Na FOLHA: Mercado financeiro reavalia chances de reeleição de Dilma

Publicado em 26/07/2014 13:48 e atualizado em 26/07/2014 21:17
por FERNANDO CANZIAN, da FOLHA DE SÃO PAULO

"Serra ou o caos", profetizava o megainvestidor George Soros caso Lula vencesse o tucano José Serra na eleição presidencial de 2002.

Doze anos depois, o mercado vê Dilma Rousseff (PT) com cada vez menos chances. Já há quem aposte na vitória da oposição, tendo Aécio Neves (PSDB) como favorito.

Várias consultorias atualizaram nesta semana palpites sobre o resultado da eleição com base nas recentes pesquisas Datafolha e Ibope.

Editoria de Arte/Folhapress

Usando modelos mais ou menos sofisticados que levam em conta intenções de voto, rejeição, resultados e tendências de pleitos passados, elas chegam a cravar percentuais.

A brasileira MCM apostou pela primeira vez que a oposição tem chance de 60% a 40% de derrotar Dilma (antes dava lances iguais). E a japonesa Nomura ampliou de 60% (junho) para 70% agora as chances de Aécio.

Outras consultorias ainda veem Dilma com maior probabilidade de vitória. Mas ela seria cada vez menor.

Caso da brasileira Tendências, que reduziu de 60% em maio para 55% agora as chances da petista. E do norte-americano Eurasia Group, que via 70% de probabilidade em abril ante 60% hoje.

O mercado está sensível a prognósticos eleitorais. Na semana passada, o Ibovespa foi ao maior nível em 16 meses depois de o Datafolha apontar empate técnico, em um eventual segundo turno, entre Dilma e Aécio.

A Nomura aumentou para 70% as chances de vitória de Aécio apostando, principalmente, em um crescimento do candidato no Sul do país.

Em 2006 e 2010, o PSDB venceu na região. Pelo Datafolha da semana passada, Dilma lidera ali, com 36%; ante 18% de Aécio e 6% de Eduardo Campos (PSB).

"Até esse ponto, isso é uma anomalia, pois vai contra o que já aconteceu no Sudeste, que é similar ao Sul em termos políticos e sociais", afirma Tony Volpon, diretor da Nomura em Nova York.

No Sudeste, segundo o Datafolha, Dilma também lidera, com 28%. Mas a soma de Aécio (27%) e Campos (6%) já a coloca atrás da oposição.

Na contramão, mesmo tendo reduzido as chances de Dilma de 70% para 60%, o Eurasia Group vê Dilma "claramente favorita", embora com "grande probabilidade" de ir ao segundo turno.

"O andamento da economia justifica reduzir as chances da presidente", diz João Castro Neves, diretor da consultoria em Washington.

O Eurasia usa modelo desenvolvido com o instituto Ipsos que analisou 200 eleições nos últimos 20 anos. Nele, governantes com taxas de aprovação entre 40% e 60% venceram disputas em 85% das vezes. Na pesquisa Ibope, o governo é aprovado por 44%.

Para Ricardo Ribeiro, da MCM, que dá 60% de chance de vitória para a oposição, a derrota de Dilma não é garantida. Mas haveria uma "nítida deterioração da situação econômica e política" atual.

Avaliação bastante semelhante levou a Tendências a reduzir para 55% o favoritismo de Dilma, explica seu economista Rafael Cortez.

As quatro consultorias anteciparam corretamente a vitória de Dilma em 2010. Não é sempre assim. Em junho, o banco Goldman Sachs cravou 48,5% de chance de o Brasil levar a Copa. E só 11,4% para a Alemanha dos 7 a 1. 

Cresce pessimismo entre empresários, afirma pesquisa

CLAUDIA ROLLIDE SÃO PAULO

Na contramão do índice de otimismo de empresários de 34 países, os brasileiros estão mais pessimistas com as incertezas na economia nos próximos 12 meses e ainda menos confiantes com o futuro.

Somente 32% dos empresários no Brasil estão otimistas com o rumo do país no segundo trimestre deste ano, quatro pontos percentuais abaixo dos que estavam no primeiro, segundo pesquisa da consultoria Grant Thornton.

No Brasil, 300 companhias de médio porte foram entrevistadas.

Na média global, 46% das 10 mil empresas consultadas estão mais confiantes. O percentual é o mais alto desde 2011 e reflete melhora com as exportações principalmente de países desenvolvidos como os EUA e os que integram a União Europeia.

"A conjuntura para exportações no Brasil é desfavorável. A Argentina, em dificuldade, é a maior importadora de nossos carros. As empresas brasileiras são as mais pessimistas também com as exportações", diz Artemio Bertholini, presidente da consultoria, que cita ainda dificuldades estruturais que afetam negócios no país.

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Fonte:
Folha de S. Paulo

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