Pesquisa Datafolha evidencia outra vez: o brasileiro é conservador. Ou: Eleitores em busca de um partido

Publicado em 22/12/2012 06:38 e atualizado em 20/05/2013 17:15
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br

No mundo inteiro, partidos políticos buscam eleitores. No país da jabuticaba, da pororoca e da polícia que faz greve quando trabalha (a tal “operação padrão”), dá-se o contrário: os eleitores estão em busca de um partido. Como ele não existe, os coitados vão se virando com o que há por aí… Uma nova pesquisa Datafolha prova pela enésima vez: a maioria do povo brasileiro, salvo numa questão ou outra, é conservadora. Nos países democráticos, civilizados, onde a palavra “direita” não virou palavrão — e por que viraria quando nos lembramos de líderes como Churchill, Adenauer ou De Gaulle? —, essa gente seria considerada… “de direita”. Por aqui, tratam-se os números quase com certo pesar, como se o povo ainda estivesse tocado por uma espécie de má consciência.

As perguntas do Datafolha, ao menos na forma como apareceram na Folha Online, são um tanto estranhas e podem distorcer o que as pessoas realmente pensam, mas vá lá… Os números ajudam a pensar.

Homossexualidade
Informa-se, por exemplo, que 69% dos brasileiros acham que “o homossexualismo deve ser aceito por toda a sociedade”, contra 25% que acreditam que “ele deve ser desencorajado por toda a sociedade”. Vênia máxima, se as coisas foram postas desse modo, não se tem um retrato fiel do que pensam as pessoas. A razão é simples: o contrário de “aceitar” é “repudiar”; “desencorajar” é “encorajar”. É evidente que muita gente que “aceita” acredita, no entanto, que não deva ser encorajado.

O papa Bento 16 andou apanhando esses dias nas redes sociais pelo que que não disse. Ele apenas defendeu, E PARA OS CATÓLICOS, famílias formadas por homem, mulher e filhos. Não “repudiou” ninguém. Muitos defensores do governo iraniano confundiram Bento 16 com Ahmadinejad ou com o aiatolá Khamenei. É no Irã que se penduram os homossexuais em guindastes, não na Praça São Pedro. Mas retomo: ainda que com perguntas a meu ver distorcidas, parece que a pesquisa detectou uma visão tolerante dos brasileiros quantos a essa questão. O Datafolha poderia, no entanto, ter sido mais específico e indagado o que pensam os brasileiros sobre a união civil de pessoas do mesmo sexo.

Armas
As questões referentes às armas também me parecem contaminadas pela indução. Dizem que “a posse deve continuar proibida porque ameaça a vida de outras pessoas” 68% dos entrevistados, contra 30% que acham que “arma legalizada deveria ser um direito do cidadão para se defender”. O Brasil já fez um referendo a respeito: a proibição da venda legal de armas perdeu por larga maioria. Ora, num país em que há 50 mil homicídios por ano, mais de 35 mil deles por armas de fogo, é evidente que a esmagadora maioria concordará com o que é uma sentença moral, não uma opção de política pública: “a posse deve continuar proibida porque ameaça a vida de outras pessoas”. Pra começo de conversa, há um erro aí: por que “continuar proibida”??? A arma legal é permitida! Por que “deveria ser um direito” quando, de fato, é um direito, desde que se cumpram as exigências legais?

Quando se fez o referendo, os brasileiros entenderam o óbvio: proibir a venda e a posse legais de armas só atingiria direitos das pessoas de bem, já que os bandidos, por definição, não têm mesmo… armas legais.

Pena de morte e pobreza
A maioria se opôs, o que me parece um bom sinal, à pena de morte: 55% a 42%. Acham que a pobreza deriva da falta de oportunidades iguais 61% dos brasileiros, contra 37% que afirmam que ela está ligada à preguiça. Huuummm… Aqui também vai um reparo: a palavra “preguiça” é um óbvio fator de distorção do resultado. Mas deixemos isso pra lá. É inegável que se espalhou a cultura no país do estado provedor. De resto, atribuir pobreza à “preguiça” nem é um marcador ideológico; é só uma tolice.

Até aqui, vimos o Brasil mais, digamos assim, “progressista”. Esse país encontra eco no Congresso, nas políticas públicas, na imprensa, nas ONGs, nas redes sociais etc. Mas há também o país bem mais conservador — saudavelmente conservador.

Brasil conservador
Acreditam, por exemplo, que os sindicatos “são importantes para defender os interesses dos trabalhadores” 49% dos ouvidos; mas um número quase igual, 46%, está convicto de que eles “servem mais fazer política”. O resultado parece expressar um descontentamento com a excessiva politização dessas organizações, que hoje estão incrustadas no aparelho de estado. De resto, sindicalismo, no Brasil, virou sinônimo de servidor público, já que praticamente não se ouve falar de greve no setor privado.

