Moradores deixam posto da Mata em MT e se revoltam contra o Governo Dilma

Publicado em 03/01/2013 11:39 e atualizado em 01/03/2020 15:16
A desintrusão dentro do Distrito Estrela do Araguaia tem prazo final determinado pela Operação de retiradas das famílias até esta sexta-feira (04). Reportagem da Tv Araguaia mostra que a cena mais comum dentro do Distrito é de casas sendo desmanchadas, caminhões carregados com mudança, e muita mais muita revolta pela população -- que se sente injustiçada com a decisão de transformar a área dos 165 mil hectares da Suiá Missu em reserva Indígena Xavante denominada Marawatsede.

A reportagem do site Agência da Notícia (que está fazendo a cobertura da desintrusão desde o dia 03 de dezembro), tem acompanhado o processo, e foi a única equipe a presenciar o momento em que a Polícia tomou o Posto da Mata, jogando bombas, e causando desespero na população.

Algumas pessoas que moram no Posto da Mata estão com dificuldades para deixar o local porque vivem em situação extrema de pobreza, elas alegam não ter pra onde ir e nem dinheiro para fazer a mudança. A FUNAI informou que está com mais de 50 mudanças agendadas para serem retiradas do Distrito. 


Porém há mais de 20 dias de operação embora a FUNAI diga que está cadastrando pessoas que se enquadram no perfil de reforma agrária, não há nenhuma acomodação às famílias feita pela FUNAI ou pelo Governo Federal --, literalmente as pessoas estão sendo jogadas nas ruas. Quem não tem para onde levar a mudança a ordem é levar para a base militar.

A FUNAI já avisou também que quem não sair até esta sexta-feira terá os bens confiscados além de correr o risco de ser preso por 2 anos e responder por desobediência à Justiça.

Quanto ao cemitério de Estrela do Araguaia, onde dezenas de corpos estão sepultados não há nenhuma explicação sobre o que será feito com os corpos que estão alí, já que a terra foi decretada reserva indígena e o branco teoricamente não poderá entrar dentro da reserva.

Assista matéria em vídeo feito pela equipe do Agência da Notícia.


No G!-MT (Tv Centro America):

Termina nesta sexta desocupação de vila erguida em área indígena de MT

Prazo dado para desocupação de Posto da Mata encerra nesta sexta-feira.
Após conflitos, território de Marãiwatsédé será entregue aos xavantes.

Do G1 MT

Agentes da Força Nacional de Segurança usaram bombas de gás para cercar vilarejo (Foto: Agência da Notícia)

Termina nesta sexta-feira (4) o prazo para que os não índios desocupem o vilarejo de Posto da Mata, no município de Alto Boa Vista, a 1.064 quilômetros de Cuiabá. De acordo com a Associação de moradores da Gleba Suiá Missu, mais da metade das famílias já tinham deixado o distrito até esta quinta-feira (3).

Homens das Forças Federais de segurança estão na região para garantir o cumprimento da decisão judicial que determina a desocupação do local. Os moradores que não saírem da área, que foi considerada pela Justiça como sendo dos índios xavantes, vão ter os bens confiscados e podem responder pelo crime de desobediência.

O cumprimento dos mandados de desocupação está sendo feito entre oficiais de justiça, equipes da Força Nacional - Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e Exército - além de representantes do governo federal. Desde então, vem ocorrendo vários conflitos entre os não-índios e policiais.

Na área em conflito faltam alimentos e medicamentos, segundo o membro da Associação dos Moradores, José Melo. "Está muito difícil a situação aqui, mas todos vão sair. As pessoas estão desmanchando suas casas para irem embora", declarou o morador.

Revoltados, os moradores fecharam a BR-158 e MT-242, principais rotas de acesso aos municípios de Alto Boa Vista, Confresa ePorto Alegre do Norte. O tráfego de veículos ficou prejudicado. As famílias estão sendo cadastradas e as que atenderem as exigências do Incra podem ser instaladas em projetos de assentamento da reforma agrária.

Desocupação

Marãiwatsédé será devolvida aos xavantes após
desocupação (Foto: Reprodução/TVCA)

O processo de desocupação dividiu a Terra Indígena de Marãiwatsédé, do povo Xavante, em quatro áreas. Pelo plano, serão desocupadas primeiro as grandes propriedades, seguidas pelas médias e pequenas. A comunidade de Posto da Mata será a última a ser desocupada.

A área em disputa tem uma extensão aproximada de 165 mil hectares. Ainda de acordo com a Funai, o povo xavante ocupa a área Marãiwatsédé desde a década de 1960. Nesta época, a Agropecuária Suiá Missu instalou-se na região. Em 1967, índios foram transferidos para a Terra Indígena São Marcos, na região sul de Mato Grosso, e lá permaneceram por cerca de 40 anos.

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Fonte: Agência da Notícia/G1-MT

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