Na FOLHA: "'Marina será uma oportunidade e não ameaça ao agronegócio', diz Eduardo Campos

Publicado em 26/05/2014 14:39 e atualizado em 26/05/2014 15:40

Durante café da manhã com empresários nesta segunda-feira (26), o pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, afirmou que a ex-senadora Marina Silva será "uma oportunidade e não uma ameaça" ao agronegócio brasileiro.

Para o ex-governador de Pernambuco, a resistência que o setor apresenta em relação à sua vice, defensora da sustentabilidade e preservação do meio ambiente, é comparada à preocupação que o empresariado tinha frente ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006 que, segundo Campos, governou de uma maneira que "foi uma surpresa agradável para muitos".

"Eu via o empresariado brasileiro também com uma grande preocupação durante a campanha do ex-presidente Lula. Preocupação que se assemelha ao que se tenta passar hoje em relação a Marina. No final, muitas pessoas que tinham esse mesmo tipo de preocupação, quando viram o presidente Lula governando, ao tentar manter a política macroeconômica que vinha do presidente Fernando Henrique Cardoso, foi uma surpresa muito agradável para muitos. Naquela oportunidade, não foi uma surpresa para mim, como não vai ser uma surpresa ver o agronegócio compreendendo o quanto é importante a Marina Silva se tornar vice-presidente da República do Brasil", disse.

O ex-governador afirmou que "mente quem diz que dá para fazer agronegócio sem sustentabilidade" e que a ex-senadora tem esses valores e que, por isso, pode contribuir muito com o setor.

Presidente nacional do PSB (Partido Socialista Brasileiro), Campos afirmou que, se eleito para a sucessão do Palácio do Planalto, irá dirigir o país no sistema capitalista.

"Como presidente da República, desejo deixar muito claro ao país que o presidente não terá nenhum tipo de preconceito contra o capital privado e contra o lucro. Nós vamos dirigir o país no sistema capitalista. Desejamos que haja investimento e que esse investimento tenha retorno para dar oportunidade de trabalho e gerar crescimento da nossa economia, um crescimento sadio e sustentável", declarou.

Campos apostou mais uma vez nas críticas à política econômica do governo da presidente Dilma Rousseff e fez um aceno às manifestações de junho e ao eleitorado jovem quando afirmou que o país parou de melhorar e que é preciso investir nos serviços públicos de qualidade, uma das principais demandas dos protestos do ano passado.

"Paramos de melhorar. Houve perda da qualidade de vida, sobretudo nas grandes cidades e as pessoas vêm mostrando seu esgotamento com esse modelo de governança. Precisamos investir em serviços públicos de qualidade e recolocar o Brasil como um porto seguro para os investimentos". 

 

Para Eduardo Campos, governo cometeu 'erro estratégico' ao planejar a mobilidade na Copa

Pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos afirmou nesta segunda-feira (26) que a agenda do Brasil "não caminhou com a mesma rapidez" que as obras para a construção dos estádios que irão sediar a Copa do Mundo, o que criou "uma contradição entre a agenda da Copa e a agenda do povo".

Segundo ele, foi essa dicotomia que gerou "indignação de muitos", em referência à série de manifestações contra o mundial que tomam o país.

O ex-governador de Pernambuco disse ainda que foi "erro estratégico" do governo federal não discutir mobilidade urbana antes da Copa.

"O Brasil estimulou o consumo de carros individuais por uma década e não se discutiu em paralelo as iniciativas e obras para o transporte público eficiente", explicou.

"Temos que acompanhar quais foram as obras que atrasaram. O ideal era que não atrasasse obra nenhuma. A Copa do Mundo foi trazida para o Brasil numa circunstância distinta da circunstância que o país vive hoje", completou Campos após café da manhã com empresários promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo.

FATOR RONALDO

O presidenciável classificou como "completamente natural" a declaração de apoio do ex-jogador Ronaldo ao pré-candidato do PSDB na disputa pelo Palácio do Planalto, Aécio Neves, seu maior adversário na oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff.

"Qualquer cidadão numa democracia tem direito de fazer escolhas", disse Campos.

Sobre as críticas que Ronaldo fez na última semana aos atrasos de obras da Copa, o socialista afirmou que não pode tirar o direito de as pessoas darem suas opiniões.

