Black Blocs já estão de carona na greve dos ônibus no Rio. 350 ônibus depredados...

Publicado em 08/05/2014 17:47

Black Blocs já estão de carona na greve dos ônibus no Rio

Pelo Facebook, páginas convocam manifestantes profissionais para atuar em garagens de ônibus e em protestos nesta quinta-feira. Uma cobradora foi ferida a pedrada. Sindicato das empresas de ônibus relata 325 veículos depredados. A paralisação dos rodoviários iniciada à meia-noite desta quinta-feira no Rio de Janeiro tem tudo para extrapolar o direito de greve e de manifestação e avançar em direção às ações abusivas, que invariavelmente põem a população contra uma categoria. A contagem do sindicato Rio Ônibus indicava, até as 10h20 desta quinta, 325 ônibus depredados – 50 deles completamente destruídos –, uma cobradora ferida e um número incontável de trabalhadores sem chegar ao trabalho. No fim da manhã, houve tiros e bombas lançadas na Lapa, no Centro, um ponto de conexão de várias linhas que ligam a Zona Norte ao Centro.

Como fizeram na greve dos professores, na ocupação do terreno da Oi e em todos os movimentos recentes, os manifestantes profissionais estão de carona na greve. A página do grupo Anonymous informou, pouco depois da meia-noite, locais de garagens de empresas onde deveriam ocorrer protestos – e lugares onde, efetivamente, ônibus foram destruídos. Os mascarados do Black Bloc convocaram “a população” para apoiar a greve e programam uma manifestação no Centro, nesta quinta ou sexta-feira.

A legitimidade da greve vai pelo ralo quando ocorrem, como esta manhã, tentativas de paralisar a cidade. Um grupo de cerca de 30 rodoviários tentou fechar as pistas da Avenida Brasil, sentido Centro. Houve também bloqueio de ruas importantes no Grajaú, Avenida Ayrton Senna (Barra da Tijuca), Rua Teodoro da Silva (Vila Isabel), Avenida Marechal Rondon (Sampaio), Rua Conde de Bonfim (Tijuca) e em uma série de vias próximas de garagens de empresas de ônibus.

O prefeito Eduardo Paes criticou a depredação, em coletiva concedida no fim da manhã. "Obviamente, esperamos que aqueles que estejam no movimento grevista o façam sem violência e sem piquete. É inadmissível que, a esta altura, tenham 325 ônibus alvos de vandalismo."

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De acordo com a Rio Ônibus, cerca de 30% dos ônibus estão circulando. Só da Viação Jabour foram quebrados 60 coletivos. A paralisação de 24 horas de motoristas e cobradores é organizada por um grupo de dissidentes, que discorda do reajuste acertado entre o Sindicato de Motoristas e Cobradores do Município do Rio (Sintraturb-Rio) e a Rio Ônibus, sindicato das empresas na cidade do Rio. O acordo estabelecia um aumento de 10% no salário e 40% na cesta básica, mas os grevistas exigem pelo menos mais 10% de aumento salarial e vale-refeição de 300 reais. 

Grevistas fizeram protestos em diversas regiões da cidade. Chegaram a fechar pistas da Avenida Ayrton Senna, na Barra, Zona Oeste do Rio, para impedir a circulação de ônibus. Também houve protesto na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, o que atrapalhou ainda mais o trânsito na região. Um vídeo no YouTube mostra um grupo atacando ônibus e obrigando passageiros a descer, antes de começar o quebra-quebra.

Black blocs - Além de se infiltrarem na greve dos rodoviários, integrantes dos grupos Black Bloc e Anonymous devem participar ainda da paralisação dos professores, marcada para começar na próxima segunda-feira. Quando a categoria cruzou os braços por mais de 70 dias, no ano passado, a união não só foi bem recebida como os manifestantes aprovaram até os atos de vandalismo e violência. Na tarde desta quinta, os mascarados devem se reunir também com o movimento Não Vai ter Copa.

 

Em S. Paulo, manifestantes invadem sedes de construtoras de estádios da Copa

Pela manhã, três atos simultâneos convocados pelo MTST, Movimento Popular por Moradia (MPM) e pelo Movimento de Luta Popular (MLP) terminaram com a invasão e a pichação de prédios das três principais construtoras responsáveis pela reforma e construção dos estádios da Copa do Mundo: Odebrecht, Andrade Gutierrez e OAS.

A manifestação, que teve início na estação Butantã do Metrô, se juntou à marcha do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), somando cerca de 1,5 mil pessoas. Eles caminharam até o prédio da Odebrecht, onde um grupo de cerca de 150 integrantes conseguiu entrar na recepção e pichar vidros, paredes e o chão com frases como "Copa das tropas e das empreiteiras" e "O poder é do povo". A ação no prédio durou cerca de 15 minutos e funcionários foram impedidos de entrar no local. "Não sei o que fazer, parece que eles fecharam todas as portas", disse um funcionário da construtora que chegava para trabalhar e preferiu não se identificar.

Os manifestantes que se concentraram na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, caminharam até a sede da construtora OAS, na Avenida Angélica, onde também houve pichações. Segundo a empresa. Funcionários foram ameaçados por manifestantes. Já o protesto em frente ao prédio da Andrade Gutierrez partiu da Estação Berrini da CPTM.

