Ibope/Estadão: Em cenário em que Dilma tem 30%, Lula chegaria a 41%

Publicado em 19/07/2013 07:08
Pesquisa aponta que presidente despenca 28 pontos e disputa de 2014 fica mais competitiva -- Por José Roberto de Toledo - de O Estado de S. Paulo

Pesquisa nacional Ibope feita em parceria com o Estado entre quinta-feira e domingo passados  revela um cenário bem mais competitivo da sucessão presidencial de 2014. No cenário com quatro candidatos a presidente, Dilma tem 30% das intenções de voto estimuladas, contra 22% de Marina Silva (sem partido), 13% de Aécio Neves (PSDB) e 5% de Eduardo Campos (PSB). Contra os mesmos adversários, Lula chegaria a 41%, e os adversários ficariam, respectivamente, com 18%, 12% e 3%. Por comparação, a taxa de Lula é 37% maior que a de Dilma.

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Num segundo cenário, com cinco candidatos a presidente, Dilma fica com 29% das intenções de voto, contra 21% de Marina e 12% de Aécio. Os três perdem um ponto porcentual com a entrada no páreo do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. O magistrado chega a 6%, contra 5% de Eduardo Campos.

Nesse segundo cenário, trocando-se Dilma por Lula, o candidato do PT cresce dez pontos e chega a 39%. Marina cai para 17%, Aécio permanece com 12%, Barbosa fica com 6%, e Campos cai a 3%.

No único cenário estimulado que é comparável ao da pesquisa Ibope/Estadão de março, Dilma despencou. Na simulação com quatro candidatos a presidente, ele caiu de 58% para 30% de intenção de voto estimulada. Ao mesmo tempo, Marina cresceu 10 pontos: de 12% em março, para 22% em julho. Aécio ganhou 4 pontos: de 9% para 13%. Campos oscilou de 3% para 5%.

Também foi notável a expansão do voto nulo e branco. Entre março e domingo passado, a taxa dos que não votariam em nenhum dos candidatos testados dobrou de 9% para 18% - mais um reflexo do descontentamento dos eleitores com os políticos.

O crescimento de Marina e a queda de Dilma na pesquisa estimulada se explica, em parte, pela inversão das preferências dos eleitores mais ricos. Entre os que ganham mais de 10 salários mínimos, a presidente caiu de 43% para 19% das intenções de voto, enquanto Marina pulou de 18% para 44%.

Espontânea. A primeira pergunta do Ibope sobre a sucessão pediu ao eleitor que dissesse em quem ele votaria se a eleição fosse hoje, mas não apresentou opções. Nessa resposta, dita espontânea, Dilma ficou com 16% das intenções de voto, contra 12% de Lula, 5% de Aécio, 4% de Marina, 3% de Joaquim Barbosa, 3% de José Serra (PSDB), 1% de Eduardo Campos e 1% de Geraldo Alckmin (PSDB).

Outros 40% dos brasileiros não souberam dizer espontaneamente o nome de um candidato a presidente, e 13% responderam que votariam em branco ou anulariam. Demais nomes somaram 1%.

Em comparação à pesquisa feita pelo Ibope em março, Dilma perdeu mais da metade sua intenção de voto espontânea. Ela tinha 35% de citações na pesquisa anterior, contra 16% agora. A perda de eleitores coincide com a queda abrupta da popularidade da presidente após as manifestações de rua ocorridas desde junho.

Metodologia. A pesquisa Ibope/Estado foi feita entre os dias 11 e 14 de julho. Foram entrevistados 2.002 brasileiros de 16 anos ou mais de idade em 140 municípios de todas as regiões do Brasil. A margem de erro máxima é de 2 pontos porcentuais, para mais ou para menos, em um intervalo de confiança de 95%. Isso significa que se a mesma pesquisa fosse feita simultaneamente 100 vezes, em 95 delas os resultados deveriam ficar dentro da margem.

 

Lula exalta Dilma e diz que não vê 'ninguém com as qualidades dela

Ex-presidente reafirmou apoio à presidente da República em palestra nesta quinta-feira, 18, na Universidade Federal do ABC (UFABC); disse também que não daria pitaco em reforma ministerial

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva rompeu o silêncio de mais de um mês, negou a intenção de ser candidato a um novo mandato e defendeu enfaticamente a reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014. “Eu tenho candidata a presidente da República. A companheira Dilma é uma extraordinária presidenta, uma extraordinária candidata e não vejo ninguém com as qualidades dela para assumir a Presidência desse País”, disse Lula, após uma palestra em São Bernardo do Campo, São Paulo. Ele disse que, apesar do momento político delicado, com a perda da popularidade da presidente, é necessário julgar o governante pelos quatro anos de mandato e pelas coisas que prometeu e cumpriu.

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“Tenho certeza que Dilma está dentro do que prometeu fazer e vai fazer muito mais”, avaliou. Indagado sobre a influência pessoal em uma reforma ministerial, Lula disse que não daria palpite e avaliou que Dilma tem total controle sobre o governo. “Somente Dilma pode chamar e tirar ministro; já terminou meu mandato e só posso torcer por ela”, avaliou. Lula admitiu que todos ficaram surpresos com a capacidade de mobilização que teve o Brasil com a onda de protestos no País iniciada em maio.

“Protestos demonstram que povo está ávido a querer participar da vida do País”, afirmou. O ex-presidente usou a saúde, uma das pautas dos protestos, para criticar a derrubada da Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF) durante o segundo mandato dele como presidente. “Alguns políticos que agora estão na oposição acabaram com a CPMF e tiraram R$ 350 bilhões da saúde”, no período iniciado no segundo mandato dele até os dois anos e meio do de Dilma.

 

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Fonte:
O Estado de S. Paulo

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