Violência
É quando responde sobre violência que o Brasil profundo dá uma resposta e uma aula para os deslumbrados do miolo mole. Apenas 39% dizem que “a maior causa é a falta de oportunidades iguais para todos”, contra 58% que afirmam que “é a maldade das pessoas”. E olhem que a palavra “maldade” certamente produz um ruído importante. Traz consigo um juízo moral tolinho, raso. Deveria ter sido trocada por “vontade” ou “escolha”. Quando se analisam os dados por faixas de renda, OS BRASILEIROS POBRES DÃO UMA LIÇÃO DE LUCIDEZ PARA OS BOBALHÕES DESLUMBRADOS. Querem ver?

1 – 60% dos que ganham até dois salários mínimos acreditam que NÃO É A POBREZA QUE GERA A VIOLÊNCIA. Só 37% têm essa percepção nesse grupo. Ora, os pobres recusam a pecha de potencialmente violentos porque sabem que isso é mentira. Na pobreza ou na riqueza, existe a possibilidade de escolher ou de recusar o crime. Entre os que ganham de 2 a 5, os números são quase iguais (60% a 38%).
2 – Na faixa de 5 a 10 mínimos, já tendem a crescer as vítimas da sociologice da miséria: caem para 52% os que recusam a hipótese de que pobreza induz violência, e aumenta para 47% os que creem nisso.
3 – Entre os que recebem mais de 10 mínimos, é maior o número dos que enxergam uma relação de causa e efeito entre pobreza e violência: 56% a 42%. Estes já tiveram o pensamento obnubilado pelo discurso politicamente correto, pela imprensa, pela pregação nas escolas…

Os realmente pobres, que ganham até cinco mínimos, sabem que eles estão aparelhados para fazer escolhas morais e para não delinquir, a exemplo de qualquer indivíduo rico ou da classe média. Os realmente pobres sabem que, se pobreza induzisse à violência, não seria possível botar o nariz fora da porta.

Adolescentes infratores
A maioria dos brasileiros também não cai na cascata do “menor infrator” impune. Entendeu o que a parvoíce sociológica se recusa a compreender: quando se estabelece que a imputabilidade penal só se dará aos 18 anos, define-se o limite do vale-tudo para quem está abaixo. É uma questão lógica. Antes que alguns comunas comecem a babar de rancor, cumpre constatar como são as coisas em Cuba: a maioridade penal na ilha se dá aos 16 anos. O Brasil é dos poucos países do mundo que a definiu em 18. Veja tabela.

Mesmo as perguntas do Datafolha sendo muito ruins (ao menos segundo o que foi publicado), o resultado é muito expressivo: 31% acham que “adolescentes que cometeram crimes devem ser reeducados”, contra 68% que acreditam “que eles devem ser punidos como adultos”. Por que digo que é ruim? Ora, eu, por exemplo, discordo radicalmente do que estabelece o tal ECA (eca!!!) hoje, mas rejeito que os criminosos entre 16 e 18 sejam “punidos como adultos”. O que quero dizer? Acho que é preciso haver estabelecimentos prisionais — sim, prisionais — especiais para condenados em regime fechado nessa faixa etária. Não ficarão com os adultos, mas também não serão postos na rua quando fizerem 18, ainda que já tenham alguns assassinatos nas costas…

A lei brasileira foi feita por aqueles tolos que acham que a pobreza gera marginais; logo, como não eram pobres porque queriam, então se fizeram assassinos por culpa… das suas vítimas! Uma ova! Os que ganham até cinco salários mínimos conhecem na pele a falsidade estúpida dessa proposição. Essa esquerda chulé que há no Brasil precisa parar de associar pobres a assassinos. Trata-se de um preconceito asqueroso de classe!

Drogas
O lobby dos maconheiros, um dos mais organizados do país, definitivamente, não conseguiu mobilizar muita gente. Apenas 15%, para desconsolo de muitos, são contra a proibição do uso de drogas porque “é o usuário que sofre as consequências”. Nada menos de 83% defendem a proibição porque “toda a sociedade sofre as consequências”.  O povo é bem mais sábio do que aqueles senhores que estão com uma campanha na TV promovendo a descriminação das drogas.

Deus
A pregação contra Deus também não faz fruto — e olhem que as questões apresentadas pelo Datafolha são, definitivamente, péssimas. Acham que acreditar em Deus “não necessariamente torna uma pessoa melhor” 13% dos entrevistados; já 86% acreditam que a crença “torna as pessoas melhores”.

Desculpem a franqueza, mas as coisas, postas assim, são estúpidas. No fim das contas, as pessoas estão dizendo, com raras exceções, se acreditam ou não em Deus. Esse juízo moral embutido nas perguntas confere a aparência de sectários e facciosos a indivíduos que podem ser exemplos de tolerância.

Eu acredito em Deus e conheço umas bestas ao quadro que também acreditam — e, pois, estaria entre os 13% que acham que isso “não necessariamente torna uma pessoa melhor”. E, por óbvio, conheço indivíduos de excelente caráter que são ateus. Os brasileiros são tolerantes com o ateísmo, até porque, como já observou Sérgio Buarque de Holanda em “Raízes do Brasil”, a nossa religiosidade está longe de ser um exemplo de ortodoxia…

Caminhando para a conclusão
Que estranho país é esse que já aceita a homossexualidade (apesar da pergunta distorcida), que recusa a pecha de preguiçosos para os pobres, mas que recusa a vinculação entre pobreza e violência e não condescende com a discriminação das drogas? Senti falta, a propósito, de uma questão sobre o aborto. Parece ser um país que tende, de modo saudável, a distinguir o que é e o que não é escolha dos indivíduos. Não se é gay ou se nasce numa família pobre por escolha, é evidente. Mas praticar crimes e consumir drogas são atos da vontade, pouco importa a origem social do indivíduo.

