"Foram mais de 18 propriedades invadidas nesses últimos 15 dias. Não estamos suportando mais. Deram para atacar idosos, o último foi um de 83 anos. Um bando de 30 pessoas que revira a casa, pergunta pela aposentadoria. Até em assentamento eles entram", afirma o associado. Participam do movimento, além dos pequenos agricultores, quilombolas, fazendeiros e assentados. A Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) permitiu que 100 deles ocupem o saguão interno do aeroporto de Ilhéus para realizar o protesto.
(Foto: Abiel da Silva Santos/Arquivo pessoal)
De acordo com Abiel da Silva, um dos responsáveis pela organização do protesto, alguns caciques orientam as invasões às propriedades, através da contratação de pessoas envolvidas em crimes ou tráfico de drogas. "Eles entram nos morros da cidade, pagam R$ 40 por dia a essas pessoas que entram nas propriedades. Nós fazemos ocorrências, denunciamos, mas ninguém toma providência", diz. O G1 tenta contato com o representante da Fundação Nacional do Índio (Funai), mas ainda não obteve sucesso.
A reserva indígena, que possui 47 mil hectares, fica entre os municipios de Una, Buerarema e Ilhéus. Atualmente, está ocupada por pequenos agricultores, assentados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), além de índios, que reinvidicam a demarcação para criacao de uma reserva. O processo está no Ministério da Justiça para análise.
O Governo da Bahia enviou um representante para negociar com os manifestantes. Uma reunião foi agendada para segunda-feira (13), em Salvador. Apesar do manifesto, o aeroporto funcionou normalmente. A Polícia Federal de Ilhéus também não foi encontrada para comentar as invasões.