VEJA: Deputados (a maioria do PMDB) se rebelam novamente, derrotam Dilma na Câmara e vão investigar a Petrobras
Com o apoio de parte da base governista, a Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira a criação de uma comissão para acompanhar de perto as investigações sobre recebimento de propina pela Petrobras. Ao longo de todo o dia, o governo articulou para evitar a aprovação da proposta, mas, graças ao apoio de parte do chamado “blocão”, formado por deputados aliados ao governo insatisfeitos com a presidente Dilma Rousseff, a proposta feita inicialmente pela oposição foi aprovada por 267 votos favoráveis (dez a mais que o mínimo), 28 contrários e 15 abstenções.
Um grupo de congressistas vai à Holanda apurar a denúncia de que, conforme revelou reportagem de VEJA, funcionários e intermediários da Petrobras teriam recebido pelo menos 30 milhões de dólares, entre 2007 e 2011, para favorecer contratos com a empresa holandesa SBM Offshore - a maior fabricante de plataformas marítimas de exploração de petróleo do mundo. O esquema, relatado por um ex-funcionário do escritório da SBM em Mônaco, movimentou mais de 250 milhões de dólares e envolveu outros países, como Itália, Malásia e Iraque. Os documentos sobre o caso foram enviados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos e ao Ministério Público da Holanda.
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Base forma ‘blocão’ e apoia investigação sobre Petrobras
A aprovação da comissão externa para o caso Petrobras foi o primeiro resultado prático do “blocão” – movimento de deputados para pressionar o Planalto articulado pelo PMDB. O grupo defende ainda para esta semana a convocação do ministro da Saúde, Arthur Chioro, para prestar depoimento sobre irregularidades na pasta.
“Havia um ambiente favorável para o requerimento. A presidente tem de ter humildade para reconhecer que fracassou [na articulação] e corrigir os problemas”, disse o líder do PSDB na Câmara e autor da proposta, deputado Antônio Imbassahy (BA). Para o presidente da Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), a comissão externa servirá para “buscar uma resposta sobre a Petrobras”.
Apesar da vitória na votação, o “blocão” já dá sinais de arrefecimento: representantes do Pros e PDT, dois partidos integrantes do movimento, orientaram seus líderes a votar contra a matéria. Nesta terça, representantes do partido reuniram-se com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que tenta uma aproximação com os aliados do governo para enfraquecer o “blocão” e isolar o líder do PMDB, Eduardo Cunha. Os vice-líderes dos dois partidos, porém, participaram da reunião do grupo nesta tarde, quando foi feito um ato em desagravo a Cunha.
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Na FOLHA DE S. PAULO, DE BRASÍLIA
O governo de Dilma Rousseff sofreu na noite de ontem a primeira derrota no atual embate com parte de sua base de apoio mesmo depois de ter deflagrado uma operação durante todo o dia para evitar uma rebelião na Câmara.
Por 267 votos a favor e 28 contra, além de 15 abstenções, o plenário da Câmara aprovou a criação de uma comissão externa para acompanhar os desdobramentos de supostas irregularidades envolvendo a Petrobras.
Apesar de a comissão não ter poderes de investigação de uma CPI, como convocação de testemunhas e quebra de sigilo, a medida é vista pelo governo como negativa para a imagem da estatal.
Por isso o PT tentará controlar a comissão externa, a quem cabe acompanhar investigações e fazer relatórios.
O caso em questão envolve a holandesa SBM Offshore, que aluga plataformas a companhias de petróleo e que é suspeita de ter pago suborno a empresas em vários países, incluindo o Brasil.
Antes da votação, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) promoveu reuniões separadas para tentar atender às demandas pontuais de cada uma das sete legendas aliadas do chamado "blocão", montado antes do Carnaval sob a liderança do PMDB como forma de pressionar o Planalto.
Em uma das reuniões, a cúpula do PP recebeu a garantia de que o Ministério das Cidades seguirá sob comando do partido, que indicou o vice-presidente da Caixa Gilberto Occhi ao posto.
Com essas ações, o Planalto esperava ganhar a votação. Tanto que a primeira orientação de Dilma à sua equipe era fazer um pente-fino na lista dos deputados que poderiam votar contra o governo e "cortar cargos". Depois da derrota, a recomendação foi alterada: "refrescar a cabeça" e avaliar o que deve ser feito.
