Governo do DF (Brasilia) despeja unidade da Embrapa

Publicado em 09/12/2012 15:25
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O governo do Distrito Federal ordenou o despejo de uma das unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), estatal de excelência e reconhecimento internacional. A Secretaria de Habitação do GDF reivindica área de 2.130 hectares, na região de Planaltina, a 40 quilômetros de Brasília, onde a Embrapa Cerrados funciona há 37 anos.

Por meio de um ofício expedido no dia 2 de agosto, o secretário de Habitação, Geraldo Magela, solicita ao presidente da Embrapa a desocupação completa do terreno, “no prazo máximo de 30 dias”, para implantação de política habitacional do GDF: construir quatro mil apartamentos populares para famílias de baixa renda, dentro do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.

Se fosse cumprida à risca, essa determinação significaria desalojar, no prazo de um mês: 97 pesquisadores (78 com doutorado e 19 com mestrado), 74 analistas e 237 assistentes, interrompendo dezenas de pesquisas. A estrutura completa da empresa abrange 19 laboratórios, oito casas de vegetação, um viveiro e uma unidade de beneficiamento de sementes, construídos em 60 mil m2. A área total ocupada é de 2,1 mil hectares, incluindo 700 ha de reservas ecológicas permanentes, divididas em sete áreas distintas com dez tipos fitofisionômicos de Cerrado.

Ao longo de quase 40 anos de funcionamento, a Embrapa levou o Brasil à liderança em agricultura tropical. Um conjunto de tecnologias para a incorporação dos cerrados no sistema produtivo, desenvolvido pela Embrapa Cerrados, tornou o bioma responsável por 48% da produção agrícola no País. A Embrapa Cerrados foi criada para pesquisar e viabilizar soluções para a ocupação racional e sustentável da região.

O recebimento do ofício com a ordem de despejo causou alvoroço e deflagrou uma rodada de negociações entre diretores da empresa e o primeiro escalão do governador Agnelo Queiroz (PT), que se estende há quatro meses. O GDF prometeu uma área vizinha para mudança da estatal, mas essa possibilidade ainda está em estudo. Até o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, foi acionado para ajudar nas negociações.

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Fonte: O Estado de Sao Paulo

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