ESTOQUES DE ROBUSTA EM QUEDA NOS DESTINOS

Publicado em 15/07/2013 17:41
por Rodrigo Corrêa da Costa (que escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting)

O FMI revisou para baixo a expectativa de crescimento do PIB mundial, de 3.3% para 3.1%, e dos Estados Unidos de 1.9% para 1.7%.

Dando a sequência ao vai e vem de declarações sobre a expansão monetária americana, o presidente do FED nesta semana disse que é necessária a manutenção da política até onde se enxerga (pobre tradução de “foreseeable future”), ajudando os índices de bolsas locais a terem o maior fechamento da história.

Enquanto isto o COPOM tenta conter a inflação aumentando os juros para 8.5%, justamente quando o crescimento econômico está magro – solução inevitável, mas que prejudicará o Brasil, já que o país perdeu a oportunidade de ouro de promover reformas estruturais nos dois últimos ciclos econômicos de bonança.

Os principais índices de commodities subiram na semana, aproveitando a desvalorização do dólar e uma aparente cobertura de posição de fundos que estão vendidos na maior parte das matérias-primas.

O café em Nova York começou a sexta-feira com bons ganhos acumulados nas sessões anteriores, mas devolveu tudo em algumas horas e encerrou com perdas de US$ 2.45 por saca. Nem mesmo a firmeza de Londres, que ganhou US$ 4.08 por saca, na primeira semana do ramadã, conseguiu ajudar o primo mais “nobre”. 

A negociação no mercado físico brasileiro foi melhor, ao menos até quinta-feira com a puxada do “C” e o Real fraco. 

No mercado FOB os preços mais atrativos têm sido de Índia e Uganda, enquanto no “spot” a demanda se mantém pelos lotes mais descontados (baratos).

As exportações do ano safra 12/13 (Jun à Jul) no Brasil encerraram com um total de 30,54 milhões de sacas, terceiro maior nível da história, mas menos do que os agentes esperavam dada que a safra é tida como a segunda maior de todas – daí vem a percepção de que os estoques estão altos.

A produção e a exportação na Colômbia têm sido destaque de recuperação. Não é nada assombroso em termos absolutos para os padrões mundiais, mas sem dúvida um retrato de que problemas com fungos podem levar até 5 anos para devolverem as perdas provocadas.

Os estoques de robusta na LIFFE mantém a queda e o spread da bolsa firma ratificando que o café mais barato disponível está no terminal. A arbitragem com a ICE volta a testar os US$ 35 centavos por libra, o que creio deve dar suporte para o arábica.

Difícil achar novidades para apostar em uma mudança do quadro, salvo a prorrogação do governo vietnamita para 36 meses das dívidas dos exportadores, que junto com a resistência dos produtores em vender podem dar sustentação por ora.

O dólar perdendo força pode ser outro fator para que os torradores, assim que voltarem das férias de verão, reajustem seus níveis de preços solidificando nossa teoria de que os US$ 110 centavos serão o chão (caso o real não desande muito mais).

Uma boa semana e muito bons negócios a todos.

Rodrigo Costa* 
*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting

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Fonte:
Archer Consulting

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