Na VEJA: Bolsa volta a cair com pesquisa sobre melhora de Dilma e alta dos juros nos EUA

Publicado em 09/09/2014 19:12
Principal índice da BM&FBovespa segue em queda pelo quinto pregão consecutivo; Petrobras perde 1,45%

O principal índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, fechou nesta terça-feira em queda de 0,87%, a 58.676 pontos. Este foi o quinto pregão consecutivo no vermelho, período que coincide com o início da melhora da presidente Dilma nas pesquisas de intenção de voto feitas por Datafolha e Ibope. As perdas se intensificaram no fim do pregão desta terça também em reação à mudança de perspectiva do rating do Brasil pela agência de classificação de risco Moody's e à expectativa de alta dos juros dos Estados Unidos. Trata-se do menor patamar em 12 sessões, contabilizando em setembro uma queda acumulada de 4,26%.

A sessão foi de volatilidade, com especulações de que novas pesquisas eleitorais mostrem um quadro mais acirrado na disputa pela Presidência da República. A pesquisa CNT/MDA, divulgada na segunda-feira, mostrou Dilma e Marina em empate técnico no segundo turno, o que mostra grande avanço da petista em apenas uma semana. Segundo o Datafolha divulgado na quinta-feira, Dilma estava sete pontos abaixo a ex-senadora. "Hoje foi um dia de vários culpados", diz o economista-chefe da Gradual Corretora. "As bolsas americanas caíram com a expectativa dos juros e teve ainda a Moody's. A queda não foi apenas pelo cenário eleitoral, mas ele continua impactando", afirma. A Dow Jones recuou 0,57%, enquanto o indicador S&P teve queda de 0,65%. A perspectiva de alta dos juros torna os Tresuries, que são os títulos do Tesouro americano, mais atrativos para investidores. Daí a migração de investimentos em ações.

Entre as maiores quedas estão as ações preferenciais (com direito a voto) da Oi, 5,66%; Copel (queda de 4,52%); Energia BR (4,21%); PDG (4,17%) e BM&FBovespa (3,63%). As ações ordinárias da Petrobras caíram 1,45%. O dólar também subiu 0,91% ante o real, cotada em 2,2935 reais na máxima da sessão. 

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O Brasil entre larápios e fantasmas

A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou o viés de nota do Brasil. Isso significa que, tudo o mais constante, vem um rebaixamento da nota propriamente. Duvido que a promessa feita pela presidente Dilma Rousseff de que Guido Mantega, ministro da Fazenda, não continuará no próximo governo, caso ela vença a eleição, iria mudar alguma coisa.

O país está em plena campanha eleitoral. E tem de se debater entre larápios e fantasmas. Os larápios, como se sabe, estavam aboletados na Petrobras. Segundo Paulo Roberto Costa, a empresa era a fonte que alimentava um propinoduto que fazia a alegria de políticos da base aliada — do PMDB, do PP e do PT. Adicionalmente, diz ele, Eduardo Campos, era beneficiário do esquema. O homem morreu num acidente aéreo no dia 13 de agosto. Isso não significa, é claro, que não se possa proceder a uma investigação. É evidente que se trata de um assunto importante. Mas a gente se pergunta: até quando seremos uma República permanentemente assaltada por quadrilhas?

E há os fantasmas. Dilma Rousseff e o PT não têm mais nada a oferecer ao eleitorado a não ser a pregação terrorista. Diante da possibilidade de derrota na disputa com Marina Silva — confirmada em outra pesquisa divulgada nesta terça —, nada resta aos companheiros senão ameaçar o eleitorado: “Se Marina ganhar, as riquezas do pré-sal estariam ameaçadas”. Não é diferente do que fazem os petistas com o Bolsa Família no Nordeste.

Os programas que servem apenas à amenização da miséria — contra os quais, diga-se, não há nenhuma força política organizada — se transformaram, como é sabido, em moeda de troca e na mais formidável e institucionalizada forma de compra de votos de que se tem notícia. O PT se ocupa menos de dizer o que pretende realizar se eleito do que em desqualificar as propostas dos rivais.

E, quando acena com uma ideia de futuro, a coisa pode ser bem pior. Na entrevista concedida nesta segunda ao Estado, Dilma deixou claro que, se reeleita, pretende apostar as suas fichas na reforma política. Segundo diz, é a única maneira de impedir que esquemas criminosos, como o que estava instalado na Petrobras, prosperem. É uma falácia escandalosa. Enquanto a Petrobras for tratada como um quintal de governos de turno, nada impedirá que a safadeza se repita. E a safadeza vai se repetir enquanto a empresa for uma estatal.

Disputas eleitorais são boas oportunidades para que o país escolha que futuro pretende ter. No momento, o Brasil parece presa de um passado que insiste em não passar. Pense nisso na hora de apertar o botão.

Por Reinaldo Azevedo

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veja.com

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