Questão Indígena: Cardozo, da Justica, assinou parecer contra PEC-215 da
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, assinou parecer jurídico que foi enviado nesta sexta-feira, 4, à Presidência da Câmara contra a PEC 215, que transfere para o Legislativo a decisão dos julgamentos nas ampliacoes e novas demarcacoes de terras indígenas.
-- "Entendemos que a medida é inconstitucional porque fere cláusulas do principio de separações dos Poderes e fere direitos individuais dos índios em relação àquilo que está previsto na Constituição", disse em entrevista exclusiva ao Broadcast em Buenos Aires, nesta sexta-feira. Cardozo também confirmou que vai a Salvador (BA) na próxima semana, para reunir-se com o governador Jacques Wagner e as lideranças indígenas para discutir sobre o impasse entre pequenos agricultores e indígenas no sul da Bahia.
"Vamos tentar iniciar uma mesa de negociação que busque uma solução pacífica para o conflito", afirmou. Depois da Bahia, o ministro vai para Alagoas para conversar com todos os que estão envolvidos com a questão da demarcação de terras em Palmeiras dos Índios. "Eu vou pessoalmente para tentar reduzir os conflitos e fazer com que direitos sejam respeitados. A primeira proposta é instaurar o diálogo", disse Cardozo.
O ministro afirmou que é dever do Estado fazer a demarcação de terras indígenas, mas reconheceu que "também há direitos de pessoas que estão em terras indígenas que devem ser considerados". Cardozo reiterou que "a melhor maneira é buscar um caminho de diálogo que busque efetivamente garantia e respeito à constituição para todos os envolvidos".
Marina: 'Minhas decisões serão programáticas'
A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva voltou a se posicionar contra a PEC 215
Atualmente, Marina está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos para a sucessão presidencial de 2014. Fica atrás apenas da presidente Dilma Rousseff, líder segundo todos os institutos. Reafirmou o conceito de que seu grupo já é um partido, ainda que sem registro formal. A ex-ministra do governo Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou que um de seus objetivos é evitar uma polarização entre quem é "situação por situação e oposição por oposição", mas disse não ser a única pessoa capaz de quebrar esse processo.
Avançando para assuntos que poderá debater em eventual campanha, criticou o que seriam retrocessos em relação à demarcação de terras indígenas e disse ver risco de se perder avanços em áreas econômicas e sociais, como saúde e educação.
Ela voltou a criticar os cartórios eleitorais afirmando que pela atitude de rejeição de fichas de forma injusta foi retirado o direito da Rede de obter o registro legal. Disse que seu grupo tem base social consolidada em todas as unidades da federação e que o partido teve sua "ética" e "coerência" reconhecidas pelo TSE nos votos dos ministros.