Parece ser um país que pode ser tolerante com as diferenças, mas severo com aqueles que escolhem tornar pior a vida em sociedade; é um país que recusa a desculpa fácil do determinismo xucro.

O mais curioso é que esse país não está, prestem bem atenção!, no discurso dos políticos. Ao contrário até: por pressão de ONGs, da imprensa, dos aparelhos de estado tomados pela militância politicamente correta, o Brasil de verdade está muito longe da militância dos políticos do mainstream. No máximo, alguns picaretas e populistas virulentos se aproveitam de alguns temas ligados a comportamento e a valores e vão para a TV e para o horário eleitoral produzir histeria e obscurantismo.

O país que tem jabuticaba, pororoca e polícia que faz greve quando trabalha também é a única democracia do mundo que não tem um partido conservador forte, que seja alternativa de poder. As legendas que vocalizam um ou outro valores do que, mundo afora, se chama “direita” estão agarradas ao PT, recebendo carguinhos e prebendas.

Se isso, um dia, der em boa coisa, também será um caso único, como a jabuticaba, a pororoca e a polícia que, para fazer greve, trabalha…

Por Reinaldo Azevedo

 

Luiz Fux pode esperar chumbo grosso em 2013; o recado é claro: ou se comporta, ou eles prometem derrubá-lo; resta-nos torcer para que a chantagem não tenha lastro

Eis-me aqui, leitores, a fazer algumas considerações, conforme disse que poderia acontecer. Depois retomo o meu descanso. O ministro Luiz Fux, do STF, continua na mira dos petistas. E eles não o deixarão tão cedo, a menos que este membro da corte máxima do país pague a fatura na qual figura, segundo os petistas, como devedor. O mensalão já é jogo jogado. Ainda que o tribunal venha a admitir os embargos infringentes, de divergência, é difícil supor que Fux dê um voto oposto àquele que proferiu durante o julgamento. Mas sabem como é: o governo tem muitas demandas no Supremo. A coisa está feia: para o tribunal, para Fux, para as instituições. E o ministro pode se preparar porque vem mais bomba por aí.

O mais recente ataque a Fux partiu de Gilberto Carvalho, ninguém menos: ele é, por excelência, o braço de Lula no governo Dilma, mas é também homem de confiança da presidente. Quando fala, ele o faz em nome da chefe, a menos que seja desautorizado. E ele não foi. O que fez Carvalho?

Afirmou num programa de TV que manteve um encontro com Fux antes de este ser nomeado para o Supremo e que o então candidato a ministro lhe havia assegurado que lera o processo do mensalão e não encontrara provas contra os réus. Mais uma vez, os petistas estão afirmando, por palavras nem tão oblíquas, que Fux lhes prometera uma coisa — “matar a bola no peito” — e não entregou o prometido.

É espantoso! Mais do que sugestão, o conjunto das declarações — de Carvalho, de Dirceu e do próprio Fux, em entrevista — nos autoriza, por indução, a concluir que um dos critérios para a indicação do agora ministro foi a sua opinião de então sobre o mensalão. Depois, tudo indica, ele mudou. Fux já confirmou ter estado com José Dirceu antes de ser indicado por Dilma. Reuniu-se também com João Paulo Cunha. O que um pretendente ao cargo máximo do Judiciário tem a conversar com dois réus daquele calibre? Ninguém sabe. E isso Fux também não conseguiu explicar na entrevista que concedeu.

Ao anunciar a suposta mudança de opinião de Fux, Carvalho está confessando o que eles lá, ao menos, tinham entendido como uma conspirata a favor dos mensaleiros. Pior: como foi Dilma que indicou o ministro, Carvalho e todos os que insistem nessa linha de argumentação comprometem a presidente com uma óbvia agressão ao Supremo e à independência entre os Poderes: Fux teria sido escolhido para cumprir uma missão — que não seria, por óbvio, fazer justiça.

Os antecedentes e o que se viu
O leitor tem o direito de saber que petistas viviam falando pelos cantos, para repórteres, algo mais ou menos assim: “Fux tá no papo; é nosso!”. Os mais boquirrotos davam o acordo como celebrado. A metáfora do “matar a bola no peito” já era muito conhecida. Os votos do ministro pegaram, sim, os petistas de surpresa e, em larga medida, os jornalistas. E petistas não o perdoam por isso. Se acham Joaquim Barbosa — o “negro que nós [Eles!!!] nomeamos”, como disse João Paulo — ingrato, eles têm Fux na cota de um traidor.

E não pensem que já esvaziaram todo o saco de maldades. Pelo cheiro da brilhantina, como se dizia antigamente, vem mais coisa contra o ministro em 2013. Os mais exaltados chegam a prometer que ele terá de deixar o tribunal porque acabaria ficando provado que não tem condições de exercer a função. Até onde pode ir o ódio punitivo? É o que veremos.

