Agricultores de Brasília melhoram produção com sistema de mandalas

Publicado em 08/08/2013 09:31

Na zona rural do Distrito Federal, agricultores do Assentamento Pequeno Willian dividem um sistema de produção que necessita apenas de uma pequena área e poucos recursos para garantir alimentação e renda a eles e suas famílias. É a plantação em mandalas, em que os canteiros são montados em círculos e é possível cultivar verduras, legumes e frutas entre outros. O que facilita o manejo, a irrigação e a colheita.

São 14 famílias que ficam responsáveis por cinco mandalas que se baseiam em princípios ecológicos, em 17 hectares de terra. De acordo com o agricultor e secretário executivo da Associação dos Produtores e Agricultores Familiares Esperança (Asprafes), Gaspar Araújo, 72 anos, o sistema de produção utiliza uma única fonte de água para irrigação e, com diversas vantagens, é ideal para a agricultura familiar. “A gente aproveita o máximo a água e sai mais barato do que a irrigação tradicional. Usamos fertilizantes orgânicos, como as fezes das galinhas que criamos”, explica.

Com o sucesso da forma de produção, esse grupo de agricultores começou a fornecer seus legumes e hortaliças para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O programa é executado com recursos dos Ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), em parceria com estados, municípios e com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

As famílias começaram a vender para o programa em abril deste ano e toda a produção, livre de agrotóxicos, é entregue as terças e sextas-feiras. Eles fornecem cenoura, milho verde, alface, mostarda, rabanete, beterraba e quiabo. Os produtos também são comercializados em feiras da região. “Vim de Unaí (MG), trabalhava em uma região onde até intoxicado fui, por isso prezo pela produção sem agrotóxicos”, explica.

Renda
Atualmente, o grupo de agricultores entrega cerca de dois mil quilos por semana para o programa. O que, conforme Gaspar, ajuda a complementar a renda das famílias como a dele, que vive há mais de dez anos no assentamento. “Além de estarmos comendo melhor, melhoramos nossa renda”, declara.

O agricultor explica que aproximadamente 10% do que recebem do PAA vai para um fundo rotativo da associação para melhorar a infraestrutura do assentamento. “A gente ocupa uma área de 144 hectares, mas só tem água onde plantamos. Agora queremos levar para as casas”, afirma Gaspar.

Gaspar, sua esposa e seu filho Eduardo, de três anos, não pretendem mais sair de lá. Ele lembra como era difícil trabalhar para os outros e se diz satisfeito com o pedaço de terra que tem hoje. “Hoje eu posso plantar o que quero e para mim. Tiro meu sustento da minha terra”, enfatiza.

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MDA

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