Movimento dos caminhoneiros prejudica cadeia agroalimentar de SC

Publicado em 02/07/2013 16:48

Os alimentos vão escassear ou encarecer advertiu o presidente da Coopercentral Aurora Alimentos, Mário Lanznaster, ao fazer um balanço dos efeitos da greve dos caminhoneiros no grande oeste de Santa Catarina que paralisou três unidades industriais, ontem, e ameaça levar ao fechamento mais sete plantas nesta quarta-feira (3). Os prejuízos passam de 8 milhões de reais ao dia.

Lanznaster, o vice-presidente Neivor Canton e o diretor de agropecuária Marcos Antônio Zordan informaram que a Aurora é a principal agroindústria brasileira prejudicada, em razão do movimento se concentrar na região onde a cooperativa central mantém suas principais plantas industriais.
Bloqueios erguidos pelo movimento dos caminhoneiros afetam toda a malha rodoviária estadual e federal do oeste catarinense. Em consequência, foi obstruído o fornecimento de rações nas propriedades rurais, criando uma situação dramática no campo. A base produtiva da Aurora é formada por um plantel permanente de 25 milhões de aves e 950 mil suínos alojados em mais de 15 mil estabelecimentos, pertencentes a 4.050 criadores de suínos, 2.600 criadores de aves e 8.500 produtores de leite.

Esse plantel necessita diariamente de 3.500 toneladas de rações para nutrição animal – alimento que não está mais chegando ao campo. A falta de nutrientes pode provocar canibalismo e alta mortalidade, especialmente entre aves. Também não está chegando aos avicultores os 800 mil pintinhos/dia para reposição dos criatórios de aves.

Está obstruído, igualmente, o fornecimento de aves e de suínos aos frigoríficos e o fornecimento de leite in natura na indústria de lácteos de Pinhalzinho. Por essa razão, estão paralisadas a unidade industrial de suínos de São Miguel do Oeste (abate de 1.900 animais/dia) e a unidade industrial de aves de Maravilha (abate de 145.000 frangos/dia). Da mesma forma, parou a unidade industrial de rações de Cunha Porã.

No total, em razão dessa situação, foram temporariamente dispensados até agora mais de 2.500 trabalhadores.

AGRAVAMENTO

De acordo com a direção da Aurora, estão ameaçadas de parar nas próximas 24 horas as unidades de Pinhalzinho (lácteos), Chapecó (suínos, três unidades), Xaxim (aves), Guatambu (aves) e Quilombo (aves).

Os grevistas não permitem a circulação de aves, pintinhos, suínos, leitões, leite in natura e outros insumos. Por isso, as indústrias não recebem aves e suínos adultos para abate, enquanto os produtores rurais ficam com a produção represada no campo.

Esse quadro é potencialmente gerador de prejuízos. Os produtores têm capacidade de armazenar na propriedade apenas dois dias de produção de leite. Depôs disso, terão de suspender a ordenha ou jogar leite fora. O prejuízo também atingirá os criadores de aves e suínos que deixarão ou já deixaram de receber da Aurora a alimentação para seus plantéis.

“Haverá uma descompensação geral da cadeia produtiva”, prevê o diretor de agropecuária Marcos Zordan. Não ocorrendo alojamento de aves agora, não haverá abate em 42 dias. Não havendo a coleta no campo e a entrega do leite no laticínio, a receita do agropecuarista cairá.

A diretoria da Aurora não criticou o movimento, mas reclamou da falta de coordenação e da ausência de interlocutores. Lamentou que famílias rurais e cooperativas estejam sendo penalizadas com pesados prejuízos, ontem, estimados em pelo menos 8 milhões de reais ao dia.

 

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Fonte:
MB Comunicação

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