Ferrugem derruba produtividade dos cafezais da América Central

Publicado em 22/04/2014 20:50
O relato é do eng. agr. José Braz Matielo, do Procafé.

Na segunda semana de abril o engenheiro agrônomo do Mapa e Fundação Procafé, José Braz Matiello, esteve  em visita aos 5 principais países cafeeiros da América Central, para transmitir, através de palestras, a experiência brasileira no controle da ferrugem do cafeeiro. Ele aproveitou, também, para observar as condições em que se encontram os cafezais e a sua produção, diante do ataque dessa doença e de outros problemas pelos quais a cafeicultura regional tem passado nos 2 últimos anos.  

O verificado foi que, no geral, a cafeicultura da América Central vem enfrentando dificuldades. Primeiro foi a seca, em 2012, depois ocorreram muitas chuvas e, agora, a ferrugem. Isso tudo (e, com certeza também o mal trato que vinha sendo dispensado às lavouras, em função dos preços baixos), provocou perdas significativas na safra de 2013. Para 2014, agora está iniciando o período de chuvas e de floração, prevendo-se uma pequena recuperação das safras. No entanto, as lavouras estão, em sua maioria, bastante desfolhadas. Segue abaixo os números apurados  com os técnicos em cada país:

Costa Rica – Possui cerca de 93 mil ha de cafezais, que produzem, anualmente, cerca de 2 milhões de sacas, portanto, com produtividade de cerca de 21 scs/ha. Em 2013, em função dos problemas, houve uma redução de cerca de 15% na safra. A ferrugem passou a ser grave também em áreas de altitude acima de 1200m, onde antes não era. Houve constatação de mais 2 raças novas do fungo, sendo que a raça 34 tem capacidade de atacar também os catimores. 

Guatemala – a cafeicultura ocupa cerca de 276 mil ha, produzindo 3 – 3,5 milhões de sacas/ano, portanto com produtividade de 13 scs/ha. Em 2013 a perda de safra foi estimada em 500 mil sacas, ou cerca de 14%. Neste país sobressai a participação maior de médios e grandes produtores, com melhor nível, sendo responsáveis por cerca de 60% da área de café. 

El Salvador – a área cafeeira é de cerca de 150 mil ha e as safras normais tem variado de 1,1 a 1,3 milhão de sacas/ano. Assim, a produtividade média tem sido muito baixa, na faixa de 8 scs/ha. A área, em sua maioria(70%), está em pequenas propriedades. A perda de safra em 2013 foi de cerca de 60% e em 2014 pode haver uma recuperação, com perda ainda de 25% sobre a safra normal. 

Honduras – possui uma área cafeeira de cerca de 280 mil ha e produz safra de cerca de 4,6 milhões de sacas/ano, assim com produtividade de 16 scs/ha. Em 2013 a safra caiu cerca de 17% e está prevista recuperação em 2014. 

Nicarágua – a área cafeeira no país é estimada em 110 mil ha e as safras normais tem sido de cerca de 1,5 milhão de sacas/ano. A produtividade das lavouras é de cerca de 13 scs/ha. Em 2013 a perda foi estimada em 25-30%. Para 2014 não deve haver boa recuperação produtiva devido à permanência do ataque de ferrugem e pela grande área recepada em 2013.

 

As condições de ambiente e de manejo observadas nas lavouras indicam que ocorrem, em todos os países visitados, situações favoráveis à evolução da ferrugem, destacando-se – a) Variedades cultivadas muito susceptíveis à doença, sendo a maioria de Caturra e Bourbon, apenas na Costa Rica e Honduras, havendo, já, uma boa participação do Catuai. Têm havido introduções de seleções de Catimores, como Cuscatleo, Lempira e CR 95, No entanto relatam sua bebida inferior e, já rlatam ocorrência de infecções nas plantas. No aspecto de variedade, destacaram a boa qualidade e preço alto nos cafés da var Pacamara. Alguns países como a Costa Rica e Honduras estão distribuindo novas variedades para plantio, como o Obatã e outros. Maiores informações em:   www.https://fundacaoprocafe.com.br .

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Procafé

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