 

Empresas. Após os protestos, as construtoras divulgaram nota lamentando o ocorrido. A Odebrecht disse que "respeita todo tipo de manifestação pública pacífica, mas repudia qualquer ato de vandalismo". Segundo a empresa, o sistema de segurança do local foi reforçado após o ato. A OAS afirmou que "respeita manifestações públicas pacíficas. No entanto, repudia veementemente atos como os ocorridos nesta manhã". A Andrade Gutierrez informou que "respeita toda e qualquer manifestação pública pacífica e entende que isso representa o exercício da democracia. No entanto, a companhia lamenta e repudia atos de vandalismo e violência".

Dilma se reúne com sem-teto e estuda inclui-los no Minha Casa Minha Vida

Após a realização de cinco protestos de movimentos que lutam por moradia na manhã desta quinta-feira, 8, em São Paulo, representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) se encontraram nesta tarde com a presidente Dilma Rousseff (PT), em Itaquera, na zona leste. Segundo a assessoria da presidente, ficou acordado na reunião que o Ministério das Cidades vai estudar a inclusão de moradores de ocupações de São Paulo no programa Minha Casa Minha Vida.

Lava-Jato

Justiça quebra sigilo de contratos da Petrobras com a Camargo Corrêa

Polícia Federal e Ministério Público Federal vão vasculhar pagamentos da estatal à empreiteira, e dela à Sanko Sider. Objetivo é rastrear recursos desviados para esquema de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef

Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro

Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro (Leo Correa)

A Justiça Federal do Paraná determinou nesta quinta-feira a quebra do sigilo bancário da Petrobras e da Camargo Corrêa para serem investigados desvios de recursos da estatal originalmente destinados a obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, tocadas pela empreiteira. A abertura de informações financeiras é restrita a transações entre as duas empresas, e inédita na história da estatal. Serão remetidos para a Polícia Federal e o Ministério Público Federal as transações feitas entre Petrobras, Camargo Corrêa e a Sanko Sider. Também serão devassados os dados das transações entre Camargo Corrêa e Sanko Sider.

O objetivo é dimensionar os recursos desviados da refinaria Abreu e Lima. De acordo com o Ministério Público, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, e o doleiro Alberto Youssef receberam cerca de 7,9 milhões de reais dos cofres da estatal. Isso foi feito por transferências do consórcio CNCC, comandado pela Camargo Corrêa, para a Sanko Sider - empresa que, após os recebimentos, fez depósitos em contas da MO Consultoria, empresa de fachada comandada por Youssef. 

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Deputados vão colher depoimento de Paulo Roberto Costa

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal vão ter acesso a todas as transações bancárias feitas entre Petrobras, Camargo Corrêa e Sanko Sider no período de 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2013. Também vai ser feita a quebra integral do sigilo bancário de Paulo Roberto Costa, das suas filhas Arianna e Shanni Bachmann e dos genros Humberto Sampaio de Mesquita e Márcio Lewkowicz. De acordo com a Justiça Federal, os familiares podem ter sido usados para ocultação de recursos ilícitos. Essa suspeita foi reforçada pelo episódio de obstrução à Justiça, quando as filhas e os genros do ex-diretor da Petrobras esconderam papéis e arquivos que seriam apreendidos na operação Lava-Jato. 

Também foi quebrado o sigilo bancário de Márcio Bonilho e Murilo Tena Barrios, sócios da Sanko Sider, e da empresa GFD Investimentos, outra firma comandada por Youssef.

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Anistia Internacional lança campanha em defesa de protestos na Copa

Campanha mundial 'Brasil, chega de bola fora' vai coletar assinaturas em defesa do direito de liberdade de manifestação  para serem encaminhadas à presidente Dilma Rousseff e ao presidente do Senado Renan Calheiros

A Anistia Internacional está lançando nesta quinta-feira, 8, em todo o mundo a campanha "Brasil, chega de bola fora", em defesa ao direito de liberdade de manifestação durante a Copa do Mundo e contra a criminalização de manifestantes. Vinte seções da organização em diferentes países irão coletar assinaturas a serem enviadas à presidente Dilma Rousseff e ao presidente do Congresso, Renan Calheiros. 


A petição está disponível no site www.cartaoamarelo.org.br. "O governo brasileiro tem o dever de assegurar o direito à liberdade de expressão e manifestação pacífica de todas as pessoas durante a Copa do Mundo", afirma Atila Roque, diretor executivo da Anistia Internacional no Brasil, que está preocupado com a possibilidade de restrição à liberdade de expressão durante o Mundial aventada no Congresso depois das manifestações de rua no ano passado.

"Diante deste contexto, estamos convocando a sociedade mundial a dar um cartão amarelo de advertência para o governo brasileiro, sinalizando que não aceitaremos violações de direitos humanos em nome dos grandes eventos", explica Roque. 

"É urgente regulamentar o uso das chamadas armas 'menos letais', que têm sido usadas amplamente, e garantir treinamento adequado das forças de segurança para o policiamento dessas manifestações, além de assegurar mecanismos eficazes de responsabilização nos casos de uso excessivo ou desnecessário da força e outros abusos cometidos por agentes do Estado"
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veja.com.br + estadão

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