NA FOLHA: China ampliará importações de soja e milho do Brasil

Publicado em 06/05/2014 05:37 e atualizado em 06/05/2014 17:13
por Mauro Zafalon, na coluna "vaivém das commodities", publicada nesta segunda-feira na Folha de S. Paulo. (OBS. do editor do NA - essas informações já foram antecipadas aqui quando da divulgação do relatório anual do USDA. Também a diminuição do crescimento do PIB chines os usuários do NA já conhecem há tempo, através das análises de Liones Severo, do SIMConsult. Para ele, não há diminuição no crescimento, apenas controle desse crescimento - por falta de recursos naturais em território chinês, como água e energia).

O mundo assiste com atenção à desaceleração econômica chinesa. A evolução do PIB (Produto Interno Bruto), que já superou os 10% ao ano, agora preocupa e gira de 7% a 7,5%.

Mas essa preocupação deve ser encarada com menor apreensão pelo agronegócio. O crescimento da renda de boa parte da população e a urbanização mudaram os padrões alimentares na China.

O resultado é que o país poderá comprar menos minério, mas não fará o mesmo com os alimentos, cuja demanda continua crescendo.

Os chineses, exportadores líquidos de grãos até 2007, agora são importadores, tanto de grãos como de carnes.

A dependência chinesa por alimentos abre novas portas para o Brasil. E a demanda chinesa cresce mais exatamente em produtos cuja evolução é grande no Brasil.

É o caso do milho. O cereal é o que tem a maior evolução de produção no Brasil. O país saiu de 42 milhões de toneladas em 2006 para 82 milhões no ano passado.

E é exatamente onde a China terá as maiores dificuldades de abastecimento. As importações chinesas, que atingiram 2,7 milhões de toneladas na safra passada e devem ficar em 7 milhões nesta, poderão chegar a 22 milhões de toneladas em 2023/24, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos EUA).

As importações de soja deverão atingir 112 milhões de toneladas daqui a dez anos. Na safra passada, foram de 60 milhões. Nesta, 69 milhões.
As importações de grãos da China não se limitam a esses produtos, mas se estendem também para trigo, algodão, sorgo e até arroz.

Uma boa abertura para o Brasil virá também das carnes, principalmente da bovina, produto que, segundo analistas do Rabobank -banco especializado em agronegócio-, poderá ser a "nova soja" para a China.

Os chineses importaram 297 mil toneladas de carne bovina em 2013. Esse volume deverá dobrar até 2018, segundo o banco.

As portas se abrem também para as carnes suína e de frango. No primeiro caso, as importações crescerão 59% em dez anos, enquanto as de frango subirão 45%, aponta o Usda.

Esse setor de carnes, no entanto, é delicado e o país precisará se esforçar mais para participar dele.

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Novos números A Informa Economics FNP revisou para cima os números da safra de grãos de 2013/14. A produção de soja, devido a uma melhora na produtividade em vários Estados, fica em 87,4 milhões de toneladas, de acordo com a consultoria.

Mais milho As condições climáticas favoráveis em abril permitirão uma colheita de 70,5 milhões de toneladas de milho, segundo a Informa. Se confirmado, esse volume superará em 2,55 milhões de toneladas o da previsão anterior.

Duro na queda 1 O preço do álcool já recuou 8,1% nas usinas nos últimos dois meses. O litro do hidratado caiu para R$ 1,3213, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). No final de fevereiro, o litro estava em R$ 1,4382.

Duro na queda 2 Os postos de São Paulo ensaiam uma queda de preços devido à redução nas usinas, mas o ritmo é lento. Com recuo de 1,6% em 30 dias, o etanol ainda mantém alta de 0,4% nos postos ante os preços de fevereiro.

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Máquinas agrícolas têm queda nas vendas de abril

Após o intenso ritmo de renovação de frota no ano passado, os produtores continuam pisando no freio na compra de máquinas neste ano. Os dados de abril indicam mais uma redução nas vendas.

As indústrias colocaram 339 colheitadeiras nas concessionárias no mês passado, 34% menos do que em igual mês de 2013. No ano, as vendas acumuladas caíram para 2.361 unidades, 22% menos.

O setor de tratores também vendeu menos no mês passado. Foram 5.214 unidades, segundo informações do mercado, 14% menos do que em abril de 2013.
No acumulado do ano, as vendas de tratores recuaram para 16,5 mil unidades, 19% menos do que de janeiro a abril do ano passado.

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TRIGO

Ucrânia faz preço do cereal subir em Chicago

Os distúrbios na Ucrânia fizeram o trigo subir para o maior patamar em 13 meses. Importante participante no mercado do cereal, o país provocou uma alta no primeiro contrato do trigo para US$ 7,21 na Bolsa de Chicago. O produto acumula elevação de 8% nos últimos 30 dias.

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Fonte:
Folha de S. Paulo + NA

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