O QUE NÃO ESTÁ CLARO NO TRIBUNAL INFORMAL DO PETISMO É SE HÁ OU NÃO CONDIÇÕES DE FUX SER REABILITADO PELA COMPANHEIRADA — vale dizer: ainda não se decidiu se vão lhe apresentar uma fatura, exigindo, em troca, o bom comportamento ou se a condenação já pode ser considerada transitada em julgado — nessa hipótese, só restaria mesmo o paredão.

A tropa não brinca em serviço. Nesse momento — e Fux não deve ignorá-lo —, a sua carreira de juiz no Rio está sendo escarafunchada. Não é que os petistas não gostem de uma coisa ou de outra e tenham sido tomados por um surto de moralidade ou de moralismo. Não! Vigora a palavra de ordem de sempre: “Quem está conosco é gente boa; quem não está vai para a boca do sapo”.

Fux pode se preparar que vem chumbo grosso por aí. Ou, então, se anula como membro da nossa Corte Suprema e se torna mero esbirro de um projeto partidário — nesse caso, tem até modelo a ser seguido. A “máquina” está lhe dizendo algo assim: “Ou se entrega, ou nós acabamos com a sua reputação”. A chantagem é asquerosa, e só resta ao país torcer para que as ameaças sejam inócuas porque brandidas no vazio.

Nunca antes na história destepaiz um ministro de estado confessou que um candidato a ministro do Supremo lhe havia feito juízo de mérito sobre um processo em tramitação na Corte para a qual este pretendia ser nomeado.

Se você acharam 2012 animado, esperem só para ver 2013…

Por Reinaldo Azevedo

 

Barbosa faz a coisa certa e não cai no truque de Dirceu e sua turma; o condenado não consegue, de novo!, o papel de herói

Pronto! O ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão e presidente do Supremo Tribunal Federal, negou nesta sexta o pedido do Ministério Público para prender imediatamente os condenados do mensalão. Chega ao fim, assim, uma das Batalhas de Itararé desse processo. Falha mais uma das crises artificiais com que José Dirceu e sua turma tentavam turvar o ambiente político. Em post publicado ontem às 17h44, no conselho que NÃO dei ao ministro, afirmei que ele deveria resistir à provação, NÃO MANDANDO prender a turma. Desde a semana passada, nos debates da VEJA.com, sustento que eram reduzidíssimas as possibilidades de ele acatar o pedido de prisão.

Reitero este aspecto: foram os mensaleiros e seus braços financiados com dinheiro público naquele troço que parece jornalismo que inventaram essa crise. Fica parecendo agora que Barbosa recusou a prisão porque ficou com receio da pressão deste ou daquele. Não! Ele recusou porque o STF já tem entendimento firmado de que não se começa a cumprir a pena antes do trânsito em julgado, a menos que haja motivos para decretar a prisão preventiva.

Com seu joguinho vigarista, a turma queria transformar uma decisão óbvia de Barbosa numa “vitória política”. Não que Dirceu não esteja se esforçando para ser preso, reitero (trato de novo do assunto no próximo post).

A campanha que o petista condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha move contra o Supremo é, sim, punível, mas não com prisão preventiva. A menos que ele convoque os seus militantes para desordens de rua. Gilberto Carvalho disse que o “bicho vai pegar”, mas só no ano que vem. Como? Haverá uma “Noite dos Cristais” contra a “direita”, os “reacionários”, o STF, o Ministério Público e a “imprensa golpista”?

Nesse caso, mal posso esperar para ver patriotas como José Sarney, Fernando Collor e Paulo Maluf a protestar contra o que Rui Falcão, presidente do PT, já chamou “essa gente suja e reacionária”. Os petistas, como a gente percebe, só se sentem em seu habitat natural com essas pessoas limpas e progressistas.

Barbosa tomou a decisão correta, ainda que muito se tenha conspirado nas sombras, de modo meio canhestro, para que tomasse a decisão errada.

Por Reinaldo Azevedo

 

No Brasil, Madoff estaria em casa, com pena mínima e recebendo a solidariedade de amigos… Ou: Tudo certo e nada no lugar!

O ministro Joaquim Barbosa, como escrevo no post anterior, fez a coisa certa, sim, mas isso não quer dizer que as coisas estejam muito certas no país, não. As leis, mesmo as ruins, têm de ser cumpridas. Mas, por ruins, precisam ser mudadas. O escândalo do mensalão veio à luz em 2005. A condenação só se deu sete anos e meio depois, e as penas, na melhor das hipóteses, serão cumpridas ali pelo fim do primeiro semestre de 2013: oito anos!!! Não se trata de acusar este ou aquele, mas é inegável que fatos assim significam um pacto com a impunidade.

