Guerra contra fome está longe do fim, afirma chefe da FAO

Publicado em 05/04/2013 08:10
A liderança e as medidas nacionais são cruciais e os governos têm a principal responsabilidade de garantir a segurança alimentar dos seus cidadãos, afirmou na quinta-feira o Diretor-Geral da FAO, José Graziano da Silva, numa reunião de alto nível sobre a estratégia das Nações Unidas contra a fome no mundo para o pós-2015. O prazo dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) da ONU vai terminar em 2015.

“Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio empurraram-nos para a frente. Mas com 870 milhões de pessoas ainda vítimas da fome, a guerra contra a insegurança alimentar está longe de terminar”, indicou Graziano da Silva.

“A única resposta eficaz para a insegurança alimentar é um compromisso político o nível nacional, e um reforço do compromisso a nível regional e global por parte da comunidade internacional de doadores e de organizações internacionais”, explicou, acrescentando que a atitude do mundo perante a fome se alterou profundamente.

“O direito à alimentação no contexto da segurança alimentar nacional é agora reconhecido como a base para a discussão de políticas em todo o mundo”, afirmou o Diretor-Geral da FAO.

O desenvolvimento rural é necessário

O Diretor-Geral explicou que, desde que o mundo é capaz de produzir alimentos suficientes para todas as pessoas, o destaque deve ser dado ao acesso a uma alimentação e nutrição adequadas a nível local. “Precisamos de sistemas alimentares mais eficientes e equitativos”.

Isso vai exigir grandes investimentos públicos e privados nas áreas rurais, onde se encontra mais de 70 por cento da população com fome e onde milhões de pessoas dependem da agricultura para a sua alimentação e emprego, incluindo 500 milhões de famílias rurais de pequenos agricultores.

No entanto, Graziano da Silva alertou que, apesar da responsabilidade dos governos nacionais em garantir a segurança alimentar dos seus cidadãos, nenhum país poder atuar sozinho na economia globalizada de hoje.

“As medidas tomadas por um país ou empresa podem afetar a segurança alimentar de terceiros e os conflitos podem levar à instabilidade nos países e regiões vizinhas”, exemplificou.

“Os impactos sobre os recursos ambientais e naturais não são apenas nacionais e é virtualmente impossível regular os mercados e atividades apenas a nível nacional”, acrescentou.

Como exemplos de esforços multilaterais que contribuem para os esforços nacionais para reduzir a fome e tornar o desenvolvimento mais sustentável, o Diretor-Geral citou o fortalecimento do Comitê de Segurança Alimentar Mundial e do Grupo de Trabalho de Alto Nível para a Segurança Alimentar Global do Secretário-Geral das Nações Unidas. Outro exemplo é o Desafio Fome Zero lançado por Ban Ki-moon, Secretário-Geral da ONU, em junho passado, na Conferência Rio +20 para o Desenvolvimento Sustentável.

Graziano da Silva afirmou que as políticas públicas devem também criar oportunidades para os mais desfavorecidos, incluindo os pequenos produtores e os de auto-consumo, as mulheres, os jovens e os povos indígenas.
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Fonte:
FAO

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