Economia do Brasil não cresceu no 3º trimestre, diz BC

Publicado em 15/12/2011 08:29 e atualizado em 15/12/2011 09:16
Banco Central estima que atividade recuou 0,3% em outubro, o que indica um quarto trimestre ainda fraco. Indústria e comércio dão sinais de retomada em novembro, mas recuperação só deve ganhar força em 2012.
A economia encolheu pelo terceiro mês seguido em outubro, segundo estimativa do Banco Central, e os primeiros sinais são de recuperação ainda lenta em novembro.

Em outubro, o índice que tenta prever o comportamento do PIB (Produto Interno Bruto) caiu 0,32%.

Com isso, aumentou entre os economistas a aposta de que o quarto trimestre também será fraco, apesar de uma gradual recuperação.

Na semana passada, o IBGE divulgou que o país não cresceu no terceiro trimestre.

A gestora Quest Investimentos reduziu ontem sua projeção de expansão nos últimos três meses do ano para 0,2%. "É um crescimento bem medíocre, depois de uma estagnação. O país deve crescer 2,7% em 2011", diz Fabio Ramos, da Quest.

Segundo ele, a atividade ainda sentiu em outubro as medidas restritivas adotadas pelo governo no início do ano e o aumento do pessimismo devido à crise externa.

O economista do banco Itaú Aurélio Bicalho acredita que a recuperação em novembro é natural após alguns meses de fraqueza e ainda não reflete estímulos do governo.

O Banco Central começou a reduzir juros em agosto e, desde novembro, o governo adotou outras medidas para baratear crédito, investimento e consumo. "Essas medidas terão mais efeito a partir de dezembro e devem ganhar força em 2012", diz Bicalho.

Mesmo com um resultado negativo em outubro, a economista Alessandra Ribeiro, da consultoria Tendências, projeta um crescimento de 0,5% no quarto trimestre.

A indústria, diz, exibirá números mais positivos em novembro, puxada pelo setor automotivo. Isso porque as vendas se recuperaram no mês passado, diminuindo os estoques e permitindo a recuperação da produção.

Outros indicadores mostram retomada da atividade nas fábricas, como alta da produção de papelão ondulado (usado em embalagens) e do consumo de energia.

"O pior momento foi o terceiro trimestre", afirma.

Para Jayme Alves, economista da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), a reversão das medidas de aperto do crédito no início de novembro tendem a estimular o consumo no fim do ano.

Na sua avaliação, a atividade em outubro ainda refletia um cenário de crédito retraído, afetado pelas medidas restritivas e pela greve dos bancários. "Novembro será mais forte", afirma Alves.

Ontem, a Fiesp divulgou que a indústria paulista fechou 46,5 mil vagas no mês passado.

Bicalho observa que é normal que o mercado de trabalho só se recupere após alguns meses de melhora da economia. "A contratação deve continuar lenta nos próximos meses", observa.

2012

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) prevê que a economia terá uma pequena aceleração em 2012, sustentada pelo consumo doméstico, mas destaca que o nível de investimento no país ainda é insuficiente para garantir o crescimento de 5% projetado pelo governo.

A CNI prevê crescimento de 3% no ano que vem, após uma alta de 2,8% em 2011.

Fluxo de dólares para o país fica negativo

O fluxo de dólares para o país na segunda semana de dezembro ficou negativo em US$ 424 milhões, informou o Banco Central. O resultado se deve à saída de US$ 890 milhões da conta financeira e a entrada de US$ 465 milhões nas operações comerciais. Em novembro e dezembro, foram registrados deficit no fluxo cambial de US$ 942 milhões e US$ 134 milhões, respectivamente. Nos dois primeiros dias úteis de dezembro (1º e 2), o saldo ficou positivo em US$ 525 milhões.

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Fonte:
Folha de S. Paulo

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