Fico me lembrando do chororô de alguns ministros do Supremo, Ricardo Lewandowski em especial, com as supostas penas excessivas impostas aos réus do mensalão. Infelizmente, Marco Aurélio Mello também entrou nessa conversa mole. José Antônio Dias Toffoli, num discurso com voos condoreiros, defendeu que criminosos do colarinho branco (não usou essa expressão) não sejam encarcerados — consoante, aliás, com um editorial infeliz da Folha. Para Toffoli, a pena pecuniária seria mais efetiva.

Como não vamos nos lembrar de Bernard Madoff? Em 2008, descobriu-se que aquele que era considerado o mago das finanças não passava de um picareta, de um trapaceiro, que fez vítimas mundo afora. Conheço gente aqui no Brasil que perdeu dinheiro — dinheiro legal, investido em fundos igualmente legais.

Pena pecuniária? Um processo que se arrasta por anos? Não! Nada disso! Diante das evidências, foi preso ainda em 2008, condenado — Lewandowski vai ficar chocadíssimo! — a 150 anos de prisão. Seus bens foram tornados indisponíveis. Estivesse no Brasil, como tinha feito 70 anos em 2008, cumpriria a pena em casa. Em Banânia, considera-se que canalha não fica de cabelo branco… Um irmão da Madoff, com 67 anos, foi condenado a 10 anos.

Atenção! Madoff era um filantropo exemplar. No Brasil, tentariam usar tal fato para livrar a sua barra e ainda atribuiriam a decisão ao modelo trifásico de Nelson Hungria, coitado!, pau pra toda obra. Afinal, na primeira das fases, ao definir a pena-base, é preciso levar em conta:
Antecedentes;
Conduta social;
Personalidade;
Motivos do crime;
Circunstâncias do crime;
Consequências do crime;
Comportamento da vítima.

Vamos ver.
Antecedentes – Os de Madoff eram excelentes. Parte do que ganhou no mercado financeiro, aplicou em obras sociais.
Conduta social – Um verdadeiro príncipe. Conhecido pela simpatia e lhaneza no trato.
Personalidade – Agradável, gentil, sempre disposto a dar uma palavra amiga.
Motivos do crime – É, pode-se dizer que foi a ganância, mas também se podem acusar a falta de regulação dos mercados, a leniência de sucessivos governos…
Circunstâncias do crime – O ambiente do vale-tudo no mercado; criou-se a sensação de que tudo era possível.
Consequências do crime – Um monte de gente perdeu dinheiro, mas todos sabiam que era operação de risco.
Comportamento da vítima – No mínimo, cúmplice; afinal, os que caíram na conversa deveriam ter se indagado por que investir com Madoff era muito mais vantajoso.

Que tal? Fico cá a imaginar Ricardo Lewandowski a pedir para Madoff, dado esse quadro, a pena mínima… Durante a dosimetria, eu quase contrato alguns réus para me dar aulas de educação moral e cívica…

Atenção! Madoff só lidava com dinheiro privado. No Brasil, essa modalidade de safadeza quase não existe; tem importância marginal. Por aqui, os canalhas roubam mesmo é dinheiro público. Eles o empregam até para financiar seus prosélitos. “Ah, mas olhe o tamanho da crise que ele provocou…”. Isso é besteira, é evidente. A fraude foi gigantesca, mas um copo d’água na tempestade quando se considera o conjunto. E daí? Madoff foi um dos pegos com a boca na botija. E pagaria por isso ainda que tivesse 90 em vez de 70…

É evidente que o país não pode continuar a esperar oito anos para mandar larápios para a cadeia.

Difamação da Justiça
A meu juízo, não havia, dadas as leis brasileiras, motivos para decretar a prisão preventiva dos réus. Mas isso não significa, lembro de novo, que José Dirceu em particular esteja tendo um comportamento aceitável para um condenado.

Basta ver o que anda dizendo e as correntes que anda alimentando. Liberdade de expressão não se confunde com difamação da Justiça e com desacato, um tipo do Código Penal. Por muito menos do que anda dizendo sobre juízes do Supremo, um guarda de trânsito o enquadraria.

Se ele tem o direito de mover esse tipo de campanha contra o Judiciário, então todos os outros condenados do Brasil também têm. Acusar juízes do Supremo de promover julgamento de exceção, de ignorar os autos, de agir com preconceito, de atender a interesses subalternos etc. constitui, obviamente, difamação da Justiça. A menos que apresente as provas, coisa que seus advogados podem fazer a qualquer tempo. Nesse caso, então, pediremos o impeachment de ministros do Supremo.

Estão querendo levar o debate sobre a Justiça para a sarjeta.

Por Reinaldo Azevedo

 

O Zé não é lobista, mas “consultor; não tem empregados, mas “assessores”; não dorme com uma mulher, mas com uma “companheira”

Acabo de ler um texto que tem a sua graça.

Vamos lá. Qual é a atividade hoje em dia de José Dirceu? Além de petista (sem cargo de direção), ele é “consultor de empresas privadas”. É um dos eufemismos com que as pessoas se referem a ele. Outros de sua espécie são chamados de “lobistas”. Eu até acho que se pode debater a legalização do lobby, a exemplo do que ocorre nos EUA (ainda não é uma avaliação de mérito). O que não dá é para chamar “lobista” de “consultor”. Este último é um especialista numa área específica, presta assessoria técnica. O outro facilita contatos com órgãos estatais. No Brasil, a atividade não é legalizada.

