Marcos da Rosa escreve na Folha: "Agricultor do Brasil lidera ranking mundial de preservação ambiental"

Publicado em 26/10/2017 09:51

"O Brasil lidera o ranking mundial da preservação ambiental entre os principais produtores de alimentos.

Segundo levantamento do Grupo de Inteligência Territorial Estratégica da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a partir de dados da ONU, da União Internacional para a Conservação da Natureza e da Universidade de Cambridge, o percentual de áreas legalmente protegidas na forma de vegetação nativa em unidades de conservação e terras indígenas no Brasil chega a 30%.

A lista segue com Austrália (17,5%), China (14,3%), Argentina (12,3%), Estados Unidos (11,8%), Rússia (9,9%), Canadá (8,7%), Índia (5,3%) e Cazaquistão (2,8%).

Em outro estudo feito pela Embrapa com base no Cadastro Ambiental Rural (CAR), instituído em 2015 pelo Ministério do Meio Ambiente, 66% do nosso território são cobertos por vegetação nativa e 9% pela produção de grãos, fibras e agroenergia.

A soja, principal commodity brasileira e que emprega diretamente 7,5 milhões de pessoas, se espalha por apenas 3,5% (33 milhões de hectares) do território nacional e por menos de 7% do bioma Cerrado, o que afasta a tese de que a oleaginosa seja vetor de desmatamento. Considere, ainda, que todas as culturas agrícolas anuais ocupam 8,5% do cerrado.

Mais de 170 milhões de hectares de vegetação nativa estão dentro dos imóveis rurais, o que representa mais de 20% do nosso território. Ou seja, os agricultores preservam mais do que todas as unidades de conservação juntas (13%). Isto ocorre porque o Código Florestal obriga o agricultor a manter intacto de 20% a 80% de sua propriedade para a reserva legal e áreas de preservação permanente.

Portanto, proprietários que avançaram mais sobre a mata nativa do que foi autorizado por lei têm de recuperar essas áreas. Já aqueles que estão na legalidade podem avançar até o limite permitido, configurando desmatamento dentro da Lei 12.651/2012.

Conhecido por sua criatividade e espírito empreendedor, o brasileiro é o mais eficiente produtor mundial de alimentos. Aqui é onde são colocadas em prática técnicas como o plantio direto, integração lavoura pecuária, adubação com pó de rocha, combate às pragas a partir de agricultura biológica e outras formas de produzir melhor com menos recursos.

Representando 15% da produção mundial, a agricultura tropical é competitiva porque produz de duas a três safras anuais, enquanto países de clima temperado, que produzem os outros 85%, só conseguem colher uma vez ao ano.

Portanto, não é difícil entender por que um país com o potencial para liderar o combate à fome no mundo seja alvo permanente de campanhas para prejudicar a sua imagem na comunidade internacional, a exemplo do manifesto de ONGs contra a agricultura no Cerrado, recentemente divulgado.

Lembro que há seis anos a ONG "Union of Concerned Scientists", com grande ligação com os ecologistas militantes no Brasil, produziu o estudo intitulado "Farms Here, Forests There" (Fazendas Aqui, Florestas lá), no qual defende que o plantio deveria ficar restrito às nações desenvolvidas, enquanto países como o Brasil deveriam ser limitados a uma agricultura de subsistência e extrativista.

O que está em jogo é uma questão de soberania nacional e de segurança alimentar. O cálculo é simples. Quando o Cerrado produz menos, aumentam o desemprego e a inflação dos alimentos.

Quando produz bem, o brasileiro come melhor e encontra oportunidades. Graças ao agricultor é que milhões de empregos e de hectares de mata nativa estão preservados, sem falar nos benefícios macroeconômicos festejados pelo governo e pela sociedade".

MARCOS DA ROSA é presidente da Aprosoja Brasil (Associação Brasileira dos Produtores de Soja)

Empresas internacionais são pressionadas pelo Greenpeace a apoiar o desmatamento zero no Cerrado

Durante "Road Show" na Europa (para divulgar os números  da produção e preservação ambiental no Brasil), produtores da Aprosoja são surpreendidos com campanha internacional, liderada pelo Greenpeace, contra a produção em áreas de Cerrado. Conheça a reportagem que já circula nas redes sociais e dê sua opinião sobre o tema:

"Empresas líderes no mercado internacional lançaram nesta quarta-feira (25) uma carta com o objetivo de reconhecer a importância do Cerrado por seu papel na mitigação da mudança climática, por ser fonte de muitos dos sistemas de água doce do Brasil, e por ser uma região de produção para as commodities agrícolas.

A carta apoia o Manifesto do Cerrado, um documento divulgado em setembro por organizações ambientalistas, que pede para as empresas que compram soja e carne do Cerrado defendam o bioma.

Na carta, 23 empresas, entre elas Carrefour, McDonald’s, Nestlé, Unilever e Walmart, afirmam que estão empenhadas em deter a perda de vegetação nativa associada à produção de produtos agrícolas e se comprometem em trabalhar com a indústria, produtores, governos e a sociedade civil para proteger paisagens naturais de importância mundial dentro de um cenário de boa governança e políticas de planejamento de terras.

Entre 2013 e 2015 o Brasil destruiu 18.962 km² de Cerrado. Isso significa que a cada dois meses, neste período, perdeu-se no bioma o equivalente à área da cidade de São Paulo. Este é um ritmo cinco vezes mais rápido que o medido na Amazônia, o que torna o Cerrado um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta.

