No Valor: Excedente de café será menor que 1 milhão de sacas, diz banco francês

Publicado em 21/03/2012 18:56
informações divulgadas no Valor Econômico, com Bloomberg e OIC
O excedente global de café na temporada mundial, que começa em outubro, será menor que as estimativas atuais do mercado, de acordo com a Societe Generale SA. Segundo a instituição, os excedentes devem ultrapassar a demanda em 818 mil sacas no período 2012/13, abaixo das expectativas de 1 milhão a 2 milhões de sacas, segundo divulgou em relatório Michael Haigh, chefe global de pesquisas em commodities do banco, com sede em Nova York. Na temporada atual, a 2011/12, a previsão é de déficit de 3,1 milhões de sacas.
 
“Enquanto reconhecemos o excedente esperado decorrente, em grande parte, da previsão de safra recorde do Brasil, nós também vemos a demanda aumentar, principalmente em países produtores”, acrescenta Haigh.
 
O consumo mundial de café deve aumentar em 1,4% para 136,2 milhões de sacas em 2012/13, contra 134,4 milhões de sacas na safra atual, segundo projeções da Societe Generale. A produção vai aumentar para 137,1 milhões de sacas ante 131,2 milhões de sacas de 2011/12. O principal fator para a alta é o aumento da produção do grão arábica no Brasil, o maior produtor mundial, que entra no ano de alta produtividade do ciclo bienal da cultura.
 
“O clima, entretanto, continua a ser o maior risco. A seca em fevereiro levantou preocupações sobre o potencial da cultura”, disse Haigh referindo-se ao Brasil. “Qualquer retorno às condições de seca representa um risco-chave tanto para o tamanho da produção brasileira quanto para nossas previsões de preços médios a curto prazo”, acrescenta.
 
Segundo o relatório, os preços do café arábica negociados na bolsa de Nova York são estimados em uma média de US$ 1,9047 a libra-peso no segundo trimestre. Para o terceiro trimestre do ano, o relatório prevê uma queda para US$ 1,8209. As cotações ainda devem se recuperar para US$ 1,9126 nos últimos três meses do ano.
 
O Societe Generale também diz que a substituição do café arábica por grãos mais baratos, como o robusta, está chegando ao fim, e a demanda pelo arábica deve começar a aumentar.

OIC: limite para café robusta deve sustentar demanda por arábica

Um recente aperto no spread entre os preços do café premium e do café amargo reduziu o incentivo para que torrefadoras aumentem a parcela de robusta em suas misturas, afirmou a Organização Internacional de Café (OIC). Isso pode acabar sustentando os preços dos grãos de café arábica, de qualidade superior. "Embora a arbitragem entre o robusta e o arábica tenha diminuído nos últimos meses, a diferença entre os preços se mantém alta em termos históricos", disse José Dauster Sette (foto: Global Coffee Review), chefe de operações na OIC. "Talvez seja mais correto falar em redução do incentivo para o aumento da parcela de robusta nas misturas do que em estímulo para a inclusão de mais arábica." O preço do arábica ainda está relativamente alto, disse Sette, e a oferta ainda é bem baixa, principalmente levando-se em conta os volumes exportados da Colômbia e de outros países produtores.
 
Mesmo assim, Sette diz que o cenário pode mudar nos próximos meses, com a entrada da produção brasileira no mercado - que deve ficar próxima de níveis recordes. No começo deste mês, a OIC disse que o Brasil deve produzir 50,6 milhões de sacas de 60 quilos na safra 2012/13, que deve começar em breve. "A maior influência sobre os preços no curto prazo serão as expectativas quanto ao tamanho da próxima safra brasileira", disse Sette.
 
Mas condições climáticas adversas continuam a limitar a oferta de arábica lavado, principalmente na América Central e na Colômbia. Quanto ao café robusta, Sette afirmou que as vendas escassas do principal produtor mundial, o Vietnã, significam que os produtores não estão sentindo a necessidade de vender imediatamente ao mercado. "Eles estão bem capitalizados por causa dos preços altos nos últimos meses", disse. "Além disso, o café funciona como hedge contra inflação e riscos cambiais no Vietnã."
 
Apesar disso, Sette disse não ver sinais de que torrefadores estejam enfrentando dificuldades para obter grãos, e isso se reflete na tendência de baixa dos preços.
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Fonte:
Valor Econômico/OIC

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