Assim, Dirceu é hoje um homem da iniciativa privada, certo? E homens da iniciativa privada têm empregados ou funcionários. Não José Dirceu! Leio que o “consultor de empresa privada” tem “assessores”. Sim, parece mesmo um homem de estado. Ele estava, sou informado, acompanhado desses “assessores” quando ficou sabendo da decisão de Joaquim Barbosa.

Não é só isso. Os outros homens têm mulher ou namorada. Além dos “assessores”, sabem quem estava ao lado do “consultor” quando ele ficou sabendo da decisão? A sua “companheira”. Perfeito! Outros vão pra cama com a mulher, a namorada, a amante, até com a “amiga íntima”… O nosso herói comete atos políticos: leva a “companheira”.

Não pensem que o Zé e os “assessores” estavam cuidando, sei lá, dos assuntos de sua empresa privada. No momento em que ele tomou conhecimento da decisão de Barbosa, estava “ouvindo MPB”, que é para deixar claro o seu apego à cultura nacional. Abriu, então, um vinho e comemorou.

O Zé tem, sim, ao menos uma assessoria eficiente: a de imprensa.

Por Reinaldo Azevedo

 

Ora confiando na Justiça, ora não… Depende de o juiz fazer a vontade do condenado…

Leio no Globo o que segue. Volto em seguida:

(…)
Ainda antes de receber a notícia de que o ministro Joaquim rejeitou o pedido de prisão, o ex-deputado José Genoino disse, nesta sexta-feira, que vem passando por esse processo “como se fosse uma tortura psicológica”.

Ao lado de um grupo de 18 amigos, Genoino passou a manhã recebendo telefonemas de correligionários e parentes. Todos estavam ao lado do ex-deputado no momento em que Barbosa anunciou sua decisão.

“Isso para mim está sendo uma tortura psicológica. Ainda mais numa época de Natal”, disse Genoino, por trás das grades do portão de sua casa.

O advogado do ex-deputado João Paulo Cunha, Alberto Zacharias Toron, confirmou que seu cliente está “muito feliz e emocionado” e que a decisão do STF “restabeleceu sua confiança na Justiça brasileira”.

Comento
Genoino volta a fazer a associação entre um processo que seguiu todos os rigores do estado democrático e de direito e a tortura — ainda que, desta feita, tenha se referido à psicológica. É o despropósito de sempre. E olhem que, apesar de ser o presidente do PT à época das lambanças, ele nem deve cumprir pena em regime fechado.

Quanto à declaração de Toron, advogado de João Paulo, deixem-me ver se entendi. Como Barbosa negou a prisão preventiva, o condenado voltou a confiar na Justiça brasileira; suponho que, ao ser condenado, deixou de confiar; se for malsucedido nos recursos, volta a desconfiar; se for bem-sucedido, então o contrário…

Entendo. Justiça confiável é aquela que faz o que a gente quer, e Justiça “injusta” é aquela que não atende a nossos pleitos. Se os tribunais não fazem a nossa vontade, então a gente promove plenárias públicas para julgar os juízes… 

Por Reinaldo Azevedo

 

Um daqueles me deseja Feliz Natal: “pena que teu câncer te consumirá…”

Vocês devem imaginar quantos comentários ofensivos recebo por dia, especialmente porque a rede suja, financiada por estatais, estimula o achincalhe e a baixaria. As coisas que se publicam nas áreas de comentários por aí são espantosas. Ok. Eles escolhem os leitores deles. Eu escolho os meus. Não os publico, e ignoraria mais este não fossem alguns aspectos saborosos do texto do rapaz. Ele é a síntese e o exemplo da clientela cevada pelos esquisitos. Vai ficar feliz. Vai achar que caí no seu truque. Não! Mal sabe que é um emblema. Leiam o que ele mandou, conforme o original. Volto em seguida. O nome do bruto é Marco Nicolodi (destaco em vermelhito os seus grandes momentos).

Caro Reinaldo, creio que você deve estar se moendo por dentro devido ao fato de que o ministro não mandou prender os bandidos imediatamente. Não sei o que se passa na sua cabeça, deve haver um muro chamado MURO DA PARCIALIDADE: neste caso parcial para o Joaquim Barbosa, ministro o qual vocês devem chupar o coco pois é um dos nossos únicos representates (de direita) no âmbito nacional. Você botou uma idéia na cabeça: “ELE TA CERTO, ELE TA CERTO, AGORA DEVO COLHER OS ARGUMENTOS”. Esse é teu infeliz modus operandi. Amigo, aproveite bem esses teus últimos 10 anos de vida, pois você vai morrer de câncer, de tanto ódio que você tem por dentro. Um termo americano que te define: HATER.

Teu trabalho é odiar amigo. Gostaria de ver você escrevendo quando a direita entrar no poder, pena que teu câncer te consumirá antes que isso aconteça. Tenho pena dos teus filhos. Tenho pena da criatura que tu és. E tenho pena dos internautas, que infelizmente não poderão ver meu comentário, pois você só publica os positivos ou os revoltados com o PT. Lembra do PODER MODERADOR? Que com certeza tu já criticou? Pois é amigo, você está exercendo-o.