Para Tiago Reis, pesquisador de políticas ambientais do IPAM, o apoio das empresas é um passo importante, já que a principal causa de desmatamento no Cerrado é a expansão do agronegócio sobre a vegetação nativa.

Retirar essa cobertura vegetal coloca em risco o equilíbrio do sistema e afeta diretamente todos os biomas interligados, como a Amazônia e a caatinga. “Além disso, esse desmatamento ameaça o equilíbrio ambiental que garante a produção agrícola no Brasil, uma vez que a perda de vegetação nativa do Cerrado compromete a formação de chuvas por evapotranspiração”, explica Reis.

O Cerrado estoca o equivalente a 13,7 bilhões de toneladas de dióxido de carbono, o principal gás causador do efeito estufa. Isso representa quase onze vezes o volume total do que o Brasil poderá emitir em 2030, de acordo com sua NDC. Se esta conversão acelerada do Cerrado para a agricultura continuar, o cumprimento dos compromissos internacionais do Brasil nas Convenções do Clima e de Biodiversidade será afetado.

Segundo Edegar Rosa, coordenador do programa Agricultura e Alimentos do WWF-Brasil, o Cerrado é extremamente importante sob o ponto de vista de regulação climática e hídrica, além de ser a savana com maior biodiversidade do planeta. “Partindo de referências de sucesso na Amazônia, um maior compromisso da iniciativa privada será chave para a proteção do bioma”, explica.

Para Cristiane Mazzetti, da campanha de florestas do Greenpeace, as empresas deram um importante passo ao apoiar o pleito da sociedade civil expresso no Manifesto do Cerrado. "Trata-se de uma clara sinalização que essas empresas dão aos seus fornecedores de que o mercado não aceitará mais produtos com origem no desmatamento, seja na Amazônia ou no Cerrado. Esperamos que o próximo passo seja o anúncio de políticas concretas de compra alinhadas com o critério do desmatamento zero no Cerrado".

Segundo a Aprosoja Brasil, fica claro no texto acima que o agronegócio brasileiro está sendo alvo de mais um ataque por parte das Ongs e de países concorrentes em nível internacional. Uma comissão com produtores brasileiros ligados `a Aprosoja e representantes do governo está na Europa apresentando a sustentabilidade da soja e lá os agricultores brasileiros comprovam que os ambientalistas internacionais estão focando suas denúncias contra o Governo do Brasil, forçando a moratória no Cerrado. Acessem a notícia (clique aqui ) e comentem na página da WWF para fazerem um contraponto. Compartilhem em seus grupos recomendando o mesmo (NA).

KELLOGG’S CEDE À PRESSÃO POLITICAMENTE CORRETA E MUDA CAIXA DE EMBALAGEM ACUSADA DE RACISTA (por RODRIGO CONSTANTINO)

A Kellogg’s, marca de cereais, anunciou nesta terça-feira (24) que decidiu mudar a embalagem de um de seus produtos após acusações de que o material transmitia racismo. A medida veio depois que o escritor de ficção Saladin Ahmed chamou a atenção da Kellogg’s pelo Twitter sobre o assunto.

A ilustração trazia vários personagens em formato de milho com cores claras se divertindo enquanto o único em cor escura era o faxineiro.

“Ei, Kellogg’s, por que apenas o milho marrom em toda a caixa de cereal é o faxineiro? Isso está ensinado racismo às crianças”, escreveu Ahmed na mensagem junto com as fotos da embalagem.

“Sim, é uma coisa muito pequena, mas quando você vê seu filho olhando para isso durante o café da manhã e percebe que milhões de outras crianças estão fazendo o mesmo…”, completou o escritor, em outro tweet.

A companhia pediu desculpas. “Kellogg’s está comprometida com a diversidade e a inclusão. Nós não pretendíamos ofender – pedimos desculpas. A arte foi atualizada e estará nas lojas em breve”, disse a resposta. Ahmed apreciou o retorno rápido.

Seria o caso de perguntar se o racismo não está na cabeça de quem viu racismo ou preconceito ali. O trabalho de faxineiro é degradante, por acaso? E se a realidade de determinado lugar for essa mesma? Uma maioria de “brancos” (são amarelos, mas tudo bem) num clube se divertindo, por exemplo, com um trabalhador de pele mais escura no local? Retratar a realidade seria racismo?

Então retratar jogadores de basquete como negros seria racismo contra brancos? Retratar rappers como negros seria racismo contra brancos? A estatística não pode ser racista: ela pode, no máximo, retratar o racismo, se essa for mesmo a causa das diferenças (e nem sempre é).

Além disso, há a questão do eterno duplo padrão da esquerda. João Luiz Mauad, colunista do Instituto Liberal, comentou:

Vejam como são as coisas. Quando um grupo “puritano” pressiona o Santander sobre uma exposição que consideram ofensiva aos seus valores – e o banco resolve cancelá-la, para não perder clientes, é “censura”. Agora, quando a turma politicamente correta vê racismo numa simples embalagem de pipoca – e o fabricante resolve remodelá-la, para não perder clientes, é “cidadania”.

Boicotar ou pressionar um banco por conta de uma “exposição de arte” com pedofilia é um absurdo, coisa de obscurantista reacionário. Mas pressionar uma empresa por conta de uma capa de pipoca com um desenho de seres amarelos, com um deles mais escuro, isso é fantástico, progressista, libertador, do bem!

E o mimimi continua a todo vapor…

Rodrigo Constantino

Fonte: Folha de S. Paulo/Aprosoja/NA

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