França oferece pacote de ajuda agrícola após 1,5 mil tratores invadirem Paris

Publicado em 03/09/2015 11:03

Por Sybille de La Hamaide

PARIS (Reuters) - A França ofereceu a seus produtores rurais auxílio financeiro adicional nesta quinta-feira, incluindo reduções de impostos e ajuda em investimentos, após os agricultores conduzirem cerca de 1.500 tratores nas ruas de Paris para protestar contra a queda da renda e o aumento dos custos.

Os produtores franceses, que estão tendo dificuldades com os efeitos do embargo da Rússia aos alimentos do Ocidente e uma queda dos preços, disseram que impostos mais altas e regras de proteção ambiental mais rígidas estão impedindo sua competitividade ante os vizinhos europeus.

O plano incluiu um aumento no suporte do governo para investimentos, cofinanciado pela União Europeia e regiões da França, para trazê-lo a 3 bilhões de euros nos próximos três anos.

O governo também congelará a adoção de novos padrões ambientais e permitirá que os pecuaristas adiem todos os pagamentos de dívidas com prazo para 2015, reduzindo também impostos.

"Nossa meta é dar novas perspectivas e esperanças aos produtores," disse o primeiro-ministro Manuel Valls aos repórteres.

A FNSEA, o maior sindicato dos agricultores da França e organizadora do protesto desta quinta-feira, deu boas vindas ao novo pacote.

"O governo nos ouviu", disse Xavier Beulin, presidente da FNSEA, aos agricultores reunidos na Place de la Nation, ponto tradicional de manifestações, na região leste da capital.

"Nós viemos expressar nossa consternação. Não conseguimos mais viver de nosso trabalho", disse Patrice Jaouen, de 43 anos, do setor de laticínios e produtos vegetais, que liderou uma fila de tratores vindos da região da Bretanha, que percorreu 588 quilômetros desde terça-feira.

"Nós não queremos subsídios de curta duração, não queremos dinheiro público. Queremos uma reforma do sistema."

(Reportagem adicional de Lucien Libert, Chine Labbe e Gérard Bom)

Produtores rurais invadem ruas de Paris com 1.500 tratores em protesto

Por Sybille de La Hamaide

PARIS (Reuters) - Produtores rurais franceses levaram a Paris nesta quinta-feira mais de 1.500 tratores em um protesto para exigir mais ação do governo para conter a crise nos setores de carne e laticínios, que deixou algumas fazendas à beira da falência no maior produtor agrícola da União Europeia.

A manifestação, que prejudicou o tráfego nas estradas pela manhã ao redor da capital francesa, faz parte de uma série de protestos nas últimas semanas de agricultores exasperados pela queda nos preços.

A iniciativa se antecipa a uma reunião dos ministros da Agricultura da UE na segunda-feira para discutir os problemas da pecuária no bloco.

O governo anunciou um pacote de ajuda em julho, em uma concessão aos agricultores que bloquearam estradas, incluindo o acesso à estância turística do Monte Saint-Michel, e jogaram estrume diante de supermercados.

A FNSEA, o maior sindicato dos agricultores da França e organizadora do protesto desta quinta-feira, disse que as medidas são insuficientes para ajudar o setor, que enfrenta os efeitos de um embargo russo sobre produtos ocidentais, bem como problemas de longo prazo ligados à concorrência de mercadorias estrangeiras mais baratas e o poder de negociação dos supermercados.

"Nós viemos expressar nossa consternação. Não conseguimos mais viver de nosso trabalho", disse Patrice Jaouen, de 43 anos, do setor de laticínios e produtos vegetais, que liderou uma fila de tratores vindos da região da Bretanha, que percorreu 588 quilômetros desde terça-feira.

"Nós não queremos subsídios de curta duração, não queremos dinheiro público. Queremos uma reforma do sistema."

Agricultores franceses dizem ser prejudicados pelo aumento dos encargos sociais e regras mais rigorosas de proteção do meio ambiente do que nos países vizinhos da UE.

Tratores convergiram para a Place de la Nation, em Paris, um ponto tradicional de manifestações, antes de uma reunião entre o primeiro-ministro Manuel Valls e uma delegação de dirigentes do setor agropecuário.

(Reportagem adicional de Lucien Libert, Chine Labbe e Gérard Bom)

Fonte: Reuters

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