Quênia será quinto país a adotar o Mais Alimentos África

Publicado em 20/12/2011 06:45
O Mais Alimentos África, um programa do governo brasileiro coordenado pelo ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), será adotado pelo Quênia. Nesta terça-feira (20) o ministro Afonso Florence e o embaixador do país africano no Brasil, Peter Kirimi Kaderia, vão assinar o Projeto de Capacitação Técnica (PCT) em que ambos os países vão investir US$ 349.700,00 em intercâmbio de conhecimento e tecnologia, dos quais US$ 323.500,00 oriundos do governo federal do Brasil, US$ 11.200,00 do MDA e US$ 15.000,00 do governo do Quênia.

Com a assinatura do PCT, o Quênia passa a ser o quinto país africano a adotar o Mais Alimentos África este ano. O objetivo é garantir segurança alimentar e nutricional a uma população estimada de 38 milhões de habitantes. De acordo com informações do governo queniano, esse programa é essencial para fomentar o crescimento agrícola e o desenvolvimento econômico e social da região. O Brasil firmou pacto de transferência de tecnologia e conhecimento, bem como de fornecimento de mais de quatro mil itens nacionais em máquinas e equipamentos agrícolas, com Gana, Zimbábue, Moçambique e Senegal, todos na Àfrica. Na América Latina, Cuba é signatário do projeto.

Com o Mais Alimentos África, o governo queniano pretende transformar os cerca de cinco milhões de pequenos proprietários rurais em agricultores familiares e modernizar, com orientação comercial e perspectiva de aumento da produtividade, a produção agrícola de subsistência do país O setor agrícola influi diretamente na indústria e contribui com cerca de 26% do Produto Interno Bruto (PIB) daquele país, e promove 27% da economia nacional por meio de ligações com fabricação, distribuição e serviços de setores afins.

Ainda de acordo com informações do governo do Quênia, cerca de 80% da população vive em áreas rurais e depende, principalmente, da agricultura e da pesca de subsistência. Além disso, 87% de todos os pobres vivem em domicílios rurais. A principal atividade econômica do país é a agricultura. Cerca de 50% dos quenianos são potenciais candidatos à insegurança alimentar, segundo as informações oficiais quenianas.

Linha de crédito

O Programa Mais Alimentos África é uma linha de crédito do governo brasileiro que tem o objetivo de promover iniciativas no âmbito da Cooperação Sul–Sul. Ele conta com o apoio da Camex, que aprovou uma linha de crédito para países africanos de US$ 640 milhões (US$ 240 milhões para 2011 e US$ 400 milhões para 2012) a fim de financiar exportações brasileiras de máquinas e equipamentos agrícolas destinados à agricultura familiar africana. Trata-se da transferência de conhecimento e de crédito para países que necessitam de adquirir segurança e autonomia alimentar.

Em 2008, o Governo Federal criou o Mais Alimentos Brasil: uma linha de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)  para promover a modernização produtiva das unidades familiares agrícolas  em todo o território nacional. O programa atende projetos individuais (até R$ 130 mil) e coletivos (até R$ 500 mil), com juros de 2% ao ano, até três anos de carência e prazo de pagamento do empréstimo de até dez anos.

Em dois anos, o Programa Mais Alimentos Brasil forneceu um financiamento de R$ 4 bilhões a pequenos produtores, por meio de mais de 100 mil contratos, o que resultou em um aumento da produtividade de 89% por área e de 30% na renda, desde a implementação do programa A linha de crédito financia mais de quatro mil itens entre equipamentos e máquinas agrícolas, tais como tratores (até 78 CV), máquinas, implementos agrícolas, colheitadeiras, veículos de transporte de carga, projetos para construção de armazéns e silos, cerca elétrica para isolamento do rebanho, melhoramento genético, correção de solo, formação de pomares e melhoria da logística administrativa das propriedades rurais, como a informatização dos estoques, entre outras ações

Fonte: Min. Desenvolvimento Agrário

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Conversa de Cerca #130 - 20 anos após viver enchente severa no RS, advogada agora auxilia produtores no estado
Projeto aprovado na Câmara criminaliza luta por terra, critica MST
Santa Catarina completa 17 anos como “Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação”
Com expectativas de crescimento, mercado de fertilizantes especiais gera R$22,6 bi. em 2023
Governo de SC: empresa catarinense de apoio aos produtores rurais adota “irmã” gaúcha para ajudar agricultores do Rio Grande do Sul