No Estadão: Número de mortos pelo frio sobe a 122 no Leste Europeu

Publicado em 02/02/2012 19:40
Pelo menos 11 mil pessoas ficaram retidas pelas tempestades de neve nas montanhas da Sérvia

BELGRADO - Pelo menos 11 mil pessoas ficaram retidas pelas tempestades de neve nos vilarejos nas montanhas da Sérvia, as autoridades anunciaram nesta quinta-feira, 2, enquanto o número de mortes pela onda de frio chegou hoje a 122 no Leste Europeu.

Funcionário tira neve de um estacionamento em Genebra, na Suiça - Salvatore Di Nolfi/Efe

Salvatore Di Nolfi/Efe
Funcionário tira neve de um estacionamento em Genebra, na Suiça

As 11 mil pessoas retidas na Sérvia vivem em 6,5 mil lares nas montanhas, em áreas remotas que não podem ser alcançadas por causa das estradas congeladas, disse o policial Predrag Maric, dos serviços de emergência. Mais mortes provocadas pelo frio nesta quinta-feira incluem 20 pessoas na Ucrânia, nove na Polônia, oito na Romênia, uma na Sérvia e uma na República Checa. As autoridades disseram que grande parte dos mortos eram sem-teto. Largos trechos do rio Danúbio permanecem congelados, principalmente entre a Romênia e a Bulgária.


"Estamos tentando fazer todo o possível para desbloquear as estradas porque mais nevascas são esperadas para os próximos dias", disse Maric. Segundo ele, a situação mais dramática ocorre na cidade de Sjenica, no sudoeste da Sérvia, onde já neva ou faz frio há 26 dias e falta diesel, usado como combustível para os geradores e aquecedores. "Nós esperamos entregar suprimentos e combustível à cidade hoje, ou no máximo amanhã", disse Maric. As temperaturas na Sérvia chegaram a -30º Celsius, com milhares de pessoas presas em suas casas, sobretudo em vilas montanhosas.

Na Ucrânia, 63 pessoas morreram por causa do frio nos últimos sete dias. Cerca de 950 foram hospitalizadas por hipotermia e congelamento e mais de 2.000 tendas aquecidas foram montadas para sem tetos, que também estão recebendo alimentos. Na Romênia, o número de mortos pelo frio subiu para 22 nesta quinta-feira, informou o Ministério da Saúde. Cerca de 180 escolas foram fechadas na Romênia por causa do frio extremo. Três navios ficaram retidos pelo gelo no rio Danúbio - um alemão, um holandês e outro romeno - e o governo faz esforços para liberá-los.

Na Bulgária, onde 16 cidades registraram seus recordes de temperaturas baixas em cem anos, desde que os registros começaram a ser feitos, 1.070 escolas permanecem fechadas e longos trechos do Danúbio estão congelados.

O Aeroporto de Podgorica, capital de Montenegro, permanece fechado pelo segundo dia nesta quinta-feira por causa das nevascas.

Na Polônia, a porta-voz do governo, Malgorzata Wozniak, disse que grande parte das vítimas eram sem-teto que estavam alcoolizados e procuraram abrigo em edifícios não aquecidos, o que fez com que morressem de frio. Funcionários do governo polonês apelaram ao público que rapidamente ajude qualquer pessoa que virem em dificuldades nas ruas cheias de neve.

Na Itália, onde neva há três dias no norte, centenas de escolas foram fechadas nas regiões do norte ao centro da península, informou a agência Ansa. Neva em Milão, Turim, Bolonha e outras cidades do norte. As autoridades recomendam aos motoristas que usem pneus adequados para a neve ou com correntes. Foram registrados bloqueios em autoestradas que ocorreram porque caminhões sem pneus adequados não conseguiram trafegar e tiveram que ser removidos ou rebocados. A circulação de 50 trens de alta velocidade foi cancelada no norte, principalmente nas regiões da Lombardia e da Emilia-Romagna.

Mas nesta quinta-feira o frio chegou ao norte da Europa. Na Holanda, as autoridades de Amsterdã proibiram a circulação de barcos por alguns canais da cidade, com o temor de que eles fiquem retidos se as águas congelarem.

As informações são da Associated Press.

Frio mata 89 na Europa; cresce preocupação com gás russo

O frio recorde em regiões do Leste Europeu elevou nesta quarta-feira para 89 o número total de mortes em decorrência das baixas temperaturas e obrigou a fornecedora de gás russa Gazprom a fazer uma advertência sobre o abastecimento para a Europa.

A Europa desfrutou um inverno relativamente brando até o último fim de semana, quando um sistema siberiano entrou no continente pelo leste.

Uma fonte na empresa que detém o monopólio das exportações de gás na Rússia, responsável por fornecer um quarto das importações de gás da Europa, disse que estava recebendo mais pedidos do que podia atender em razão do aumento da demanda na Rússia.

A companhia, entretanto, buscou tranquilizar os clientes. "Apesar do consumo de gás cada vez maior na Rússia em razão das fortes geadas, a Gazprom continua a cumprir suas obrigações contratuais com os clientes europeus", informou a empresa por email.

Na Ucrânia, 43 pessoas morreram nos últimos cinco dias, informou o Ministério das Emergências, no inverno mais frio registrado no país em seis anos. Durante a noite, as temperaturas chegaram a menos 33 graus Celsius e centenas de barracas com aquecimento foram montadas para abrigar os sem-teto.

"Eles dizem que fevereiro inteiro será frio, assim como a primeira quinzena de março; portanto, temos de nos preparar de alguma forma para isso", disse Victor, que vive nas ruas de Kiev.

A rede de alerta meteorológico européia Meteoalarm (www.meteoalarm.eu) advertiu sobre condições "extremamente perigosas" em diversas partes do Leste Europeu, incluindo na Sérvia, onde uma quarta pessoa foi encontrada morta durante a noite nas montanhas de Suvobor, no sudoeste do país.

As forças de segurança de lá e da vizinha Bósnia têm usado helicópteros para levar suprimentos a áreas isoladas pela neve e resgatar os idosos. A previsão nos Bálcãs é que o tempo piore ao longo da semana.

A Meteoalarm informou que o frio intenso deve continuar em muitas regiões da Europa continental, incluindo na Alemanha e especialmente no sudeste europeu.

Em Moscou, onde as temperaturas durante o dia caíram para até menos 22 graus Celsius, os opositores do primeiro-ministro Vladimir Putin estavam preocupados com a possibilidade de o frio reduzir o comparecimento a um protesto contra ele no sábado, um mês antes de ele disputar a eleição presidencial. 

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Fonte:
O Estado de S. Paulo

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