Prove que você defende a liberdade de imprenssa, e publique meu comentário, que não tem por que ser moderado, visto que não se trata de ofença gratuita.

Voltei
A mensagem é de tal sorte absurda, por razões diversas e combinadas, que cheguei a pensar que fosse um trote. Mas não é, não.

Ele começa me chamando de “meu caro” e, num texto de 227 palavras, faz votos de que eu morra de câncer duas vezes. Aliás, esse é um dos “hits” da escória. Ele deseja esse fim singelo para mim porque, assegura, sou um “hater”. Em linguagem internética, um “hater” não é um “inimigo”, mas um “odiador” mesmo. Entendo. O Marco Nicolodi, como vocês viram, não odeia ninguém, é uma criatura bondosa, um verdadeiro… “LOVER”!

Na sua estupenda ignorância — imagino quais sejam suas fontes de informação —, comprou a mentira de que Joaquim Barbosa é “de direita”. Fosse essa a sua maior estupidez, talvez houvesse cura pra ele. Mas quê… Esse rapaz não sabe que ele, sim, é portador de uma doença incurável, que é de fundo moral.

Vejam que ele tem pena também de vocês, os leitores habituais, porque, disse, seriam privados de ler suas palavras tão lúcidas, tão gentis, redigidas com tanto apuro, com tanto esmero e amor pela sintaxe e pelo vernáculo. Isso para não falar da grandeza das ideias.

Segundo diz, só provo defender a liberdade de “imprenssa” — escrevesse “imprença”, o erro seria menos energúmeno… — se publicar seu comentário intelectualmente desafiador. Afinal, como vocês podem constatar, ele está certo de que não se trata de “ofença” gratuita…

Pronto, Nicolodi! Tire uma cópia e leve para o boteco. Mostre a seus amigos que você disse “umas verdades” àquele Reinado Azevedo, o “hater” que você quer que morra de câncer para provar que você é um homem que ama… Demonstre que você espalha por onde passa a sua profundidade, a sua cultura, a sua delicadeza.

Sou-lhe grato — e, por seu intermédio, a milhares que tiveram seus respectivos comentários jogados no lixo neste 2012 — por demonstrar, uma vez mais, quem são vocês e quem somos nós.

Tenha um ótimo Natal, Nicolodi, ao lado das pessoas que você ama! Tomara, e digo sinceramente, que você viva muitos anos. Ainda que você tivesse sido agraciado (ou punido, sei lá) com a vida eterna (refiro-me a esta, sabe?, de Metazoa…), você não faz ideia do quanto eu não o invejo.

Reinaldo

PS – Nada de agredir o Nicolodi! Eu poderia tê-lo ignorado, e ninguém saberia da sua existência. Ele se torna, assim, um agente de esclarecimento sobre o que vai do lado de lá.

Por Reinaldo Azevedo

 

Obama nomeia senador John Kerry secretário de Estado

Na VEJA.com;
Como a imprensa americana já havia antecipado, o presidente Barack Obama nomeou nesta sexta-feira o senador John Kerry, de 69 anos, para o cargo de secretário de Estado. A nomeação será encaminhada ao Senado para ser ratificada. Na Casa, Kerry tem o suporte tanto de democratas como de republicanos.

O senador substituirá a ex-primeira-dama Hillary Clinton, que já havia anunciado que não permaneceria no governo por mais quatro anos.

Ao anunciar o nome do parlamentar, Obama disse que o senador é “a escolha perfeita” para guiar a diplomacia americana nos próximos anos. Com o anúncio, Kerry torna-se o primeiro integrante oficial da equipe de Obama para o segundo mandato presidencial, que terá início em janeiro.

John Kerry, que já foi candidato presidencial em 2004, passou a ser apontado como favorito para assumir o Departamento de Estado depois que a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice, retirou sua candidatura para o posto.

Susan desistiu depois de ser alvo de críticas dos republicanos devido à sua atuação após o ataque ao consulado americano em Bengasi, na Líbia, que deixou quatro mortos, incluindo oembaixador J. Christopher Stevens. Ela admitiu que a descrição que fez do ataque foi incorreta.

À época, Rice afirmou que o atentado não havia sido “organizado ou premeditado”, mas resultado de uma manifestação “espontânea” contra o vídeo A Inocência dos Muçulmanos, que satiriza o profeta Maomé. Susan explicou que sua declaração foi baseada em informações da inteligência americana e que não teve a intenção de enganar a população dos EUA. Mesmo assim, não conseguiu acalmar os ânimos dos parlamentares.

Como presidente do comitê de relações exteriores do Senado, Kerry conduziu uma reunião sobre o ataque em Bengasi nesta quinta-feira, quando o Departamento de Estado voltou a ser criticado por ter falhado na resposta a pedidos de melhoria na segurança da representação americana na Líbia.

