Produtores relatam dificuldades para se manter na atividade em Nova Mutum (MT)

Publicado em 09/11/2016 07:00

Em Nova Mutum, os produtores rurais se dividem em duas faces na hora de falar sobre a agricultura local. De um lado está o otimismo com relação ao clima até agora, com lavouras de soja praticamente todas plantadas e em bom desenvolvimento. Do outro, a lamentação com margens apertadas e o risco constante de perdas para o clima e por oscilações de mercado. Os dois temas dominaram as conversas na passagem da Expedição Safra pelo município, na terça-feira (7).

Jaime Gabrielli, produtor rural, arrenda uma área de 8,5 mil hectares, nos quais planta soja. Ele diz que nos últimos 10 anos, o negócio está estagnado e que hoje quem é dono de terras ganha mais arrendando as áreas do que produzindo grãos. “A cada ano que passa, sabemos de mais histórias de produtores abandonando a atividade. O problema é que as pessoas têm uma imagem de que no Mato Grosso tudo funciona, que aqui é a nova Califórnia, mas não é assim, temos muito problemas a resolver”, reclama.

Marcos Aurélio Ioris, que cultiva uma área de 2,1 mil hectares na região, também vive uma situação de estagnação e diz que só consegue se manter na atividade porque já tem o patrimônio necessário para sobreviver. “É complicado com todas essas questões de clima, mercado, custo de mais de R$ 2,5 mil por hectare e por aí vai. Hoje, se um investidor chegar e for fazer as contas para começar a plantar soja e ver como funciona, ele desiste na hora, vai correndo fazer outra coisa. Conseguimos nos manter porque sempre mantemos o pé no chão para diminuir os riscos”, enfatiza.

Empresas diversificadas

Luiz Divino da Silva, gerente do Grupo Mutum (uma das organizações que primeiro desbravou a região), relata que, neste ano, a expectativa para os grãos é de uma produtividade próxima a 55 sacas por hectare, perto da média da região. A empresa cultiva 10,6 mil hectares de soja e aposta ainda em outros setores como a criação de frangos e negócios imobiliários. No caso dele, o lado do otimismo predomina, principalmente porque, como nas outras regiões do Mato Grosso, foi possível adiantar o plantio em mais de 10 dias, o que beneficia a safrinha. “Nós apostamos metade da nossa área em algodão e com o plantio precoce nesse ano vamos conseguir ter um algodão quase tipo safra”, diz.

Leia a notícia na íntegra no site Gazeta do Povo.

Fonte: Gazeta do Povo

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Relação custo X benefício pesa mais para que o agricultor decida por máquinas com motorização a combustíveis alternativos
Powell diz ser improvável que próximo movimento do Fed seja de alta de juros
Mapas para identificar plantas daninhas em cana alta tornam controle mais eficiente, otimizando operação de colheita e evitando banco de sementes
Avanços nas tecnologias para pulverizadoras ainda são mais lentas que os avanços do agro brasileiro, diz especialista
Agrishow 2024: Durante fórum da SRB, Secretaria de Agricultura ressalta importância do jovem no campo