Notícias Agrícolas lança série que mostra polêmica entre a fome e a produção de alimentos

Publicado em 04/09/2020 16:12 e atualizado em 07/09/2020 15:37

O Notícias Agrícolas lança nesta sexta-feira, 4 de setembro de 2020, uma série que foi entender por que a produção de alimentos - em especial a brasileira - continua sendo atacada em meio ao crescimento exponencial de pessoas passando fome no mundo todo. Assista ao primeiro episódio:

Nesta semana, ONGS internacionais lideraram mais uma campanha de alcance global culpando o presidente Jair Bolsonaro, sua equipe e, obviamente, o agronegócio brasileiro pelos incêndios na Amazônia. Eu sei que não se trata de verdades, você sabe que são ataques injustos, mas há ainda inúmeros grupos que insitem na disseminação de mitos, conceitos ultrapassados e fake news. Veja abaixo algumas das imagens que estão circulando nas redes sociais:

Enquanto isso, o que é verdade é o crescimento desmedido de pessoas passando fome e sendo ameaçadas pela insegurança alimentar em cada canto deste planeta. E caso estes ataques continuem sendo disseminados e não se mude a trajetória das ações e do discurso, a situação pode ficar ainda pior. 

"Considerando o total da população afetada por moderada ou severa insegurança alimentar há uma estimativa indicando 2 bilhões de pessoas sem acesso regular à comida segura, de adequado valor nutricional e em volume suficiente em 2019", diz o boletim Situação da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo da FAO/ONU (Organização das Nações Unidas) . "O mundo não está na trilha para alcançar a meta de Fome Zero até 2030. E se continuarmos a observar a atual tendência, serão mais de 840 milhões de pessoas passando fome até lá". 

 

A pandemia do novo coronavírus deixou ainda mais evidente a essencialidade do agronegócio no Brasil e no mundo. A produção agropecuária não parou e garantiu o abastecimento de alimento de qualidade, valor nutritivo e determinante para que a população estivesse ao menos bem alimentada para enfrentar uma doença que chegou impondo tantos desafios. Somente neste período, o Brasil abriu quase 100 novos mercados contribuindo para que o abastecimento continuasse acontecendo normalmente. 

Os números sobre a FOME e a INSEGURANÇA ALIMENTAR são ainda mais alarmantes. Ainda de acordo com as estimativas da FAO, a população global em 2050 deverá ser de 9,7 bilhões de pessoas e será necessário produzir alimento para todas elas. A organização espera, portanto, que 40% dessa demanda adicional é esperada para vir do Brasil. E não se trata só de qualidade, mas a demanda exige valor nutricional, qualidade, sustentabilidade, rastreabilidade e transparência. 

Estes são requisitos que, embora insistam em dizer o contrário, com ONGS internacionais liderando campanhas amplas e recheadas de mitos e inverdades, o Brasil têm de sobra e para apresentar a qualquer análise ou estudo pedido embora inúmeras campanhas insistam em dizer o contrário. 

A garantia da produção e do escoamento da comida, todavia não é garantia de que todas as pessoas irão comer. A pandemia também deixou mais latente o quanto as políticas de distribuição de renda e o acesso ao alimento ainda são pontos de discussão e aprimoramento. Números da Federação dos Bancos Alimentares Europeus (FEBA) mostram que a demanda por comida pelas instituições de caridade aumentou 50%. 

“É um processo realmente desafiador. Mesmo que haja esse aumento de alimentos, que são recuperados e redistribuídos, não é suficiente porque os pedidos de instituições de caridade e também dos mais carentes estão aumentando a cada dia”, disse Angela Frigo, secretária-geral da FEBA à agência internacional de notícias Bloomberg. 

Ainda de acordo com dados levantados pela Bloomberg junto à ONU, há 132 milhões de pessoas a mais passando fome do que o projetado anteriormente. O número de desempregados aumentou, bem como se intensificou o número de empresas fechando e a renda da população sendo drasticamente diminuída. Dessa forma, embora essencial, a comida ficou cada vez mais difícil de ser adquirida. 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja e Lucas Santos
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Tecnologias no agro criam novos modelos de trabalho do campo às empresas que atendem o setor
Brasil e Japão assinam memorando de cooperação para recuperação de áreas degradadas
Desenvolver novas tecnologias e abranger mais culturas além da cana, soja e milho são objetivos futuros da Solinftec
EPE lança mapeamento sobre o potencial das regiões brasileiras para a captura e o armazenamento de carbono
Fazenda em Rio Verde (GO) será 100% tripulada por robôs da Solinftec