Soja: Bancos e fundos de investimentos são grandes perdedores nas commodities

Publicado em 14/03/2013 14:38
Por Liones Severo, consultor de mercado da SIM Consult.
Existem muitos comentários sobre a desistência dos bancos e fundos de investimentos nas operações de commodities, principalmente agrícolas. Hoje, mais um fundo (Gartman) anunciou que vai liquidar  suas posições de grãos e soja, admitindo publicamente que esteve equivocado e que o primeiro prejuízo é o menor. Tem sido imperceptível para grande parte dos participantes desse mercado que estamos numa magnitude de preços elevados, mas que é o "mercado real", pouco se pode esperar de uma drástica alteração no cenário atual das commodities agrícolas, enquanto não houver um equilíbrio na oferta e demanda mais a recomposição dos estoques.
 
Todos os grandes bancos ranqueados, como J.P. Morgan, Goldman Sachs e Morgan Stanley acusam forte redução na receita com negociações em commodities. Uma pesquisa mostrou que a receita diminuiu 20% em 2012, para cerca de US$ 6 bilhões, tendo recuado mais de 50% desde 2008.
 
Entre as justificativas está a desaceleração dos mercados e regras de regulação mais rígidas, aliada à baixa taxa de juros dos países desenvolvidos. Goldman Sachs Group Inc., banco por muito tempo considerado imbatível no mercado de commodities, o faturamento nessa área caiu de US$ 1,6 bilhão em 2011 para US$ 575 milhões no ano passado. Em 2009, o banco chegou a registrar receita de US$ 4,6 bilhões com essas operações.
 
As  commodities, em geral, sempre foram um grande atrativo para os operadores financeiros de Wall Street, mas não se pode negar que a volatilidade existentes em todos os mercados dificultam sobremaneira essas operações. O risco aumentou consideravelmente com o novo patamar de preços das commodities, que praticamente dobrou nos últimos anos, principalmente as agrícolas.
 
Descubro de suma importância este tipo de comentário pelo fato de que diariamente os mercados reportam sobre  a "realização de lucros", que nos dá a entender que existe uma montanha de resultados positivos nas operações especulativas e que, supostamente nossos produtores estariam pagando essas contas. Agora, estamos perdendo um segmento de investidores que foram um forte aliado nas operações de mercado de commodities que, de alguma forma, sempre contribuíram para oferecer liquidez para aqueles que produzem.
 
É importante notar que desde a crise financeira americana do dia 15 de setembro de 2008, contaminou e deflagrou crises econômicas em muitos países, principalmente da União Europeia que ainda sobrevive de sobressaltos a cada dia, sem sabermos por quanto tempo.
 
As commodities agrícolas, que se definem como produtos indispensáveis da subsistência humana, são as maiores e mais consumidas fontes de "energia" através da alimentação humana que não pode ser desprezada em nenhum tempo, nem mesmo em 1 dia apenas.
 
Nossos produtores precisam estar atentos da importância de sua atividade para a humanidade, embora os percalços que nos impõem os gestores mundiais que, via de regra, são incompetentes  em suas avaliações e decisões desta atividade em todos os tempos. Do contrário, não estaríamos num cenário de grande escassez de alimentos a nível mundial e de muitas dificuldades de alimentação para uma grande parcela da população mundial.
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Fonte:
Liones Severo

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1 comentário

  • João Biermann Tapera - RS

    Menores preços, menor produção. É preciso renda, não bastam mais bocas para alimentar. É um ciclo, daqui 5 ou 6 safras os preços estouram novamente.

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