 

Auxiliares econômicos de Palocci se aproximam de Eduardo Campos

Dois dos principais expoentes do grupo de economistas do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci se aproximaram recentemente de Eduardo Campos (PSB), concorrente da petista Dilma Rousseff na corrida pelo Palácio do Planalto.

Ex-governador de Pernambuco, Campos se recusa a ter "um economista-guru para chamar de seu", mas tem dialogado com diversas matizes do pensamento econômico e mostrado apreço por algumas figuras da corrente liberal.

Entre os economistas com quem manteve contato recentemente, Marcos Lisboa e Bernard Appy conquistaram a simpatia do presidenciável.

Ambos trabalharam para a administração Lula ao lado de Palocci, ministro de um governo de esquerda, mas que replicou, no primeiro mandato, a agenda do antecessor tucano Fernando Henrique Cardoso.

Além de manter a autonomia do Banco Central e a política fiscal mais rigorosa do segundo mandato FHC, o primeiro governo Lula avançou em reformas importantes, como a nova Lei de Falências, idealizada por Lisboa.

O economista chamou a atenção de Palocci durante as eleições de 2002 e acabou se transformando em um dos ideólogos da conversão petista à ortodoxia econômica. Já Appy fora consultor do PT anos antes e integrou a equipe de transição como economista da linha moderada.

Sérgio Lima -06.jul.06/Folhapres

Bernard Appy, que trabalhou com Palocci e hoje é consultor, manteve contato com Eduardo Campos

Bernard Appy, que trabalhou com Palocci e hoje é consultor, manteve contato com Eduardo Campos

Em 30 de abril, os dois "paloccistas" e outros economistas participaram de uma oficina de trabalho promovida por Campos e sua vice, Marina Silva, que foi o pontapé inicial para a elaboração do programa de governo.

Após o encontro, o pré-candidato à Presidência da República afirmou a interlocutores que gostaria de ver uma "colaboração cada vez maior" por parte dos dois.

Campos teria ficado particularmente interessado na proposta que Lisboa e a economista Zeina Latif -que também participou do encontro- têm defendido de criação de uma agência independente para avaliar a eficácia das políticas adotadas no país.

O pessebista Maurício Rands, um dos organizadores do evento de abril, tomou o cuidado de dizer que, apesar da presença e do interesse pelas ideias de ambos, Lisboa e Appy não integram o time da campanha.

Segundo a Folha apurou, os economistas dizem o mesmo a interlocutores que têm perguntado sobre o encontro.

Rands disse ainda que Campos busca referências na área econômica, mas nunca "um Armínio Fraga", em alusão ao ex-titular do BC, braço direito do presidenciável Aécio Neves (PSDB).

"Eduardo tem dito que não vai se 'etiquetar'. Responsabilidade fiscal é um princípio que defendemos, não é um monopólio liberal", disse.

ASSÉDIO

Outros interlocutores de Campos dizem que essa decisão ganhou força depois que Aécio foi obrigado a recuar em posições defendidas por Fraga, como a defesa da mudança da atual regra de reajuste do salário mínimo.

Em outubro passado, quando fechou a aliança com Marina Silva e tornou viável sua candidatura, Campos passou a sofrer assédio de banqueiros, industriais e empresários. Àquela altura, o setor privado ainda pagava para ver se Aécio Neves se tornaria um candidato competitivo.

Neste ano, porém, o tucano passou a subir alguns degraus nas pesquisas. Isso, somado ao fato de parte do setor privado enxergar Marina como adversária de seus interesses, arrefeceu o entusiasmo com a figura de Campos.

A resistência ocorre sobretudo no agronegócio e em setores produtivos que temem o efeito da bandeira sustentável em seus negócios. 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Folha de S. Paulo

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

2 comentários

  • Telmo Heinen Formosa - GO

    Nem comer folha de árvores ela vai deixar, terá de ser capim mesmo. Talvez os frutos silvestres ela permitirá. E morar em cavernas. MARXISTAS mentem sempre. Não deixe se iludir de que Marina será um oportunidade BOA para o Agronegócio. Conhece a história do cão ovelheiro... pois é. Só matando!!!

    0
  • Edison tarcisio holz Terra Roxa - PR

    se a marina for vice o povo vai ter que comer folhas das arvores pois ela vai acabar com agricultura ou seja acabarr com o brasil1111111111111111111111

    0