À noite, Mercadante e o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) assistiram juntos, no Planalto, à sessão que acabou na derrota do governo.
Hoje os insatisfeitos prometem aprovar nas comissões da Câmara a convocação do ministro Arthur Chioro (Saúde) para responder aos questionamentos da oposição ao Mais Médicos, vitrine eleitoral de Dilma.
Apesar de possuir a vice-presidência da República, cinco ministérios, além de vários cargos federais, o PMDB deu início ao mais recente embate com o governo por divergir da reforma ministerial.
Tendo à frente a bancada da Câmara, o partido apresentou nomes não aceitos por Dilma, que ofereceu opções recusadas pelos deputados.
Juntam-se a esse impasse a já antiga irritação dos peemedebistas com a liberação de verbas federais para as obras que apadrinharam, além dos embates com o PT na montagem das candidaturas nos Estados.
Se uniram ao PMDB no "blocão" PP, Pros, PTB, PDT, PR, PSC e Solidariedade. A decisão do grupo de aplicar derrotas a Dilma pode resultar na derrubada do projeto do Marco Civil da Internet, sensível à presidente.
O líder da bancada peemedebista, Eduardo Cunha (RJ)é visto pelo Planalto como o principal "adversário" a ser combatido. À tarde, ele recebeu apoio de cerca de 50 dos 75 deputados da sigla, em reunião da bancada.
Os deputados defenderam ainda a convocação de uma reunião da Executiva Nacional do partido para "reavaliar a qualidade da aliança com o PT".
Deputados do PMDB lideram votação contra Planalto
DE BRASÍLIA
A derrota de ontem do governo deixou clara a insatisfação manifestada pelo principal aliado do PT na coalizão dilmista. O PMDB foi o partido que mais despejou votos a favor da comissão relativa à Petrobras.
Dos 75 deputados da legenda, 62 estavam na Câmara, sendo que 58 votaram contra o governo ""o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), não vota, de acordo com o regimento.
A maioria dos outros seis partidos governistas do "blocão" também registraram votações expressivas contra o Planalto, principalmente PTB, PSC e PR.
Os dois primeiros foram unânimes na rebelião --todos os 25 deputados presentes votaram contra o governo. No PR, a "traição" foi de 23 dos 25 deputados que votaram.
O PSD de Gilberto Kassab também foi majoritariamente contrário ao Planalto, embora tenha abandonado o "blocão" logo após o lançamento --21 dos 34 aliados de Kassab "traíram" o governo.
Francisco Praciano (AM) foi o único petista que votou pela aprovação. A Folha não conseguiu falar com ele.
Os votos do PMDB pró-governo ficaram a cargo de Silas Brasileiro (MG), Francisco Escórcio (MA), ligado ao senador José Sarney (PMDB-AP), e Marinha Raupp (PMDB-RO), mulher do presidente do PMDB, senador Valdir Raupp.
Na segunda Dilma acertou o apoio do PT a candidatos do PMDB em seus Estados, como o Maranhão de Sarney.
'PMDB só me dá alegrias', diz presidente
No Chile para participar da posse da presidente Michelle Bachelet, Dilma Rousseff foi abordada ontem por um jornalista que perguntou se ela estava mais magra por causa do PMDB, aliado com o qual tem se desentendido nos últimos meses. "Olha aqui, vou te falar uma coisa: o PMDB só me dá alegrias", disse Dilma, sorrindo.
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ALVINO PINHEIRO Amaporã - PR
DEPUTADOS DERROTAM DILMA E AGORA COMEÇAM A SALVAR A PETROBRAS E O BRASIL....SAINDO DAS AMARAS E COMPROMISSOS DA BLINDAGEM DE MUITO ILICITOS.. SEJAMOS BRASILEIROS VOTEM PELO BRASIL. NÃO POR CARGOS E MINISTÉRIOS.. SENHORES ELEITORES....NÃO VOTEM EM DEPUTADOS QUE BLINDAM A FISCALIZAÇÃO, AS CPIs COMO QUEREM O GOVERNO ..