalhar uma das coisas que deram certo no país: sua agricultura.

É preciso informar corretamente a população brasileira. Há quem diga que os produtores familiares produzem a maior parte dos alimentos que abastecem a população do Brasil. Convém consultar os
especialilstas. Perguntar quanto produz a agricultura familiar e quanto produz o chamado agronegócio. A revista The Economist diz que as pequenas propriedades, cerca de metade dos 5 milhões de propriedades, produzem apenas 7% do total, e que as grandes propriedades, cerca de 1,6 milhões, produzem cerca de 76% do total. Onde está a verdade? Vamos deixar que os
técnicos responsáveis pelas estatísticas agrícolas do país digam onde está a verdade.

O Brasil parece neste momento um grande guaiamu, uma espécie de caranguejo gigante, com o ferrão esquerdo muito grande e o direito pequeno. Praticamente, só existe o lado esquerdo. O pensamento de direita, com exceções no colunismo político, praticamente desapareceu. Por isso falta um debate inteligente e lógico de ideias, mas o povo não sente falta disso. Há assunto para discutir sobre futebol e, sobre política, basta repetir slogans.

Um passo na direção da dominação é o esforço para fazer a população brasileira pensar que o
agronegócio é um mal para o país. O artigo da revista The Economist deveria fazer o povo pensar. Mas é em língua estrangeira, e nosso povo, nas raras vezes em que lê, não entende nem mesmo a língua pátria.

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Fonte:
Hélio Tollini

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