Na FOLHA: Marina vai a Sertãozinho (SP) e promete recuperar o Pro-álcool

Publicado em 28/08/2014 17:22

A candidata à Presidência da República pelo PSB, Marina Silva, disse nesta quinta-feira (28) que, se eleita, dará a sua contribuição para corrigir as políticas "equivocadas" que o atual governo tem adotado em relação ao setor sucroalcooleiro.

Marina está em Sertãozinho (a 333 km de São Paulo) para uma visita à Fenasucro – uma das maiores feiras do setor sucroenergético do mundo–, e afirmou que o seu esforço será recuperar o setor.

A candidata adotou o discurso dos usineiros, que têm sistematicamente criticado as políticas do governo da presidente Dilma Rousseff (PT). A principal delas é a manutenção do preço artificial da gasolina, para conter a inflação, o que impede a remuneração ao etanol.

"Vocês fizeram o dever de casa, se ajustaram, acreditaram na propaganda do governo, assumiram compromissos, para fornecer uma fonte de energia que deveria ser estimulada, apoiada. Mas os erros que foram praticados devem ser corrigidos, para ter o resultado que o Brasil precisa", disse Marina, aos participantes da feira.

A candidata, em seu pronunciamento, disse ainda que, se o atual governo tivesse feito menos propaganda do governo Lula, e mais governança, o setor sucroalcooleiro não estaria na situação que hoje se encontra.

"Cerca de 70 usinas foram fechadas, 40 estão em processo de recuperação judicial. Milhares de empregos foram perdidos. É prejuízo para o equilíbrio ambiental", afirmou a candidata.

Ela falou ainda que o setor procurou se ajustar para produzir com sustentabilidade, citando como exemplo a mecanização da colheita "para evitar a mão de obra de penúria".

"Vocês fizeram tudo isso e olha o prêmio que recebem: o incentivo a uma matriz energética suja, que prejudica o setor [sucroalcooleiro]. Acreditaram na propaganda que o governo fez. Mas o governo não tem que fazer propaganda, mas assumir o compromisso e torná-lo realidade."

A candidata, porém, não apresentou suas propostas para o setor durante o pronunciamento. Em seguida, ela iniciou um tour pela feira, cumprimentou eleitores e daria uma entrevista à imprensa. 

Na VEJA: Marina se reúne com usineiros e critica Dilma e Aécio

Ex-senadora visita feira de tecnologia sucroenergética, direcionada a usineiros e produtores rurais, para tentar quebrar resistência à sua candidatura

Talita Fernandes, de Sertãozinho
A candidata à Presidência da República pelo PSB, Marina Silva, na Fenasucro (Feira Internacional de tecnologia sucroenergética), na cidade de Sertãozinho, interior de São Paulo

A candidata à Presidência da República pelo PSB, Marina Silva, na Fenasucro (Feira Internacional de tecnologia sucroenergética), na cidade de Sertãozinho, interior de São Paulo (Felipe Cotrim/VEJA.com)

A candidata à Presidência da República pelo PSB, Marina Silva, respondeu às críticas dos seus adversários Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) nesta quarta-feira. O tucano havia dito que o país não pode ser governado por "amadores", e a petista atacou a defesa que a ex-senadora faz de um "governo dos melhores", sem partidarismos.

"Tem muita gente por ai dizendo que o Brasil não pode ser governado por amadores dos sonhos. Os brasileiros terão de fazer uma escolha: ou apostam no sonho de que a gente possa ter um Estado eficiente que faça a sua gestão escolhendo os melhores e não aqueles que são indicados pelos interesses do partido desse ou daquele grupo", disse Marina, em referência à fala de Aécio. "Tenho certeza de que é melhor conversar com FHC do que com ACM e de que é melhor conversar com Lula do que com Sarney", disse. Em seguida, disparou contra a candidata do PT: "Se Dilma tivesse feito menos propaganda do governo Lula, setenta usinas não estariam fechadas e outras quarenta em processo de recuperação judicial. Governo não é para fazer propaganda, mas para assumir compromisso."

A ex-senadora participa nesta quinta-feira da Fenasucro, feira internacional de tecnologia sucroenergética, na cidade de Sertãozinho, no interior de São Paulo. Para se livrar da pecha de que é inimiga do agronegócio, a ex-senadora dedica sua agenda a dois eventos com o setor: amanhã ela participa de um jantar em São Paulo com quarenta empresários do ramo a convite do presidente do Datagro (consultoria de etanol e açúcar), Plínio Nastari.

Durante sua fala, a ex-senadora aproveitou para criticar o abandono do setor sucroenergético pelo governo federal. Ela enfatizou a importância dos investimentos no etanol para limpar a matriz energética do país.

Marina mencionou a destinação de 10% do PIB para a educação como uma das prioridades. "Essa é uma escolha que tem que ser feita entre os que têm esse sonho amador de ver o Brasil eficiente e unido em torno desses objetivos ou se vamos continuar nas mãos dos profissionais das escolhas incorretas."

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Folha de S. Paulo + VEJA

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1 comentário

  • João Alves da Fonseca Paracatu - MG

    Tem uma coisa que me impressiona de verdade,é ver como as pessoas são manobradas por um impulso(Maria vai com as outras),outro dia a Marina era a maior adversária do setor produtivo,do agronegócio então,nem se fala,tenho visto,ouvido,lido,assistido e observado que após a morte do Eduardo Campos a candidata Marina,por conveniência pura,adotou um discurso atrativo para as classes empresariais e conquistou milhares de colegas nossos,ora,isto é canto de sereia,das duas uma,ou ela vai fazer de tudo para alcançar o poder e depois verá como desenrola o novelo ou a convicção dela não passa de uma fachada,com a palavra os novos 'marineiros'.

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