Produtores rurais do RS solicitam Proagro em virtude das adversidades climáticas

Publicado em 08/10/2012 09:14
Com muitas propriedades afetadas pelos recentes fenômenos climáticos ocorridos no Rio Grande do Sul - fortes chuvas, vendavais, queda de granizo e ocorrência de geadas -, a Emater/RS-Ascar recebeu, desde o início de setembro, cerca de 570 solicitações para uso do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Conforme o assistente técnico estadual em Crédito Rural da Instituição, Cezar Henrique Ferreira, a maioria dos pedidos é para a cultura do milho.

Nas principais regiões produtoras de milho do Norte e Noroeste do Estado, as intensas chuvas dos últimos dias limitaram o avanço do plantio, conforme o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar divulgado na quinta-feira (04-10). Atualmente, o percentual plantado chega a 48% do esperado, com 45% já germinados. Algumas lavouras estão sendo replantas devido aos efeitos das geadas ocorridas semana passada. Eram áreas que se encontravam em estágio inicial de desenvolvimento e não resistiram ao frio intenso. Outras, mais adiantadas, tiveram seu crescimento paralisado, mas com possibilidade de recuperação. Em alguns casos, foi a chuva intensa que carreou sementes e adubos recém-lançados ao solo. De maneira geral, porém, é prematuro dizer que a safra está comprometida, existindo plenas condições de recuperação sob todos os aspectos.

Além do milho, os vendavais, a queda de granizo e a ocorrência de geadas também afetaram as lavouras de trigo em diversas regiões produtoras. Alguns danos são irreversíveis e os produtores também acionaram o Proagro. A quantificação das possíveis perdas está sendo realizada pelos escritórios municipais e deverá estar concluída na próxima semana. Em alguns casos pontuais, perdas podem chegar a 20%; em outros, os danos não devem ultrapassar os 5%. A maioria prefere aguardar mais alguns dias para observar a possibilidade de recuperação parcial das lavouras.

Nas lavouras de trigo que não sofreram com as intempéries do clima, o aspecto é considerado bom, porém, é intenso o ataque de ferrugem e outras doenças fúngicas provocadas pelo excesso de umidade aliado às altas temperaturas do momento.

As adversidades climáticas, agregadas ao retardo do plantio em decorrência da falta de umidade do solo na época da semeadura, vêm determinando um pequeno atraso na implantação da safra de feijão no Rio Grande do Sul. Na metade Norte, onde a semeadura já deveria estar concluída, as últimas intempéries paralisaram os trabalhos e retardam o desenvolvimento das áreas já semeadas. Espera-se que, com a normalização da umidade do solo já ocorrida e com clima mais ameno, haja uma aceleração no plantio nesse próximo período, regularizando as fases da cultura.

A geada da última semana afetou todas as hortaliças de verão que já estavam emersas, com elevadas perdas nas culturas de tomate, pimentão, abobrinha e pepino cultivadas a campo, havendo a necessidade de replantio dessas culturas. Por outro lado, as mesmas hortaliças, quando cultivadas em estufas plásticas, não foram afetadas pelo fenômeno climático. Já as culturas como cebola, salsa, cenoura, beterraba, repolho e alface não sofreram danos devido às geadas.

Cerca de 2% dos parreirais da região de Caxias do Sul foram afetados pelas geadas da última semana. Na região de Erechim, as fortes geadas ocorridas dizimaram as videiras viníferas e causaram grandes estragos nas americanas. Na região de Ijuí, os parreirais também foram muito danificados e, na região de Passo Fundo, as perdas são estimadas em 70%. Uma avaliação mais precisa das perdas será feita nas próximas semanas.
Fonte: Emater RS

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