Um relatório independente sobre o ataque divulgado esta semana cita “falhas sistemáticas e deficiências de liderança e gestão” do Departamento de Estado. E critica a “falta de pessoal experiente” para garantir a segurança dos membros do consulado. Segundo a investigação, os pedidos de funcionários da embaixada em Trípoli para melhorar a segurança da sede diplomática em Bengasi antes do ataque foram ignorados.

Por Reinaldo Azevedo

 

O dia 21 vai chegando ao fim, e Maia vai recuperando a razão. Ah, sim: ele também diz que Reinaldo Azevedo estava certo…

Pois é…

Escrevi ontem um post sustentando que o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), havia dito algumas insanidades, mas não uma em particular: aquela em que teria oferecido a Câmara para homiziar eventuais deputados foragidos da Justiça. Ele até chegou a falar em impeachment de ministros do Supremo, mas oferecer a Câmara como território imune à democracia, isso não fez.

Leiam o que informa Felipe Bächtold, na Folha Online. Volto em seguida:
(…)
O atrito atingiu seu auge na quarta-feira (20), quando foi levantada a hipótese de os congressistas condenados no mensalão se “refugiarem” na Câmara, já que a Polícia Federal não tem autorização para entrar na Casa. Maia negou que tenha defendido essa ideia e disse que sua declaração sobre o assunto foi “completamente distorcida”. “Em nenhum momento fiz nenhum tipo de afirmação nessa direção. A única coisa que eu disse foi que essa questão não havia sido decidida e que, portanto, não havia opinião nem decisão a ser tomada.”

Sobre a chance de os deputados se refugiarem na Casa quando os recursos na ação penal tiverem se esgotado, o presidente da Câmara falou que não haveria “amparo legal” para isso. “Eles tiveram todo o direito de recorrer, de debater as suas opiniões e houve uma decisão do STF. Aí não teremos essa situação”. Maia esteve em Porto Alegre e participou de um evento com o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP). O deputado petista falou ainda que vai avaliar a hipótese de a Câmara se manifestar no processo do mensalão sobre a cassação dos mandatos. “Pedi à Advocacia-Geral da União que faça uma análise técnica se há a possibilidade de a Câmara tecnicamente entrar no processo, expressando a sua opinião sobre a questão da prerrogativa de cassação”, disse.

Encerro
Ah, bom! Então tudo bem! Maia não ofereceu a Câmara. Maia acha descabida essa possibilidade porque os “deputados tiveram todo o direito de recorrer”. Maia, no máximo, mandou fazer uma consulta à AGU. Ok.

Será assim só porque Joaquim Barbosa recusou o pedido de prisão? Não também! Ele continuaria sem ter o que fazer se fosse o contrário. O resto é papo furado.

Por Reinaldo Azevedo

 

32 milhões de vezes “obrigado!”, meus leitores

Caros leitores,

chegou a hora de descansar um pouco — mas não muito, fiquem tranquilos! Este blog entra naquela fase de desaceleração típica de fim e começo de ano. Vocês sabem que, parado de verdade, eu nunca fico. Assim, podem voltar aqui a cada dia que é grande a chance de haver alguma novidade. Se aparecer um novo “plano nacional-socialista de direitos humanos” — a exemplo daquele que peguei na ponta da havaiana em 2009 —, não tenham dúvida de que estarei presente para chamar as coisas pelo nome que elas têm.

Mais uma vez, expresso a minha gratidão a vocês pela parceria generosa, inteligente, vigilante. Assim que expirar o dia 31, este blog terá tido, só em 2012, mais de 32 milhões de páginas visitadas. Em seis anos de existência, já resultou em três livros, todos muito bem-sucedidos. Tudo obra de vocês!

Embora o ano tenha chegado ao fim sob os auspícios de mercadores antigos e recentes de apocalipses, a gente nem se assusta nem se cansa. O Brasil deu um passo importante — não é a redenção porque isso, em história, não existe — contra os ladrões de dinheiro publico, contra os ladrões de instituições, contra os ladrões da nossa generosidade.

Temos os nossos valores e os nossos princípios. E deles não abrimos mão. Não aceitamos um estado que seja maior do que a sociedade; não aceitamos um partido que seja maior do que os indivíduos; não aceitamos indivíduos que sejam maiores do que as instituições.

E seguiremos nessa trilha. Eles escolhem a difamação, nós escolhemos o esclarecimento; eles escolhem o linchamento da divergência, nós escolhemos o debate; eles querem nos esmagar, nós queremos civiliza-los com a força do estado de direito. E essa é uma batalha que se trava com alegria!

Que os crentes sintam seu coração confortado; que os não-crentes creiam de tal sorte no humano que possam enxergar nele até o divino, como diz um poema antigo.

Que todos tenhamos vida em abundância!

Trinta e dois milhões de vezes, digo: “Obrigado, meus leitores!” Seguiremos juntos.

Por Reinaldo Azevedo

Fonte: Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Indústria de máquinas e equipamentos tem queda de 27% na receita em março
Motor remanufatutado em máquinas agrícolas é alternativa de economia para o produtor rural
Área plantada com beterraba sacarina cresce na UE, mas doença ameaça lavoura
Bionematicidas movimentam mercado bilionário no Brasil
Vale e Caterpillar assinam acordo para testar caminhões elétricos e estudar etanol