Artigos Para Se Pensar: Corrupção e Ineficiência, por Stefan Kanitz
A ineficiência governamental é tão monstruosa que até na corrupção os governantes são ineficientes.
Por isto a corrupção nos custa 10 vezes mais do que em outros países.
Nossos governantes acham que nos roubam de forma eficiente, simplesmente desviando para si nossos impostos.
Não é assim.
Roubar corretamente é muito complicado, e aqueles que nada entendem nos roubam de forma mais custosa do que deveriam.
Vou dar três exemplos:
Exemplo 1. Um prefeito embarcou num projeto de renovação do centro da cidade, comprando casas velhas com a intenção de renová-las. Só que comprou e não renovou. Anos depois descobriu-se que seu irmão era cartorário e ganhava na transmissão de propriedades, ganhando digamos 1% do valor do imóvel, que era rachado com o Prefeito.
Para desviar R$ 100.000,00 gastou R$ 20.000.000,00 de dinheiro público.
Exemplo 2. Políticos que pedem 10% da obra, acabam tendo de aceitar o super faturamento, muitas vezes maior.
Exemplo 3. Um Presidente da República, em troca de aprovação de uma lei importante, atendeu a maioria dos pedidos da base aliada, em termos de obras e contratação de parentes, aumentando a dotação orçamentária, a tributação e a dívida interna.
Quando empresas privadas corrompem políticos, posso lhes garantir que gastam bem menos.
Como o caso verídico quando contrataram uma ex BBB para dormir com um famoso Ministro, por somente R$ 30.000,00.
Agora veja a reação do Ministro. ”Cara, você é maluco! Que presente foi esse? Foi a melhor coisa que eu ganhei na minha vida!”
Um Secretário da Fazenda, com conhecimentos de administração, pagou no seu último mês de secretariado, R$ 120 milhões a uma famosa empreiteira no dia certo do vencimento.
Era na época de inflação brava, e ele simplesmente pagou no dia primeiro do mês, quando o costume era atrasar 29 dias como muitos faziam.
Este secretário fez tudo conforme a lei, custou zero para o erário público, e hoje 20 anos depois ele é imputável. Este soube ser desonesto de uma forma eficiente.
O tão criticado Mensalão foi brilhante, pois foi a primeira tentativa de serem eficientes na corrupção, ao comprar deputados de uma forma barata.
Em vez de comprar casas velhas, em vez de oferecer obras super faturadas para empreiteiras em troca de algo, em vez de aprovar projetos milionários da oposição, em vez de contratar 50 funcionários públicos para sempre, a cúpula do PT foi direto na veia.
Depositavam numa conta o dinheiro que os deputados queriam, sem intermediários e malabarismos.
Diretamente, sem obras públicas para disfarçar a corrupção R$ 40.000,00 por mês.
Estou sendo um pouco cínico, mas o PT deveria ter sido elogiado pois foi o primeiro partido que resolveu o problema da nossa democracia multi partidária e disfuncional, de forma eficiente.
Nossa corrupção nos custa caro não porque somos um país corrupto na base, mas porque somos administrativamente incompetentes.
Algo para se pensar.
FRASES PARA SE PENSAR:
“Ou você tem uma estratégia própria, ou então é parte da estratégia de alguém.”
por —
UMA ADMINISTRACAO FRACASSADA, por Rolf Kuntz
O Jornal O Estado de São Paulo, publica um artigo de Rolf Kuntz, onde finalmente um jornalista brasileiro chega a conclusão sobre o Governo da Dilma, de que é uma Administração Fracassada.
Muito lentamente, a imprensa brasileira está chegando a uma conclusão que muitos já haviam percebido, e não somente do Governo da Dilma, mas que todo o sistema de governo deste país desde o descobrimento é fracassado.
Mas a grande culpada deste fracasso, entre outros, é a própria imprensa deste país.
Há mais de 50 anos, ela jamais percebeu que este país foi administrado por mais de 50 professores acadêmicos que vão para o Governo, que a imprensa não cessa de entrevistar, apesar dos notáveis fracassos.
Por causa deles, temos um crescimento do PIB pífio.
O chamado Quarto Poder nunca percebeu que nunca fomos administrados profissionalmente, portanto nem fracasso de administração pode ser aludido, porque nunca fomos administrados, que seria a frase correta.
Veja outro exemplo, no mesmo dia da Folha de São Paulo, para a Dilma.
Folha: A Sra. lembra o nome de seus 39 ministros?
A intenção da pergunta era provar que ela nem lembra o nome dos seus 39 ministros, e portanto não dá para administrar um país assim.
A própria Dilma sairia convencida disto.
Dilma: “Claro que sei.“
E assim, com uma única frase, Dilma destroçou a tese da Folha “de que não dá para administrar 39 pessoas, porque é difícil lembrar o nome de todos“.
E Dilma provou para os leitores que a tese da Folha era equivocada e que 39 Ministros é viável.
Ponto contra a Folha, e o futuro deste país.
Se a Folha tivesse dado um curso rápido de Administração para o seu melhor jornalista, a pergunta seria uma destas:
Folha: “A Ciência da Administração possui várias pesquisas mostrando que o Span Of Controleficiente é ter no máximo 8 subordinados.
Tanto que raramente presidentes de grandes empresas passam disto.
Como a Sra. justifica cientificamente ter 39 pessoas sob seu comando, ou seja, cinco vezes mais?
Em que estudos científicos a Sra. está se baseando? Afinal, custa caro ter um país mal administrado e controlado.
A Sra. vai contra tudo o que se sabe sobre Administração Eficiente.
Folha: A Sra. inventou alguma nova técnica de Administração Eficiente, que todos os presidentes de empresas do mundo gostariam de saber.
Onde ela foi publicada, quando a Sra. fez a pesquisa, no Rio Grande do Sul?”
Pergunte a um jornalista o significado de dez termos em administração.
Pergunte quais são os grandes problemas que os administradores enfrentam no Brasil.
Agora pergunte a um jornalista o significado de dez termos econômicos e quais são os grandes problemas econômicos.
Aí citarão facilmente câmbio, taxa de juros, déficit público, renúncia fiscal, endividamento público, impostos, distribuição da renda, metas inflacionárias, QE, Superávit Primário, nenhuma delas técnicas que aumentam a produtividade e eficiência do povo brasileiro.
Rolf Kuntz entrevistou-me há 30 anos, logo depois de eu voltar como um dos primeiros brasileiros a ir para a Harvard Business School.
Mas seu interesse era somente sobre a Dívida Externa brasileira, e não as inúmeras técnicas modernas de administração que eu havia aprendido.
E eu nunca mais o vi.
Assim, com uma imprensa alienada dos verdadeiros problemas desta país e falta de conhecimentos em administração, visível nos resultados das própria empresas jornalísticas por sinal, vamos continuar a ser um país que vai de fracasso em fracasso.
Algo para Se Pensar.
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